WSWS : Portuguese
Medidas de Austeridade
Protestos em toda a Europa contra os cortes sociais
Por correspondente do wsws.org
7 de outubro de 2010
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Publicado originalmente em inglês em 30 de setembro
de 2010.
Mais de 100 mil pessoas participaram de protesto na quarta-feira
em frente aos prédios da União Europeia em Bruxelas,
Béliga - organizados pela Confederação Sindical
Europeia (ETUC).
A marcha na capital belga foi, oficialmente, a peça
principal das manifestações a nível europeu
contra os cortes e medidas de austeridade, embora a greve geral
na Espanha tenha sido, de longe, a expressão mais significativa
da revolta crescente dos trabalhadores contra os ataques sobre
suas condições de vida.
Muitos voos para dentro e para fora de Bruxelas foram cancelados
ou atrasaram devido à greve dos controladores de tráfego
aéreo. Voos europeus foram os mais afetados. Voos para
dentro e fora de Liege e Charleroi foram afetados.
Os sindicatos conceberam os protestos como um meio de aliviar
a tensão, em vez de criar uma oposição séria
às medidas de austeridade. Falando aos manifestantes, Jean
Claude Mailly, presidente do sindicato francês, o Force
Ouvriere, disse: "Nunca é tarde porque as medidas
de austeridade estão no processo de serem estabelecidas
agora. Então, estamos em um período no qual os movimentos
sociais de diferentes tipos terão um grande valor nas semanas
e meses que virão".
Lideravam a marcha o secretário geral do ETUC John Monks
e o presidente Wanja Lundby-Wedin. Monks foi o presidente do Congresso
Sindical Britânico (TUC), que afirma ter cumprido um papel
de liderança na organização do protesto.
Ainda assim, o TUC não organizou qualquer ação
na Inglaterra, porque mesmo um sinal de protesto constrangeria
seus aliados políticos no Partido Trabalhista, cujo congresso
está acontecendo esta semana.
A mensagem de apoio à marcha vinda do secretário
geral do TUC Brendan Barber foi politicamente reveladora. Ele
reclamou: "Por toda a Europa, os governos se tornaram obcecados
com redução imediata de deficit e estão embarcando
em programas de cortes de tal magnitude que a frágil recuperação
das economias do continente está ameaçada.
"Os sindicatos não estão pedindo que os
governos ignorem o deficit", ele assegurou à elite
dominante, "e sim, que descartem o calendário que
exige redução de deficit imediatamente e, em vez
disso, se concentrem em aumentar o crescimento e os empregos".
Monks estava acompanhado dos líderes de 50 organizações
sindicais representando trabalhadores de 30 países europeus,
mas a maioria deles não organizou qualquer tipo de ação.
E as ações que foram organizadas, em geral, tiveram
um caráter extremamente limitado.
Foi esse o caso, com a exceção da Espanha, na
maior parte dos assim chamados "PIGS" (Portugal, Itália,
Grécia e Espanha), coincidentemente, os países mais
impactados pelas medidas de austeridade.
As principais federações sindicais gregas, representando
cerca de 2,5 milhões de trabalhadores, não entraram
em greve na quarta-feira e organizaram somente uma marcha ao parlamento
à noite. Somente alguns dos sindicatos menores convocaram
a ação de greve, com médicos hospitalares
parando de trabalhar por 24 horas. Houve uma greve dos motoristas
de ônibus e trolebus que durou algumas horas, e o sistema
metroviário de Atenas foi parado por algum tempo ao meio-dia.
Na Irlanda, houve manifestações de centenas em
Belfast e Derry. Um homem passou por cima do portão do
parlamento irlandês em Dublin dirigindo um caminhão
misturador de cimento coberto com palavras-de-ordem anti-banco
para protestar contra o resgate aos bancos.
Em Portugal, houve protestos em Lisboa e Porto. De acordo com
fontes sindicais, cerca de 20 mil pessoas participaram da manifestação
ocorrida durante a noite em Lisboa.
A maioria dos outros protestos aconteceu na Europa oriental.
Na Polônia, milhares marcharam em Varsóvia contra
os planos do governo de congelar os salários e aumentar
alguns impostos. Eles exigiram que o governo garantisse seguridade
de emprego e jogasse fora os planos de aumentar impostos. Na Lituânia,
cerca de 400 manifestantes realizaram uma manifestação
ilegal em Vilinus. Na Slovenia, cerca de metade do total de trabalhadores
dos serviços públicos continuaram pelo terceiro
dia consecutivo de greve de duração indefinida para
protestar contra o plano governamental de congelar os salários
por dois anos.
Apesar do caráter limitado das manifestações,
a elite dominante sabe bem que a habilidade de burocracia sindical
de conter o ódio social crescente tem limites definidos.
James Shugg do importante banco australiano Westpac previu que
os protestos de ontem foram um sinal do que está por vir.
Citando o exemplo da Latvia, que recebeu assistência
do FMI em troca de cortes drásticos em 2008, ele disse:
"Os hospitais em áreas rurais foram fechados, pensões
foram cortadas, salários foram cortados, basicamente a
taxa de mortalidade subiu, mais idosos morreram durante o inverno
porque não podiam pagar o aquecimento de suas casas. Você
começa a ouvir estórias sobre pessoas morrendo por
causa de cortes orçamentários ali. Esse é
o futuro para a Grécia, Portugal, Espanha, e talvez em
menor grau para a Itália, conforme esses cortes realmente
começam a morder."
(traduzido por movimentonn.org)
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