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FMI e UE avançam segundo resgate à Grécia
Por Andre Damon
8 de junho de 2011
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Representantes da Comissão Europeia (CE), do Banco Central
Europeu (BCE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI)
sinalizaram na sexta-feira (3 de junho) que há mais dinheiro
de resgate acessível à Grécia no próximo
mês, depois de o governo grego ter garantido que implementaria
bilhões de euros em cortes e privatizações.
A CE, o BCE e o FMI declararam que o governo do primeiro-ministro
George Papandreou havia concordado com a venda de 50 bilhões
de ativos do governo até 2015 e que também havia
consentido em fundar uma agência de privatização
de administração independente para inspecionar
a venda. Uma vez que o comunicado de imprensa não fornecia
detalhes do negócio, infere-se pelo vocabulário
usado que a venda e privatização de grandes nacos
do Estado grego se darão sob o controle de bancos internacionais
e instituições financeiras. O primeiro-ministro
de Luxemburgo e presidente do Eurogroup - fórum de ministros
das finanças dos países da zona do euro -, Jean-Claude
Juncker, apresentou propostas semelhantes no mês passado.
O grupo, que concluiu uma missão de quarto semanas em
Atenas na sexta-feira, acrescentou que a proposta do governo grego
inclui uma redução significativa no quadro
de empregados do setor público por meio da reestruturação
ou fechamento de entidades públicas e cortes nos
programas sociais.
O anúncio foi recebido com atos em toda a Grécia,
com dezenas de milhares tomando as ruas para protestar contra
os novos cortes sociais e privatizações que irão
aumentar o desemprego e jogar milhares na miséria.
Os manifestantes também ocuparam o Ministério
das Finanças da Grécia na sexta-feira de manhã,
substituindo a bandeira da União Europeia por uma bandeira
convocando uma greve geral. Mais tarde eles se juntaram a uma
manifestação de rua maior no centro de Atenas, na
praça Sintagma.
Os trabalhadores da linha de bondes Kifissia-Piraeus (ISAP)
fizeram uma greve de 24 horas na sexta-feira, após uma
ação semelhante por parte dos trabalhadores da Organização
Helênica de Telecomunicações (OTE). Também
na sexta-feira, Papandreou encontrou-se com Juncker para apresentar-lhe
detalhes do plano de austeridade e das medidas de privatização
que ele pretende aprovar no parlamento grego.
No mês passado, o governo Papandreou anunciou que iria
implementar mais medidas de austeridade de US$ 6,4 bilhões,
para além do que havia concordado nas condições
iniciais do acordo de resgate de maio de 2010. O governo grego
anunciou no início da semana que detalhes sobre as medidas
de austeridade propostas seriam tornados públicos após
a reunião. Porém, nem o governo, nem Papandreou
responderam a perguntas da imprensa. O anúncio da UE e
do FMI ocorre dois dias depois de a agência de classificação
de risco de crédito Moody's ter novamente rebaixado a nota
de avaliação da Grécia, declarando que há
uma chance de 50% de que o país sofrerá default
(descumprimento) de suas dívidas. A Grécia paga
atualmente uma taxa de juros acima de 16% para emprestar no Mercado
aberto - cinco vezes mais do que a Alemanha.
A Moody's cortou a avaliação de crédito
de mais oito bancos gregos na sexta-feira, incluindo o Banco Nacional
da Grécia SA, temendo que eles iriam sofrer bilhões
em perdas caso o governo grego entre em default com suas obrigações
financeiras.
Os delegados da UE e do FMI disseram em sua declaração
que iriam levar a proposta de financiamento extra ao conselho
executivo do FMI e ao Eurogroup, após o que a próxima
parcela de 12 bilhões de euros do resgate de 2010 ficará
disponível, provavelmente, no início de julho.
A Grécia requer mais 660 bilhões de euros para
cobrir sua defasagem orçamentária no ano que vem.
O buraco de financiamento é em grande parte resultado do
colapso econômico que a Grécia sofreu devido aos
cortes de gastos impostos como pré-condição
ao resgate de 2010.
Sob os termos acordados para o primeiro resgate, a Grécia
deveria emprestar 27 bilhões de euros de investidores privados
em 2012, deixando de emprestar exclusivamente do FMI e de outros
governos europeus. No entanto, o governo reconheceu ainda neste
ano que não seria possível, dadas as taxas recordes
de juros cobradas sobre a dívida grega.
O acordo dá tempo para que os diferentes interesses
dentro da Europa decidam os termos de um segundo resgate. A Alemanha
insiste que um acordo seja elaborado incluindo uma reestruturação
para acionistas privados, enquanto o Banco Central Europeu apoia
uma proposta de que dinheiro adicional advenha de novos empréstimos
do FMI e de países-membros da UE.
A jogada também dá tempo para Papandreou e seu
governo social-democrata do PASOK assegurarem que suas medidas
de austeridade sejam aprovadas no parlamento.
Se nenhum acordo for elaborado, a Grécia será
forçada a entrar em default de suas dívidas - situação
que causaria o caos nos mercados de crédito e ameaçaria
a dissolução do euro e da União Europeia.
Refletindo as crescentes preocupações dos círculos
financeiros, Juncker viu-se obrigado a amenizar os prospectos
de tal evento, dizendo: É claro que não ocorrerá
a saída da Grécia da zona do euro, e acrescentou:
não haverá default, e a Grécia será
capaz de honrar por complete suas dívidas.
(traduzido
por movimentonn.org)
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