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O “buscador” Google tenta bloquear o acesso ao World Socialist Web Site

O Comitê Editorial do WSWS
25 de agosto de 2017

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Publicado originalmente em 28 de julho de 2017

Um exame atento do tráfego de dados na rede demonstra claramente que o gigante da Internet conhecido como Google está manipulando os resultados de suas buscas para bloquear o acesso ao WSWS.

Em abril, com o pretexto de combater “notícias falsas”, o Google introduziu novos procedimentos que concedem poderes extraordinários a “avaliadores” anônimos que podem rebaixar páginas e sites indiscriminadamente. Estes procedimentos foram usados para excluir o WSWS e outros sites de oposição e contra a guerra.

Nos últimos três meses, o tráfego originário do Google para o WSWS caiu em aproximadamente 70%. Buscas por palavras-chave relativas a vários tópicos abordados regularmente pelo WSWS – inclusive “operações militares norte-americanas e a ameaça da guerra”, “condições sociais”, “desigualdade” e, até mesmo, “socialismo” – o número de “impressões” em buscas que referenciam o WSWS caiu drasticamente.

Uma “impressão” é um termo técnico que se refere a um determinado link mostrado pelo Google em resposta ao resultado de uma busca. Se uma busca por “socialismo” leva o computador de um usuário da rede a mostrar um link para o WSWS, este conta como uma impressão.

Ao manipular a posição assinalada ao WSWS em um resultado de busca, o Google pode diminuir exponencialmente a freqüência de acesso ao seu conteúdo, que aparece cada vez mais abaixo na página de resultados. Isto reduz o número total de impressões, o que, por sua vez, leva a um número muito baixo de cliques ou visitas ao site.

Segundo o Google’s Webmaster Tools Service, o número de impressões diárias do WSWS caiu de 467.890 para 138.275 em três meses.

O WSWS analisou dados relativos aos resultados de buscas específicas realizadas entre maio e julho, ou seja, no período imediatamente posterior à implantação das novas políticas de exclusão de websites do Google.

Durante o mês de maio, as buscas do Google que incluíam a palavra “guerra” produziram 61.795 impressões do WSWS. Em julho, as impressões do WSWS caíram quase 90% para 6.613!

Buscas com o termo “Guerra da Coréia” produziram 20.392 impressões em maio. Em julho, buscas usando as mesmas palavras produziram zero impressões do WSWS! Buscas para “Guerra da Coréia do Norte” produziram 4.626 impressões em maio. Em julho, o resultado para a mesma busca produziu zero impressões do WSWS. “Guerra entre Índia e Paquistão” produziu 4.394 impressões em maio, contra zero impressões, mais uma vez, em julho. E “Guerra Nuclear 2017” produziu 2.319 impressões em maio, e zero em julho.

Para citar algumas outras buscas, “WikiLeaks” caiu de 6.576 impressões para zero, “Julian Assange” caiu de 3.071 impressões para zero, e “Laura Poitras” foi de 4.499 impressões a zero. Uma busca por “Michael Hastings” – o repórter que morreu em 2013 sob circunstâncias suspeitas – produziu 33.464 impressões em maio, mas apenas 5.227 impressões em julho.

Par além da geopolítica, o WSWS cobre regularmente um amplo espectro de questões sociais, muitas delas também vítimas de quedas bruscas nos resultados de busca. Buscas por “vales-refeição”, “demissões na Ford”, “Armazém da Amazon” e “Secretaria de Educação” caíram todas de mais de 5.000 impressões em maio para zero número de impressões em julho.

O número de impressões de resultado de busca, para artigos do WSWS, em buscas sobre o termo “greve” caiu 85% entre maio e julho, de 19.395 para 2.964.

Muitas pessoas que fazem buscas no Google por estes termos assim o fazem porque são críticas do establishment político e gostariam de ouvir o que os socialistas têm a dizer. No entanto, como resultado das ações do Google, tais pessoas não encontrarão material publicado pelo WSWS.

Mas, e quanto àqueles diretamente interessados em políticas socialistas? Em maio, as buscas pelo termo “socialismo” geraram 31.696 impressões, e o WSWS se colocou entre a quinta e a sexta posições nos resultados de busca. Em junho, o WSWS foi removido da lista dos 100 mais freqüentes resultados de busca para o termo em questão. Assim, buscas por “socialismo” produziram o número zero de impressões para o World Socialist Web Site, a mais lida publicação socialista on line!

O que acontece com os aqueles que já são socialistas convictos e que querem saber mais sobre Leon Trotsky? Também aqui, o WSWS, publicado pelo movimento trotskista, está sendo bloqueado. Enquanto a busca por “Leon Trotsky” gerava 5.893 impressões em maio, também caiu para zero em julho.

Quando o WSWS fez contato com Robert Epstein para lhe comunicar estes dados, o renomado psicólogo (e crítico do Google) declarou: “Eu não tenho dúvidas de que o Google rebaixou vocês”. Epstein disse que pesquisas conduzidas por ele e seus colegas possuem evidências “sólidas” de que o “Google está manipulando as pessoas através de sugestões de busca”.

A estratégia por trás destas ações se expressa de forma inequívoca no “blog post” de 25 de abril de 2017 do Vice-Presidente de Engenharia do Google, Ben Gomes, e na reedição dos “Parâmetros de Avaliação de Qualidade das Buscas”, publicada no mesmo momento. O “post” refere-se á necessidade de detectar e rebaixar “resultados inesperadamente ofensivos, falsificações e teorias conspiratórias” – uma linguagem ampla e amorfa capaz de excluir qualquer conteúdo considerado de oposição.

Os “parâmetros” são ainda mais explícitos. Os “avaliadores” anônimos são treinados para detectar os sites com menores taxas de avaliação que apresentem “informação factual imprecisa ou que manipule os usuários para beneficiar uma pessoa, firma, governou ou organização política, financeira ou de qualquer outra forma”. As menores taxas de avaliação também devem pontuar websites que apresentem “teorias conspiratórias não comprovadas ou falsificações como se fossem fatos.”

É impossível formular política mais explícita de supressão da liberdade de expressão. Estes parâmetros são formulados de maneira a permitir que o Google rebaixe ou bloqueie uma enorme quantidade de websites que são críticos do governo e expõem suas mentiras.

Quem é capaz de determinar com precisão o que é “informação factual imprecisa” ou que caracteriza uma “teoria conspiratória não comprovada”? Isto de fato bloqueia toda a expressão de opiniões divergentes, além daquelas aceitáveis para o Google e seus aliados estatais, particularmente do Partido Democrata. Não há publicação ou jornal considerado digno de ser lido que não obedeça a estes “parâmetros”.

Além do cinismo por trás destes procedimentos, há o fato de que várias fontes documentaram o envolvimento ativo do Google no apoio a candidaturas políticas, mais especificamente a de Hillary Clinton, através da manipulação de resultados de busca. Em seu recentemente publicado livro “Move Fast and Break Things: How Facebook, Google and Amazon cornered culture and undermined democracy”, Jonathan Taplin documenta o papel de Eric Schmidt, o Presidente da Companhia Parental Google (chamada Alphabet) na fundação de uma firma conhecida como The GroundWork para ajudar diretamente a campanha de Clinton.

Além disso, no início deste ano, a Comissão européia expôs a manipulação criminosa, deliberada e ampla do Google, em seus resultados de busca, para promover seu próprio serviço de comparação de preços on-line em detrimento dos de seus competidores: a companhia foi multada em 2.7 bilhões de euros!

Em nome do combate ás “notícias falsas” Google está fornecendo buscas falsificadas. Se transformou de um instrumento de buscas em um instrumento de censura.

O WSWS continuará a expor o ataque inconstitucional do Google aos direitos democráticos. Exigimos que o Google explique plenamente os seus procedimentos e que identifique a quem foi dado o poder de “avaliar” os websites. Todos os algoritmos do Google devem ser postos em domínio público.

Ultimamente, as ações do Google demonstram ainda mais uma vez a necessidade de tirar das mãos do controle privado a disseminação da informação. Poderosos instrumentos de busca não podem ser controlados por monopólios privados pertencentes a meia dúzia de oligarcas. Devem ser colocados sob o controle democrático da população trabalhadora do mundo.

Não há dúvida de que as ações do Google bloquearam o direito de dezenas de milhares de pessoas a ter acesso normal ao site do WSWS. Este é o objetivo. No entanto, uma porção substancial dos leitores do WSWS acessam o site diretamente, através das mídias sociais, ou através de outros instrumentos de busca que, pelo menos até agora, ainda não implantaram regras tão acintosas quanto as do Google.

O WSWS possui uma base de leitoras ampla e fiel e continua a registrar centenas de milhares de visitas individuais por mês. Vamos nos opor á censura do Google, mas precisamos do seu apoio.

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