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Trabalhador da General Motors afirma: “o UAW não perde, mas os trabalhadores sim”

Pelo nosso repórter
4 de octubre de 2007

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Este artigo foi publicado no WSWS, originalmente em inglês, no dia 28 de setembro de 2007.

Algumas matérias publicadas na imprensa na quinta-feira (27/09) demonstravam preocupação em relação à possibilidade dos trabalhadores da GM rejeitarem o acordo entre o UAW e a GM assim que ficassem sabendo dos seus detalhes. Sem dúvida, esta foi uma das causas da queda do valor das ações da GM em Wall Street na quinta-feira, depois da forte valorização ocorrida após a suspensão da greve na quarta-feira.

O World Socialist Web Site (WSWS) falou com um trabalhador antigo da GM que se opunha ao acordo. Lyle, trabalhador da planta de moldagem de metais de Saginaw, disse: “eu não votaria a favor disso. Talvez o sindicato tenha pensado que fazendo uma greve de dois dias nós aceitaríamos esse acordo. O pessoal está muito insatisfeito. Eu não consigo imaginar os trabalhadores ratificando isso”.

“Eu li o Wall Street Journal e eles estão felizes com o acordo. Eles tiraram o nosso reajuste proporcional à elevação do custo de vida (COLA - cost-of-living allowance). Tudo o que nós vamos receber são os abonos. Nós lutamos muito pelo COLA para nos proteger contra a inflação e o sindicato acabou com ele. Agora o aumento dos custos vai continuar a corroer os nossos salários”.

“Quando eles criarem esse fundo da Associação Voluntária de Benefício dos Empregados (VEBA -Voluntary Employees’ Benefit Association), a GM não vai mais ser obrigada a pagar a assistência médica dos aposentados. Olhe a história desses fundos - eles não funcionaram. Por acaso o UAW pensa que pode investir o dinheiro melhor que a GM, com todos os seus consultores financeiros? Em um período de dez anos o fundo vai estar com problemas e nós perderemos nossos benefícios”.

“O Gettelfinger disse que a segurança dos empregos era a principal conquista do acordo. Se essa foi a principal coisa, então nós estamos em maus lençóis. Nos últimos trinta anos o sindicato falou de garantias de emprego. No mesmo período o número de trabalhadores representados pelo UAW caiu de 1,5 milhões para 500 mil. Dois terços dos nossos colegas foram mandados embora. Isso é segurança no emprego?”

“Esta é a quarta fábrica da GM que eu trabalho. Eu trabalhei em três fábricas diferentes que fecharam - Fleetwood Body, em Detroit, Montadora Willow Run, em Ypsilanti, e Buick City, em Flint. Antigamente havia 20 mil trabalhadores em Buick City. Todos perderem seus empregos”.

“O sindicato está acabando aos pouco com a gente, com a desculpa de que está protegendo nossos empregos. Esse papo deles de garantia de emprego é mentira, mentira e mentira”.

“Esse acordo não faz sentido para um trabalhador temporário ou para os trabalhadores jovens que vão entrar com um salário reduzido de US$ 12 - US$ 15, ao invés dos atuais US$ 27 por hora. Eles dizem que os salários mais baixos vão ser para as funções ‘não relacionadas à produção’. Mas isso pode ser qualquer coisa”.

“A empresa queria terceirizar muitos dessas funções, mas ao invés disso, com o acordo, eles podem mantê-las na casa pagando o mesmo salário que pagariam a alguém de fora. A única diferença é que o sindicato mantém esses trabalhadores como contribuintes. O UAW não perde, mas os trabalhadores sim”.

“Nós queremos os detalhes; eles não informaram nada para os associados. Muito daquilo que eles vão anunciar será mentira. Eu estou ansioso para ver, pois isso será interessante. O UAW nunca diz a verdade”.

 



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