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Onde cairão os cortes de Obama
Por Patrick Martin
20 de julho de 2011
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As ações de Mitch McConnell, líder dos
republicanos no Senado dos EUA, foram reveladoras: propôs
um fim ao impasse entre o governo Obama e os republicanos do congresso
a respeito do teto da dívida americana. A proposta permitiria
Obama aumentar o teto sem, no entanto, aprovar cortes de gastos.
Os republicanos da câmara denunciaram a proposta, uma
vez que significa o abandono de seu próprio esforço
em usar a data final da definição do teto da dívida
para pressionar por maiores cortes nos programas sociais. O secretário
de imprensa de Obama, Jay Carney, adotou basicamente o mesmo ponto
de vista, afirmando que o governo ainda está comprometido
em "aproveitar a oportunidade única para estabelecer
um acordo a respeito de uma redução do déficit
significativa e balanceada." Enquanto isso, apologistas liberais
de Obama, do New York Times à revista The Nation,
retratam o presidente como um herói, encarando uma luta
titânica em defesa dos programas sociais contra os açougueiros-republicanos.
As afirmações do porta-voz de Obama desmente tudo
isso.
As negociações entre os dois partidos, presididas
pelo Vice-Presidente Biden, identificaram no último mês
necessidades de corte de dimensões impressionantes. Os
cortes serão em programas sem grande identidade, conhecidos
no jargão orçamentário como gastos discricionários
internos, e estimados entre US$ 1,5 trilhão e US$ 1,7 trilhão
em 10 anos. Tais programas, que sofrerão os maiores cortes,
incluem o Pell Grants para estudantes universitários, vale-refeição,
transporte e financiamento, bem como as pensões para os
trabalhadores do governo federal.
As negociações conduzidas por Obama na Casa Branca,
no entanto, voltam-se também contra o Medicaid, o Medicare
e o Social Security, praticamente tudo o que resta do Estado de
bem-Estar criado com o New Deal e ampliado nos anos 1960.
Madicaid: Este programa do governo federal dos EUA em
conjunto com os Estados da nação garante tratamento
médico a pobres e deficientes, assim como atendimento domiciliar
de enfermagem para os idosos. Por definição, os
beneficiados pelo Madicaid são as pessoas menos capazes
de lidar com os impactos da decadência econômica e
social. Além disso, inclui aquelas que não possuem
recursos financeiros próprios e não conseguem entrar
no mercado de trabalho, como cegos, deficientes físicos
e mentais, permanentemente incapacitados.
O governo Obama concordou em cortar cerca de US$ 100 bi do
Madicaid nos próximos 10 anos, reduzindo a porcentagem
federal em alguns gastos, como o Programa de Segurança
da Saúde da Criança, e impondo restrições
à possibilidade de Estados taxarem de impostos hospitais
e profissionais da saúde.
Pelo fato de ser pago em grande parte pelo governo federal,
mas administrado pelos Estados da nação, os cortes
federais intensificam o arrocho do orçamento estatal, sob
condições onde dezenas de Estados já diminuem
a qualidade e a cobertura dos seus serviços. O efeito global
dos cortes no Madicaid será cortar o acesso ao tratamento
de saúde de centenas de milhares de pessoas imediatamente,
e milhões, boa parte delas crianças, nos próximos
10 anos, com o inevitável aumento nas doenças, hospitalizações
a longo prazo e mortes.
Madicare: Este programa, responsável pela saúde
dos idosos, será alvo dos maiores cortes, diminuindo a
longo prazo a expectativa de vida. De acordo com o líder
majoritário da Câmara, Eric Cantor, o governo Obama
já planeja cortar US$ 353 bilhões da Madicare ao
longo de 10 anos. Entre as propostas consideradas estão
pagamentos conjuntos para atendimento domiciliar e testes de laboratório,
além de restrições aos serviços prestados
pelos planos de seguro Medigap.
Alguns dos benefícios do Medicare seriam financiados
pela metade, com taxas mais elevadas para pessoas de renda mais
alta - uma mudança há muito buscada pelos republicanos,
para minar a universalidade do programa e transformá-lo
num programa apenas para pobres, que poderia assumir características
de assistencialismo.
Dinheiro também será retirado da prevenção,
da educação pessoal médica e dos programas
de saúde pública. Além disso, seriam cortados
os reembolsos dos hospitais que acumulam dívidas por tratar
gratuitamente pacientes indigentes.
O ataque mais significativo, apoiado por Obama na última
semana, aumentará a idade da aposentadoria de 65 para 67
anos, gradualmente, entre hoje e 2036. Dado que a expectativa
média de vida aos 65 anos é de mais 17 anos, um
corte de dois anos na qualidade de vida significa um corte de
12% nos benefícios para saúde das próximas
gerações - ou seja, de todos aqueles que nasceram
a partir da década de 1970.
Assim como ocorre com o Madicaid, mas em maior escala, os cortes
no Madicare cobrarão um enorme tributo humano: os idosos
terão novamente de escolher entre a sua subsistência,
a alimentação, e uma prescrição médica,
entre pagar o alugal ou a conta do hospital.
Seguro Social: dois terços dos idosos americanos
dependem da pensão federal para complementar suas rendas.
Para um terço, o programa de seguro social representa 90%
de suas rendas. Em 2009, o Seguro Social manteve 14 milhões
de pessoas acima da linha da pobreza. Sem o programa, 58% das
mulheres e 48% dos homens de 75 anos ou mais viveriam em consições
de pobreza.
A iniciativa de submeter o seguro social aos cortes foi de
Obama, um ato que superou de longe mesmo o mais reacionário
membro da Câmara, um ato que reomonta às tentativas
de Bush de privatizar o Seguro social em 2005.
A proposta principal para o Seguro Social é recalcular
os benefícios usando o chamado "chained CPI"
(IPC estreito -- Índice de Preços ao Consumidor)",
uma fórmula contábil que permite reduzir drasticamente
o aumento dos recursos aos benefícios, pois se baseia numa
base falsa da inflação, que ignora os maiores gastos
dos idosos com bens e serviços médicos.
De acordo com Michael Hiltzik, colunista do Los Angeles
Times, "para os que hoje cortam o orçamento, o
atrativo do IPC estreito está no fato dele sempre variar
abaixo do IPC oficial, diferindo em dois ou três décimos
do ponto percentual anual. Segundo os contadores do próprio
seguro social, o atrelamento do nível de vida ao IPC estreito
cortará os benefícios aos idosos em até 10%
ao longo de 30 anos".
Nos próximos 10 anos, o IPC estreito reduzirá
os benefícios do Seguro Social em US$ 112 bilhões,
um valor que deve crescer nas décadas seguintes. A Comissão
Conjunta em Tributação estimou que dois terços
do poupado seriam sobre os idosos.
Esses fatos e números demonstram o real eixo de classe
por trás do governo Obama. Os Democratas da Casa Branca
é que estão levando adiante as exigências
de Wall Street e destruindo as condições de vida
de dezenas de milhões de pessoas, do setor mais vulnerável
da sociedade americana.
Isso não ocorre meramente porque Obama seria pressionado
pela direita republicana. Como um todo, o Partido Democrata -
e Obama em particular - vê o ataque na qualidade dos programas
como uma necessidade premente para defender os interesses de classe
da aristocracia financeira - assim como o fazem os seus contrapartes
na Grécia, Portugal, Irlanda e por todo o mundo.
Mesmo os apoiadores do governo Obama são obrigados a
adimitir essa realidade política. Na última semana,
o colunista liberal Harold Meyerson escreveu: "O Presidente
Obama moveu-se tanto para a direita, que tem pego muitos dos ideais
abandonados pelos Republicanos e assumido como seus. É
Obama quem agora encarna a ave-de-rapina dos déficits e
débitos e propõe cortes no Seguro Social e no Medicare".
O Socialist Equality Party (SEP - Partido da Igualdade
Socialista, dos EUA), chama toda a classe trabalhadora para negar
o quadro dos cortes orçamentários apresentado pelos
Democratas, Republicanos e a mídia burguesa. Dizemos: Nem
um dólar, nem um centavo deve ser cortado do Madicaid,
do Madicare, do Seguro Social ou de qualquer programa social vital
para pagar pelo desastre econômico e financeiro do capitalismo
americano.
A classe trabalhadora e os idosos, os pobres e os inválidos,
assim como as crianças, não são os responsáveis
pela crise atual e não devem pagar por ela. Os recursos
para acabar com o déficit federal - e expandir grandemente
os serviços públicos, incluindo a educação,
a saúde, o transporte coletivo e a infraestrutura - devem
ser obtidos através de uma distribuição radical
da riqueza e da reorganização da vida econômica
para servir às necessodades humanas, e não ao lucro.
Nos últimos trinta anos, a elite americana tem arquitetado
a maior transferência de recursos da história humana,
dos pobres para os ricos, triplicando sua participação
na economia nacional. Aquele 1% que detem grande parte da riqueza
representa, hoje, 40% da riqueza nacional, riqueza que, no entanto,
é produzida pela classe trabalhadora.
O SEP propõe uma série de medidas de emergência
para lidar com a crise que confronta a classe trabalhadora. Exigimos
a retirada das tropas americanas do Iraque, Afeganistão
e outros países, e o redirecionamento dos recursos militares
para satisfazer às necessidades dos trabalhadores. Propomos
a cobrança de um imposto de 90% sobre todas as rendas superiores
a US$ 500 mil, assim como uma taxação semelhante
sobre os ativos dos multi-milhonários e bilhonários.
A única solução possível para a
crise atual é a construção de um partido
da classe operária, de massa, com um movimento político
independente capaz de expropriar a riqueza da atual elite e transformar
os maiores bancos e corporações em empresas públicas
voltadas para o bem comum, não para o lucro. Essa é
a luta pelo socialismo.
(traduzido
por movimentonn.org)
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