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Os Professores de São Paulo Enfrentam a Traição do Sindicato

Por Bill Van Auken
22 de maio de 2013

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Os professores se mantem em greve no sistema rede de escolas municipal da cidade de São Paulo após seus colegas do sistema escolar do Estado terem sido traídos pelo sindicato.

Ambas as categorias de professores tem exigido significantes aumentos salariais, melhorias nas condições de trabalho, redução de alunos nas salas, e o fim do processo universal de privatização e cortes na educação pública.

As greves são sintomas da crescente militância na classe trabalhadora brasileira diante de uma taxa de inflação oficial que alcançou 6,5 por cento (com a taxa real afetando as necessidades básicas acreditando-se estar pelo menos o dobro dessa porcentagem) e uma desaceleração econômica enquanto a maior economia da América do Sul sente os efeitos da crise capitalista global.

Na última sexta, a direção do sindicato dos professores do Estado, APEOESP, cancelou a greve da categoria, a qual começou no dia 22 de abril. A decisão foi anunciada depois de uma assembleia dos grevistas na Avenida Paulista no coração do capital industrial e financeiro do Brasil deu um voto de voz esmagadoramente pela continuação da greve. A presidente da APEOESP Maria Izabel "Bebel" Noronha começou a anunciar que a votação tinha sido em favor de retorno ao trabalho e declarou que a greve de três semanas havia acabado.

Grevistas furiosos cercaram o carro de som a partir do momento que o anúncio chegou, atirando com latas, papéis, garrafas de água de plástico e até mesmo cones de trânsito. A Polícia Militar posicionou-se rapidamente para proteger a burocracia sindical, atingindo professores com os seus cassetetes e escoltando a presidente e outros funcionários enquanto eles corriam da cena.

No meio do tumulto, os grevistas gritavam "Fora Bebel, Fora polícia militar" e "Abaixo a repressão, os professores não são ladrões."

A direção do sindicato afirmou que o apoio à greve havia diminuído, mas os de base da categoria expressaram determinação para continuar a luta e relataram um forte apoio de estudantes e famílias da classe trabalhadora em todo o estado.

A greve não conseguiu garantir qualquer uma das principais demandas dos professores. A Secretaria Estadual de Educação rejeitou a demanda por um reajuste salarial de 36,74 por cento, recusando-se a ceder a partir de sua oferta original de 8,1 por cento. O governo do Estado ofereceu a criação de uma comissão conjunta com o sindicato para "estudar" a demanda do sistema escolar em conformidade com uma lei federal de 2009, que concede um terço das horas de trabalho dos professores para a preparação e educação continuada.

O governo do estado de São Paulo é liderado por Geraldo Alckmin, do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), que concorreu com o ex-presidente do PT Luiz Inácio Lula da Silva na eleição presidencial de 2006. Preocupado tanto com a ameaça de radicalização mais ampla da classe trabalhadora e sua própria reputação nacional, Alckmin estava determinado a quebrar a greve.

Neste objetivo, ele contou com uma colaboração inestimável. A greve havia enfrentado oposição e sabotagem direta desde o início de uma liderança sindical dominada por partidários do Partido dos Trabalhadores (PT) da presidente do Brasil, Dilma Rousseff e várias organizações de "esquerda" que vão desde PSOL, uma cisão do PT , PSTU- a organização morenista brasileira, e os stalinistas do Partido Comunista do Brasil (PCdoB).

Acima de tudo, os professores dirigentes sindicais do Estado (APEOESP), assim como os seus homólogos na organização professores municipais (SINPEEM), estavam determinados a manter as duas lutas em separado, mesmo que elas estivessem sendo travadas em grande parte sobre as mesmas questões.

Em 14 de maio, cerca de 6.000 professores da rede municipal se reuniram do lado de fora da prefeitura de São Paulo, a votação para continuar a greve que começou 11 antes.

Também lutando para compensar a dizimação dos seus salários pela inflação, os professores da rede municipal de ensino têm exigido uma série de aumentos salariais, incluindo 6,5 por cento retroativo a 2011, 4,61 por cento retroativo a 2012 e de 6,5 por cento para este ano. A cidade tem respondido com uma proposta miserável para 3,68 por cento para cada um de três anos, com início em 2014, deixando os professores para trás com a taxa oficial de inflação.

Outras exigências incluem tamanhos menores de alunos da classe, o fim das terceirizações e melhores condições de trabalho para combater a violência nas escolas. Os professores também estão lutando contra os testes imposta pelo governo destinada a fixar a culpa pela deterioração da educação pública sobre os próprios professores.

Na cidade de São Paulo, os professores enfrentam um governo municipal liderado por Fernando Haddad, do Partido dos Trabalhadores (PT), prefeito que assumiu o cargo apenas cinco meses depois de previamente servindo como ministro da Educação no governo do PT federal.

Enquanto muitos trabalhadores do setor público votaram nele e contra o PSDB, o breve tempo de Haddad no cargo tem servido para desiludi-los de ilusões de que ele vai seguir um curso diferente dos ataques contra os salários e serviços sociais realizados pelo rival de direita do PT.

Tais ofertas de salários, privatização, terceirização e outras políticas regressivas em relação à educação pública avançadas por Haddad são indistinguíveis daqueles implementado pelo seu antecessor, do PSDB prefeito, Gilberto Kassab. Professores da rede municipal de ensino travaram uma amarga greve contra essas políticas há um ano, mas foram traídos por seu sindicato, que cancelou os desejos da categoria e cancelou a greve.

Sob o governo do PT, a nível nacional e na maior cidade do Brasil, São Paulo, a elite dominante financeira e corporativa brasileira contam com uma burocracia sindical que está integrado na máquina partidária PT para suprimir lutas militantes da classe trabalhadora, através de métodos de gangsterismo e fraude, quando necessário. As lutas dos professores em São Paulo são mais uma indicação de que os trabalhadores brasileiros estão se movendo em direção a um confronto explosivo com este aparato político-sindical que defende o capitalismo.