Publicado originalmente em inglês no WSWS em 5 de
setembro de 2008.
Este é o sexto em uma série de artigos sobre
os eventos de maio/junho de 1968 na França. A parte
1, publicada em 28 de maio, aborda o desenvolvimento da revolta
estudantil e da greve geral até seu ápice ao final
de maio. A parte 2, publicada
em 29 de maio, examina como o Partido Comunista (PCF) e sua central
sindical associada, a CGT, permitiram que o Presidente Charles
de Gaulle retomasse o controle. As partes 3
e 4, publicadas em 5 e 7 de julho,
examinam o papel dos pablistas; as partes 5,
6, 7 e 8 examinam a Organization Communiste Internationaliste
(OCI) de Pierre Lambert.
A palavra de ordem de comitê central
de greve
Em 1935, Leon Trotsky propôs a palavra de ordem de comitês
de ação aos seus apoiadores franceses. Na
época, se desenvolvia uma rápida radicalização
da classe trabalhadora, que era, porém, largamente influenciada
pela Frente Popular, uma aliança anti-revolucionária
de stalinistas, social-democratas e radicais burgueses. Sob tais
circunstâncias, Trotsky considerava os comitês de
ação como meios de enfraquecer a influência
da Frente Popular sobre as massas, encorajando sua iniciativa
independente. A liderança da Frente Popular precisa
ser o reflexo direto e imediato da vontade das massas em luta.
Como? De maneira bem simples: através de eleições,
escreveu. Cada duzentos, quinhentos ou mil cidadãos
aderindo em uma dada cidade, distrito, fábrica, quartel
e vila à Frente Popular, em tempos de ação
e luta, elegem seu representante no comitê de ação
local. Todos os que participam da luta estão sob a disciplina
do comitê de ação. [14]
A palavra de ordem do comitê central de greve,
centro da intervenção da OCI em 1968, derivava da
proposta de Trotsky. As declarações da OCI contêm
um número de formulações recortadas dos textos
de Trotsky. Mas, como no caso da tática da frente única,
a OCI excluiu desse slogan qualquer conteúdo revolucionário.
Muitas de suas declarações se limitavam a uma
enumeração burocraticamente precisa dos diferentes
níveis da estrutura hierárquica, sobre a qual o
comitê nacional de greve deveria se basear. Um típico
exemplo é a declaração intitulada Sim,
Os Trabalhadores Podem Vencer: Vamos Forjar a Arma da Vitória
O COMITÊ CENTRAL DE GREVE! Ela foi publicada
em 23 de maio e distribuída amplamente durante a greve
geral como uma edição especial do Informations
Ouvrières.
A declaração contém os dizeres: Como
pode o movimento geral dos trabalhadores e da juventude unir-se
em uma única, invencível e vitoriosa força?
Existe apenas uma resposta: A organização de comitês
de greve locais em comitês de greve inter-categorias; ao
nível departamental, delegados devem criar comitês
de greve inter-categorias departamentais e regionais. Ao nível
nacional, a federação dos comitês de greve
e de organizações dos trabalhadores precisa estabelecer
um comitê central de greve.
Todo ativista que integra um comitê de greve, todo
trabalhador que faz parte de um piquete precisa tomar iniciativa
de tal maneira. A liderança e as decisões das amplas
massas do movimento da classe precisam ser unificadas nos comitês
de greve inter-categorias, que emergiram dos comitês de
greve das companhias. Os encontros de grevistas dentro das companhias
e os encontros de todos os grevistas numa localização
específica precisam constituir o poder de decisão
coletivo.
Não apenas a linguagem, como também o conteúdo
dessa declaração tem mais em comum com a mentalidade
burocrática de um contador do que com o espírito
de luta do trabalhador revolucionário. Seu objetivo é
superar as divisões entre os aparatos burocráticos
mutuamente hostis, e não liberar os trabalhadores de todos
os aparatos burocráticos. Se Trotsky escrevera que o comitê
de ação é o único meio de quebrar
a oposição anti-revolucionária dos aparatos
partidários e sindicais, para a OCI, o comitê
central de greve era definido como a mais alta expressão
da frente única dos sindicatos e partidos dos trabalhadores.
Trotsky considerava os comitês de ação
como fóruns de debate e luta política: Em
relação aos partidos, os comitês de ação
podem ser chamados de parlamento revolucionário:
os partidos não estão excluídos, pelo contrário,
estão necessariamente pressupostos; ao mesmo tempo são
testados em ação e as massas aprendem a livrar-se
da influência dos partidos apodrecidos.
Para a OCI, o comitê central de greve servia para estabelecer
a unidade de trabalhadores com os sindicatos e partidos
apodrecidos.
A OCI, inclusive, se absteve de ligar a palavra de ordem dos
comitês de greve com um programa de reivindicações
transitórias. Para a OCI, o comitê de greve era
o programa, como clarifica o seguinte parágrafo do livro
escrito por de Massot: Como podemos ver, em ligação
com a questão do comitê central de greve está
o destino da própria greve geral. O comitê unifica
organizacionalmente isto é, no mais alto nível
político todos os aspectos de uma organização
que corresponde às necessidades do movimento: o aspecto
da definição dos objetivos básicos da greve
geral e suas conseqüências políticas, os aspectos
da unificação da greve, os aspectos da realização
da frente única dos trabalhadores... [15]
A passagem organizacionalmente isto é,
no mais alto nível político expressa, claramente,
a perspectiva centrista da OCI. Para os marxistas, as maiores
questões políticas são questões de
perspectiva. Para os centristas, são questões organizacionais.
Mas, como mostraram a greve geral de 1968 e outras inúmeras
experiências do movimento internacional dos trabalhadores,
o chamado pela unidade organizacional não pode fornecer
uma resposta às complexas questões da transformação
socialista da sociedade. Isso requer uma perspectiva política
e uma clara demarcação em relação
à burguesia e suas agências reformistas e centristas.
As concepções da OCI são fortes reminiscências
daquelas de Marceau Pivert, um notório centrista que Trotsky
atacou explicitamente em seu artigo sobre os comitês de
ação. Não importa o quanto os centristas
discursem sobre as massas, escreveu Trotsky,
eles sempre se orientam pelo aparato reformista. Repetindo
este ou aquele slogan revolucionário, Marceau Pivert o
subordina ao princípio abstrato da unidade organizacional,
que na prática se torna unidade dos patriotas contra os
revolucionários. Num momento em que é uma questão
de vida ou morte para as massas esmagar a oposição
dos aparatos social-patriotas unidos, os centristas de esquerda
consideram a unidade desses aparatos um bem
absoluto que permanece acima dos interesses da luta revolucionária.
Trotsky concluiu sua análise esclarecendo, mais uma
vez, sua concepção a respeito dos comitês
de ação: Comitês de Ação
serão construídos somente por aqueles que entendem,
até o fim, a necessidade de libertar as massas da liderança
traidora dos social-patriotas. A condição para
a vitória do proletariado é a liquidação
da atual liderança. A palavra de ordem de unidade
se torna, sob essas condições, não apenas
uma estupidez, mas um crime. Nenhuma unidade com os agentes
do imperialismo francês e da Liga das Nações.
À sua pérfida liderança é necessário
contrapor os Comitês de Ação revolucionários.
Só se pode construir esses comitês pela impiedosa
exposição das políticas anti-revolucionárias
da assim chamada esquerda revolucionária encabeçada
por Marceau Pivert [Ênfase no original].
A OCI durante a greve geral
Embora as forças da OCI fossem relativamente modestas
em 1968, elas ainda eram mais poderosas que aquelas dos pablistas.
A OCI tinha sua própria organização estudantil,
a Fédération des Etudiants Révolutionnaires
(FER) e, diferentemente dos pablistas, também possuía
simpatizantes em diversas fábricas.
A FER rejeitava as concepções dos pablistas e
da Nova Esquerda, que atribuíam o papel de vanguarda
revolucionária aos estudantes e apoiavam acriticamente
as aventuras estudantis. A FER lutava por uma orientação
para a classe trabalhadora e ganhou, por isso, inúmeros
novos membros.
Mas essa orientação era baseada em fundamentos
centristas, permanecendo limitada a iniciativas organizacionais.
Agia dentro dos limites da sua política de frente
única, isto é, sua atuação consistia
principalmente em apelos aos sindicatos para que chamassem grandes
manifestações unificadas de trabalhadores e jovens,
junto com apelos por um comitê central de greve. A FER não
conduziu uma ofensiva sistemática contra a política
dos stalinistas e social-democratas, nem contra as teorias da
Nova Esquerda o que teria sido decisivo nas universidades,
o terreno de reprodução da ideologia burguesa.
Em seu livro, de Massot descreve a intervenção
da FER num encontro organizado pela Jeunesse Communiste Révolutionnaire
(JCR) pablista, em 8 de maio, no Mutualité de Paris durante
as batalhas de rua no Quartier Latin. Um orador da JCR foi aplaudido
pelo anarquista Daniel Cohn-Bendit. Continuou sua fala opondo-se
a uma clarificação da linha política, afirmando
que isso dividiria o movimento. Em vez disso, insistia o orador,
tratava-se de encontrar tópicos sobre os quais todos poderiam
concordar. Na ausência de um partido revolucionário,
os verdadeiros revolucionários são aqueles que lutam
contra a polícia, declarou o porta-voz da JCR.
Essa posição não era compartilhada pelos
representantes da FER, que propuseram a concentração
de todos os esforços estudantis na implementação
da palavra de ordem por uma manifestação central
dos trabalhadores e da juventude. A luta precisava ser expandida,
coordenada e organizada através da construção
de comitês de greve e um comitê nacional de greve,
apoiado pela UNEF [a principal organização estudantil],
argumentou a FER. Dois dias depois, ela realizou seu próprio
encontro, sob a palavra de ordem 500.000 trabalhadores ao
Quartier Latin. Dezenas de milhares de panfletos com esse
slogan foram distribuídos nas fábricas. [16]
Alguns dias depois, em 13 de maio, os sindicatos foram forçados
a chamar uma greve geral de um dia, além de manifestações
conjuntas de trabalhadores e estudantes, que participaram aos
milhões. O movimento estava saindo do controle dos sindicatos.
Nos dias seguintes, a greve geral se espalhou por todo o país,
com uma onda de ocupações de fábrica encorpada
por dezenas de milhares de trabalhadores, paralisando completamente
a França.
Mas a OCI e a FER mantiveram sua orientação sindicalista.
Eles agora se focavam inteiramente na reivindicação
de um comitê nacional de greve. Em 13 de maio, a OCI publicou
um panfleto em seu próprio nome, excepcionalmente
que nos dias subseqüentes foi distribuído nas
fábricas aos milhares.
O panfleto tinha por volta de vinte linhas de texto e evitava
fazer uma única declaração política.
Consistia numa coleção de clichês vazios (A
luta começou, Vida longa à unidade,
Vitória, Adiante, Trabalhadores
e estudantes unidos, podemos vencer) e slogans gerais (Abaixo
com de Gaulle, Abaixo com o estado policial).
Como se o tom não fosse estridente o bastante, a maior
parte do texto foi diagramada em letras maiúsculas e negrito.
O panfleto culminava com as palavras: Trabalhadores da Renault,
Panhard, S.N.E.C.M.A., trabalhadores em todas as fábricas,
escritórios, oficinas a vitória depende de
nós. Precisamos parar o trabalho, fazer manifestações,
eleger nossos comitês de greve.
Não houve qualquer tentativa de analisar a nova situação,
formular tarefas políticas ou explicá-las aos trabalhadores.
Confrontada com uma situação revolucionária
em rápido desenvolvimento, tudo o que a OCI podia oferecer
eram chamados gerais pela ação conjunta. Nem uma
palavra sobre o papel do Partido Comunista e da FGDS de Mitterrand;
nenhum aviso sobre o papel traidor da burocracia sindical; nem
uma sílaba sobre a questão de um governo dos trabalhadores.
Duas semanas depois, em 27 de maio, trabalhadores em greve
rejeitaram o acordo de Grenelle, negociado pelo governo, associações
de empregadores e sindicatos. A questão do poder estava
posta abertamente.
De Massot é claro quanto a isso. Escreveu: Todos
ao mesmo tempo, os milhões de grevistas abalaram o aparato
estatal. Os planos cuidadosamente arquitetados pelo governo, empresas
e líderes do movimento dos trabalhadores foram postos de
lado... Agora, a questão do poder vem à tona diretamente...
Para suprir as reivindicações da greve geral, o
governo precisa ser afastado. [17]
Enquanto isso, a OCI seguia na rabeira dos acontecimentos.
Num panfleto emitido sob os auspícios do Comités
dalliance ouvrière (Comitês da aliança
dos trabalhadores), distribuído em grandes quantidades,
nada foi dito sobre a questão do governo.
Não assine! repetia cinco vezes o panfleto,
em letras maiúsculas e negrito, ao longo de meia página.
Qualquer discussão em torno de assinar o acordo de Grenelle
naquele momento era, em todo caso, fútil. Depois da recepção
hostil que o chefe da CGT Georges Séguy recebeu dos trabalhadores
da Renault, o sindicato havia recuado.
O panfleto da OCI culminava com a reivindicação:
Líderes da CGT, CGT-FO, FEN [principais federações
sindicais]: Vocês precisam estabelecer a frente única
de classe com a UNEF, contra o governo e o estado.
No mesmo dia, um encontro gigante do reformista PSU (Partido
Socialista Unificado), UNEF e o sindicato CFDT ocorreu no estádio
Charléty, de Paris, com o propósito de pavimentar
o caminho para um governo burguês interino sob Pierre Mendès-France.
De Massot descreve esse encontro como um carnaval de ambigüidades
que preparou uma operação política
de dois gumes.
Em primeiro lugar, disse ele, o objetivo
é reconquistar a parte combativa da greve geral,
particularmente a juventude, sobre a qual o stalinismo perdeu
o controle... além disso, em conexão direta com
o primeiro objetivo, o terreno precisa ser preparado para uma
solução burguesa para a crise governamental. Mendès-France...
é apresentado como o homem do momento... [18]
Mas aqui também a OCI se adaptou, apesar de possuir
ampla oportunidade de tornar visível o seu ponto de vista.
Pierre Lambert apareceu como orador no Charléty. Falou
a 50.000 estudantes e trabalhadores presentes não
em seu cargo de líder da OCI, mas como um sindicalista,
em nome da comissão sindical dos empregados e quadros
da seguridade social da Force Ouvrière, para a qual
ele trabalhava.
Ele declarou que a batalha crucial está se aproximando;
que a greve geral colocou a questão do governo no primeiro
plano; que o governo de Gaulle e Pompidou não pode suprir
as reivindicações dos grevistas. A partir
do relatório escrito por de Massot, nos parece que Lambert
falhou em avisar dos perigos de um governo burguês interino
ou falar da questão de um governo dos trabalhadores. [19]
Enquanto isso, nas ruas, o chamado ressoava por um governo
popular. As reivindicações dos trabalhadores
eram claramente mais avançadas que as de Lambert.
De Massot escreve: Manifestações ocorrem
em 27 de maio por toda a França, onde as implicações
do Não assine! são traduzidas em termos
políticos, referindo-se ao governo e ao estado... Por
um governo popular! entoam os manifestantes, expressando
o fato de que querem um governo que irá responder aos objetivos
da greve geral. De Gaulle precisa renunciar, Abaixo
com de Gaulle gritam em toda parte as dezenas de milhares
de pessoas, mostrando claramente que o que está em jogo
é o destino do regime. [20]
A OCI não fez qualquer tentativa de preencher com conteúdo
político a chamada pelo governo popular. Acima
de tudo, não explicou quem deveria formar tal governo e
qual deveria ser seu programa político. Isso permitiu que
os stalinistas do PCF e CGT levantassem, eles próprios,
a palavra de ordem do governo popular, apesar de nunca
terem contemplado tomar o poder. Nos bastidores, negociavam com
Mitterrand sobre sua participação num governo burguês
interino.
Como foi explicado na parte 4 desta série, a reivindicação
de um governo do PCF e CGT teria tido grande significância
política nesse momento. Teria interrompido as manobras
dos líderes stalinistas e intensificado o conflito entre
eles e a classe trabalhadora.
Trotsky havia sugerido tal tática no Programa
de Transição. Baseando-se nas experiências
dos bolcheviques no decurso da Revolução Russa,
ele escreveu: A reivindicação dos Bolcheviques,
destinada aos Mencheviques e SRs: Rompam com a burguesia,
tomem o poder em suas próprias mãos! teve
para as massas um tremendo significado educacional. A má-vontade
obstinada dos Mencheviques e SRs de tomar o poder, tão
dramaticamente exposta durante os Dias de Julho, definitivamente
os condenou diante da opinião das massas e preparou a vitória
dos bolcheviques. [21]
A OCI jamais levantou tal reivindicação. Em vez
disso, apoiou acriticamente a duplicidade dos stalinistas e a
grande manifestação da CGT de 29 de maio, que ocorreu
sob a palavra de ordem Por um governo popular.
A OCI atacou a UNEF e a CFDT por não terem integrado
a manifestação (em razão da recusa da CGT
em condenar a expulsão de Daniel Cohn-Bendit da França).
Em retrospectiva, a OCI afirmou que uma manifestação
conjunta de todos os sindicatos, independentemente dos objetivos
da CGT, haveria automaticamente aberto o caminho para um governo
dos trabalhadores. Uniformemente, com a organização
de todos os organismos sindicais, isto teria aberto o caminho
para um governo baseado na greve geral, nas organizações
dos trabalhadores, escreveu de Massot. [22]
O panfleto impresso pelo Comités dalliance
ouvrière na manifestação de 29 de maio
igualava o comitê de greve central e nacional
convocado pela OCI com um governo dos trabalhadores: É
o único governo, o governo dos trabalhadores, que pode
suprir as reivindicações dos trabalhadores, estudantes,
fazendeiros e jovens declarava o panfleto. [23]
Considerava a OCI o comitê de greve como um tipo de conselho
ou soviet, sobre o qual um governo dos trabalhadores poderia se
sustentar? As formulações usadas no panfleto sugerem
isso. Mas esse permanece um exemplo isolado. A OCI não
estava decidida, visivelmente, sobre essa questão.
Além disso, comitês de greve e conselhos de trabalhadores
não resolvem o problema da liderança revolucionária.
Eles são a arena onde a luta política contra o stalinismo
pode se dar, mas não são um substituto dessa luta.
O panfleto da OCI, porém, não continha uma única
crítica sobre o PCF e a CGT. Eles sequer eram mencionados.
Um dia após a manifestação da CGT, que
somente em Paris teve mais de meio milhão de pessoas nas
ruas, o presidente de Gaulle falou à nação
pelo rádio e anunciou a dissolução do parlamento.
O PCF e CGT deram boas-vindas ao anúncio de novas eleições
e prometeram assegurar sua conduta ordeira, o que equivalia a
um chamado para que a greve geral fosse abandonada.
A OCI reagiu com a reivindicação de continuidade
da greve e apelos aos sindicatos: Tudo depende de nossa
resposta imediata! Tudo depende do chamado vindo dos quartéis
dos sindicatos e partidos dos trabalhadores! A greve geral derrotará
o estado policial. [24]
Esta continuou sendo a linha política da OCI nos dias
seguintes: apelos por unidade, pela continuidade da luta e contra
o recuo eram destinados aos mesmos sindicatos e partidos que sufocavam
a greve geral.
Em 12 de junho, o ministro do interior baniu a OCI, junto com
uma dúzia de outras organizações, incluindo
as organizações dos estudantes e jovens da OCI.
Continua
Notas:
14. Esta e as seguintes notas sobre Trotsky, exceta outras indicadas,
referem-se a: Leon Trotsky, Committees of ActionNot
Peoples Front (November 26, 1935).
15. François de Massot, La grève générale
(Mai-Juin 1968), p. 123
16. François de Massot, La grève générale
(Mai-Juin 1968), p. 48
17. François de Massot, La grève générale
(Mai-Juin 1968), p. 188
18. François de Massot, La grève générale
(Mai-Juin 1968), p. 195
19. François de Massot, La grève générale
(Mai-Juin 1968), pp. 196-197 20. François de Massot,
La grève générale (Mai-Juin 1968),
p. 197
21. Leon Trotsky, O Progama de Transição.
22. François de Massot, La grève générale
(Mai-Juin 1968), p. 203
23. François de Massot, La grève générale
(Mai-Juin 1968), p. 304
24. François de Massot, La grève générale
(Mai-Juin 1968), p. 248