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Desastroso relatório sobre os empregos nos EUA aponta para o aprofundamento da crise

Por Barry Grey
8 de junho de 2011

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Os postos de emprego nos EUA cresceram de maneira insignificante cerca de 54 mil em maio e a taxa oficial de desemprego atingiu 9,1%, um aumento de 0,3% desde março conforme o relatório mensal divulgado sexta-feira pelo Ministério do Trabalho.

Os sombrios dados sobre o emprego estão de acordo com dados recentes sobre as vendas e preços do mercado imobiliário, produção industrial, vendas de automóveis e os gastos dos consumidores, todos os quais refletem uma desaceleração acentuada do crescimento econômico e anunciam um novo aumento do desemprego. Os economistas tinham previsto um aumento líquido dos postos de trabalho de cerca de 170 mil - tal número já consideravelmente abaixo dos inadequados 232 mil de abril - e uma queda na taxa de desemprego de 9,0% em abril para 8,9%.

O aumento dos postos de emprego foi inferior a um quarto do aumento médio de 220 ??mil nos últimos 3 meses e o menor em 8 meses. Praticamente todas as estatísticas no relatório do Ministério do Trabalho indicaram uma piora da situação de emprego e queda nos padrões de vida de amplas camadas da população.

O número total de desempregados aumentou de 167 mil para 13,9 milhões, o maior até agora neste ano. O desemprego de longa duração aumentou, com o número de desempregados que estão fora do trabalho por mais de 6 meses pulando de 361 mil para 6,2 milhões.

Isso aumentou a proporção de trabalhadores desempregados sem trabalho há mais de 6 meses de 43,4% em abril para 45,1% em maio, pouco abaixo do recorde de 45,6% um ano atrás. O relatório também trouxe o número médio de semanas que candidatos desempregados ficam fora do trabalho, pouco menos de 40, um elevado recorde.

Estes desempregados de longa duração representam 4,0% da força de trabalho. Antes da recessão, o recorde anterior para esse número era de 2,6%, em junho de 1983.

O maior indicador do Ministério do Trabalho sobre crise do emprego, a chamada taxa de subemprego, inclui trabalhadores "marginalmente vinculados" que querem um emprego mas desistiram de procurar trabalho, bem como os trabalhadores que tem um emprego de meio período mas que queriam ter um trabalho de tempo integral. Esse número diminuiu ligeiramente em maio para 15,8% de 15,9 em abril, devido principalmente a um declínio em 271 mil o número de trabalhadores "marginalmente vinculados", que provavelmente reflete um aumento no número de desempregados de longa duração que desistiram completamente de mercado de trabalho.

Em maio, houve um total de 24,6 milhões de trabalhadores que estavam desempregados ou subempregados.

O relatório de empregos pior do que esperado levou os economistas a baixar ainda mais suas estimativas de crescimento da economia dos EUA. Os economistas do Barclays Capital reduziram sua previsão para o crescimento econômico da economia dos EUA no segundo trimestre a uma taxa anual de 2%, a partir de uma estimativa anterior de 3,5%. Eles também cortaram sua projeção para o terceiro trimestre para 3% de 3,5%.

Na semana passada, o Departamento de Comércio manteve uma estimativa anterior de crescimento do primeiro semestre do produto interno bruto dos EUA em 1,8%, bem abaixo da taxa de crescimento de 3,1% para os três meses finais de 2010. Não pode haver uma redução significativa nos níveis de desemprego da depressão que se aproxima sem crescimento anual muito superior a 3% e os ganhos mensais líquidos nos postos de trabalho de 300 mil ou mais. Estima-se que o crescimento dos postos de trabalho tem que atingir pelo menos 175 mil por mês apenas para manter o ritmo do aumento normal na população em idade ativa.

A resposta do governo Obama, dos governos estaduais e municipais, e de todas as instituições políticas para este aprofundamento da crise social é intensificar os seus ataques aos empregos, salários e programas sociais. Agora fará dois anos desde o fim oficial da recessão, em junho de 2009, e a tão propagandeada recuperação econômica produziu lucros recordes para as empresas e os bancos, bônus cada vez maiores para os CEOs das empresas, e um forte aumento no mercado financeiro, de um lado, e aumento de desemprego, falta de moradia e pobreza para dezenas de milhões de trabalhadores, por outro.

A Casa Branca não está propondo qualquer medida para criar empregos ou fornecer alívio para os desempregados. Em vez disso, ela está fazendo o jogo de Wall Street e da elite empresarial, que requerem cortes maciços nos gastos sociais para pagar as dívidas decorrentes da crise financeira e do resgate dos bancos. Na quinta-feira, a agência de classificação Moody's interveio em nome de Wall Street entre a Casa Branca e os republicanos nas negociações da redução do déficit, ameaçando rebaixar a classificação da dívida do governo dos EUA no próximo mês se não houver acordo em reduzir trilhões em gastos sociais.

Um porta-voz da Casa Branca na sexta-feira respondeu à ordem da Moody's apelando para os republicanos chegarem a um acordo sobre os cortes de gastos em troca de um acordo para aumentar o teto da dívida oficial e evitar uma piora na classificação do Tesouro dos EUA nos próximos meses.

Em contraste, o governo Obama deu apenas uma resposta o mais superficial e complacente possível para o desastroso relatório de emprego. O próprio Obama nem sequer abordou a questão, embora tenha feito uma aparição em uma fábrica da Chrysler em Toledo para vangloriar o suposto "sucesso" de seu resgate da Chrysler e da General Motors.

O seu economista-chefe, Austan Goolsbee, presidente do Conselho de Assessores Econômicos da Casa Branca, emitiu uma declaração na qual chamou o relatório de postos de trabalho de uma "pedra no caminho" e disse que "a trajetória global da economia tem melhorado drasticamente nos últimos dois anos."

Em seguida, ele reiterou o programa pró-empresarial de Obama de promover as exportações (em grande parte, cortando os salários nas indústrias), expelindo as regulamentações comerciais e ampliando os cortes de impostos para as grandes empresas. Ele fez questão de acrescentar: "Nós iremos continuar a trabalhar com o Congresso para responsavelmente reduzir o déficit e viver dentro de nossas possibilidades."

A Secretária do Trabalho, Hilda L. Solis, mal conseguia esconder sua indiferença, vangloriando-se de que "o mercado nacional de trabalho continuou a criar empregos no mês de maio", e alardeando o recorde governamental de "15 meses consecutivos de crescimento do setor privado de empregos."

"Embora eu teria gostado de ter visto um crescimento mais forte em maio", concluiu ela, "ainda estamos na trajetória certa."

Enquanto isso, um número crescente de estados, incluindo Michigan e Flórida, ou estão implementando ou estão considerando cortes no número de semanas de auxílio-desemprego. A violação em curso sobre os serviços públicos e trabalhadores do setor público por estados e municípios que enfrentam grandes déficits (e que não recebem assistência do governo Obama) se refletiu na perda de 2.000 empregos estaduais e 28 mil empregos municipais de em maio, conforme relatado pelo Ministério do Trabalho. Desde o pico do desemprego em agosto de 2008, os governos estaduais e municipais perderam mais de meio milhão de empregos.

Dos 83 mil empregos no setor privado criados em maio, 80 mil estavam no setor de serviços e apenas 3 mil estavam no setor industrial. O setor industrial perdeu 5 mil empregos, o primeiro mês de perdas após a criação de 27 mil postos em média para os três meses anteriores.

O desemprego foi particularmente elevado para os jovens trabalhadores com idade entre 16-24 anos (17,3%), para os trabalhadores afrodescendentes (16,2%) e para os trabalhadores hispânicos (11,9 %). As taxas de desemprego em todas as idades, sexo, escolaridade e categorias étnicas foram acentuadamente aumentadas desde o início oficial da recessão em dezembro de 2007.

O Economic Policy Institute (EPI), uma vertente liberal de Washington, explicou sexta-feira que o número oficial de desemprego mascara uma realidade ainda pior. Ele salientou que a taxa de participação da força de trabalho se manteve em seu ponto mais baixo da recessão e que a força de trabalho em maio foi menor do que era há um ano, cerca de 500 mil trabalhadores, embora a população em idade ativa tenha crescido cerca de 1,9 milhões nesse período.

"Consequentemente," ele observou, "a proporção da população que está trabalhando agora está 0,7% abaixo do que era há um ano. Se a taxa de trabalho se mantivesse estável ao longo do ano passado, haveria cerca de 1,8 milhão de trabalhadores a mais trabalhando agora. Em vez disso, eles estão à margem. Se esses trabalhadores estivessem na trabalhando e fossem contados entre os desempregados, a taxa de desemprego seria de 10,1% agora, em vez de 9,1%. Em outras palavras, a melhora na taxa de desemprego no último ano (de 9,6% para 9,1%) é devida a supostos trabalhadores que ficaram para fora da tempestade econômica." (destaque no original).

O EPI salientou ainda que o número oficial de 6,9 ??milhões de empregos perdidos desde o início da recessão subestima maciçamente o tamanho da lacuna no mercado de trabalho "ao não se levar em conta o fato de simplesmente acompanhar o crescimento da população em idade ativa que teria exigido o acréscimo de 4,1 milhões de empregos desde o início da recessão em dezembro de 2007". Ele continuou: "Isso significa que o mercado de trabalho está agora com 11,0 milhões de postos de trabalho abaixo do nível necessário para restaurar a taxa de desemprego pré-recessão (5,0% em dezembro de 2007)."

A desaceleração na economia dos EUA é parte de uma tendência internacional, fazendo com que as perspectivas para o mercado de trabalho sejam ainda mais sombrias. A Europa está imersa em uma crise das dívidas nacionais e tem visto sua taxa de crescimento cair nos últimos meses. O Japão está lutando com as consequências do desastre nuclear de Fukushima, que intensificou a desaceleração que já estava em andamento. Agora, a China e a Índia, os principais motores de crescimento desde o crash financeiro de 2008, estão mostrando sinais de desaceleração.

Na terça-feira, a Índia relatou que sua economia cresceu 7,8% no período de janeiro à março do ano anterior, em comparação com a taxa de 8,3% nos últimos 3 meses de 2010. Na quarta-feira, a China disse que seu índice oficial de consumo caiu para 52,0 em maio dos 52.9 em abril, refletindo uma desaceleração na atividade industrial.

O caráter prolongado e profundo da crise econômica, e a forma como está sendo explorada pela burguesia internacional para realizar um assalto histórico sobre a classe trabalhadora, demonstram que o que está em causa não é uma mera crise cíclica, mas um colapso sistêmico do sistema capitalista.

(Traduzido por movimentonn.org)

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