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Milhares em ato em San Diego (Califórnia) contra cortes
na educação
Por equipe de reportagem do wsws.org
9 de março de 2010
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Cerca de 1.000 alunos e professores reuniram-se em um ato no
dia 4 de março contra os cortes da educação
na Universidade Estadual de San Diego, na Califórnia (SDSU).
Um número semelhante de pessoas se manifestou na Universidade
da Califórnia, também em San Diego. Uma manifestação
subseqüente no centro da cidade atraiu vários milhares.
Os eventos em San Diego estão entre as maiores manifestações
no estado. Dezenas de milhares de alunos, pais e trabalhadores
se manifestaram em todo o país contra o fechamento de escolas,
altas mensalidades, e demissões de professores.
Entre os principais oradores nos comícios de San Diego
estavam membros da Internacional Estudantil pela Igualdade Social
(ISSE), a organização estudantil do Partido Socialista
da Igualdade. A ISSE, que ajudou a organizar a manifestação
na SDSU, exigiu uma ruptura com o Partido Democrata e um movimento
socialista para defender a educação.
Apesar de seu tamanho, os comícios de San Diego não
foram, em grande parte, noticiados na mídia. Se os números
foram mencionados, eles foram geralmente noticiados como centenas.
Isso foi parte do que pareceu ser uma tentativa geral da mídia
de minimizar a importância das manifestações.
O primeiro orador no ato da SDSU foi Priscilla Diaz, uma estudante
com nota máxima do ensino médio, que teve sua admissão
negada na SDSU por causa de cortes no orçamento. A universidade
cortou o total de 4.500 matrículas este ano, e espera cortar
mais 11.000 ao longo dos próximos dois anos.
Os outros oradores incluíram representantes da comissão
do comitê educacional de 4 de Março da UCSD, assim
como diversos outros grupos de estudantes do campus. Estes grupos,
na medida em que eles tinham qualquer perspectiva política
explícita, convocaram os estudantes para pressionar os
seus representantes locais e do Partido Democrata para realizar
reformas.
Vários dos oradores exigiram a revogação
de uma regra que exige o voto de dois terços do Congresso
para aumentar os impostos. Os sindicatos no estado têm defendido
isso como uma medida que iria salvar a educação.
Falando em nome do ISSE estavam Andre Damon e Emanuele Saccarelli,
um professor de ciência política na SDSU.
Damon argumentou que pressionar o Partido Democrata era completamente
inviável, dizendo: "Nós temos um presidente
democrata, o Senado do estado da Califórnia é democrata,
o Congresso é controlado pelos democratas, no entanto,
estes cortes ainda estão sendo implementados".
"Precisamos de um novo partido político, um que
represente toda a classe trabalhadora; as pessoas que foram vítimas
dos cortes no orçamento, do fechamento de escolas e do
desemprego", disse Damon.
Saccarelli condenou veementemente o sindicato Associação
do Campus da Faculdade, do qual ele disse que era um membro
cativo, por ter se recusado a apoiar a greve. Uma vez que
o ato aconteceu, o sindicato procurou levar o mérito por
ele, e persuadir os estudantes a enviar protestos para os políticos
democratas.
Saccarelli disse que os sindicatos só procuram dividir
e reprimir trabalhadores, citando o fato de que o United Auto
Workers chamou a polícia sobre os seus próprios
membros na planta NUMMI em Fremont, Califórnia, os quais
"queriam fazer algo além de fechar a fábrica."
Ele ainda denunciou o Partido Democrata e Obama. Saccarelli
observou que Obama tinha publicado explicitamente um endossamento
da demissão em massa de professores em um distrito escolar
de Rhode Island, mantendo este como um modelo de reforma da educação.
Obama afirma que "os estudantes e os professores devem ser
responsabilizados", disse Saccarelli. "Como é
que os bilionários e os gestores dos fundos de investimento
de risco e os generais e os criminosos de guerra nunca são
responsabilizados, mas somente os professores?"
A manifestação no centro de San Diego começou
com um ato em Balboa Park, que atraiu entre 1.500 e 2.000 pessoas.
O grupo então marchou do centro para o gabinete do governador,
angariando ainda mais participantes. O trajeto do ato passou por
escolas de ensino médio, e centenas de estudantes secundaristas
se juntaram enquanto as aulas foram sendo esvaziadas.
Ricardo, um veterano da Universidade Estadual de San Diego
e membro da Internacional Estudantil pela Igualdade Social, estava
entre aqueles que dirigiram o ato ao gabinete do governador, chamando
um movimento socialista para unir todos os trabalhadores para
defender a educação pública.
"Não é uma questão do que deve ser
cortado", disse ele. "Pelo contrário, é
uma questão de qual é a estratégia política
necessária para opor-se a todos os cortes."
"Sempre ouvimos que não há dinheiro para
a educação e outros serviços básicos.
Isto depois de o Tesouro ter sido esvaziado para socorrer os bancos
e financiado duas guerras criminosas", disse ele.
[traduzido por movimentonn.org]
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