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Grã-Bretanha: Seis estudantes da Universidade de Sussex
suspensos após ocupação
Por Zach Reed
18 de março de 2010
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Seis alunos da Universidade de Sussex foram suspensos pelo
reitor Michael Farthing por terem participado de uma ocupação
pacífica em Sussex House em 3 de março. Farthing
informou os alunos de sua suspensão por e-mail.
A ocupação foi parte de um dia nacional de luta
dos estudantes contra os cortes na educação.
Quando os alunos se reuniram para mostrar apoio à ocupação,
a administração universitária chamou a tropa
de choque, armada com gás lacrimogêneo, Tasers e
cães de guarda. Oficiais da unidade de Inteligência
filmaram os manifestantes. Dois estudantes foram presos e alguns
deles foram agredidos fisicamente e detidos sem acusação,
apesar de terem atuado de pacificamente.
O objetivo da suspensão é intimidar qualquer
estudante que considere a atividade política no campus.
Uma declaração da administração da
universidade deixa claro que as suspensões estão
sendo usadas como uma medida de precaução"
contra futuras ocupações perturbadoras da
ordem.
Os seis estudantes negam serem líderes da ocupação.
Nenhuma evidência foi apresentada a eles e nenhuma oportunidade
foi dada para contestarem a suspensão. As suspensões
proíbem a entrada do estudante no campus, o comparecimento
a seminários e a utilização da biblioteca.
O acesso às salas de informática também é
proibido, pondo em risco os estudos num período próximo
das avaliações. As suspensões duram 30 dias
úteis, no final dos quais elas podem ser renovadas.
A administração universitária também
obteve uma liminar no Supremo Tribunal sem limite de validade,
que proíbe quaisquer ações de protesto"
sem o seu consentimento por escrito. Segundo o jornal estudantil
The Badger, a liminar significa que "novos protestos
e ocupações podem ser tratadas no âmbito do
direito penal e não da lei civil, o que significa que os
manifestantes podem ser mais facilmente acusados de um crime."
Todo esforço foi feito para retratar os estudantes como
criminosos "perturbando a paz" em "ocupações
ilegais". Escrivão e secretário John Duffy
declarou que os funcionários tinham sido tomados como "reféns"
pelos estudantes. A afirmação surgiu na corte da
liminar, apesar dos policiais que estavam no local dizerem que
tal coisa não tinha acontecido e estudantes da campanha
Stop the Cuts (Parem os cortes) deixando claro que os funcionários
dentro do edifício receberam folhetos explicando por que
a ocupação estava acontecendo e foram autorizados
a sair com segurança. Segundo a polícia, apenas
cinco funcionários estavam no prédio durante a ocupação.
Algumas testemunhas afirmam que foi o chefe da segurança
de Sussex que trancou os funcionários da gerência,
incluindo Duffy, em uma sala dentro de Sussex House.
As autoridades estão tentando criar um atrito entre
alunos e funcionários, muitos dos quais têm reconhecido
o quão importante foi o apoio dos estudantes para a luta
contra os cortes na Universidade. Farthing afirmou que mais de
200 funcionários terão que renunciar a remuneração
de uma semana devido a perturbações nas folhas de
pagamento, resultado da ocupação. Existem também
relatos de que a administração está desencorajando
ativamente os funcionários de comparecerem a eventos organizados
por estudantes.
As ações de Farthing têm apenas provocado
maior irritação entre os funcionários ameaçados
com o fechamento de departamentos e da perda de 115 empregos,
computando 10% dos funcionários. A marca recorde de 81%
dos membros do Sindicato da Universidade e Faculdade (UCU) compareceu
na semana passada em uma votação contra os cortes,
com 76% apoiando a greve. Uma assembléia geral extraordinária
cheia esta votou esta semana a favor de uma greve de um dia, em
18 de março.
Apesar deste resultado esmagador, a burocracia do UCU está
repetindo seu compromisso com as negociações e apresentaram
a sua proposta de solução única
de garantir proteção através do trabalho
mais flexível." Ele está se articulado com
a administração de Sussex para que concordem em
conversar com a ACAS, órgão governamental de serviço
consultivo, de conciliação e arbitragem judicial,
e acabar com a ameaça de implementação de
demissões.
A assembléia geral extraordinária do UCU também
aprovou uma moção sobre a suspensão dos estudantes,
chamando-a de "uma resposta desproporcionada, que serve para
causar danos significativos para a educação dos
alunos preocupados e restringindo suas liberdades civis."
Enquanto pede ao reitor que encerre a suspensão imediatamente,
diz que ele deve "expedir quaisquer processos disciplinares
que estejam pendentes".
Quanto à União Nacional dos Estudantes, o presidente
da União dos Estudantes de Sussex , Tom Wills, apenas pediu
que os seis alunos sejam autorizados a voltar ao campus. O grupo
Stop the Cuts, com membros de vários grupos pequeno-burgueses
como o Partido Socialista dos Trabalhadores em sua liderança,
através da sua campanha "eu ocupei a Sussex House",
está incentivando os estudantes a fornecerem uma fotografia
e uma declaração à administração
se identificando como ocupantes, tendo como base errônea
de que isso vai pressionar a administração porque
ela não pode suspender todos os alunos envolvidos.
O que ocorreu em Sussex deve ser entendido como uma advertência
por parte das autoridades e da polícia contra quem quer
se opor aos cortes e fechamentos na educação. Há,
além disso, a prova de que tal repressão sobre as
atividades estudantis foi pré-sancionada pelo governo.
Um artigo no site Schnews afirma que estudantes encontraram uma
carta no escritório de Farthing do Primeiro Secretário
do Estado, Peter Mandelson, alertando sobre o surgimento do "extremismo
doméstico" na universidade. Ostensivamente visando
o fundamentalismo islâmico, qualquer medida trazida nesse
sentido será utilizada de forma mais ampla contra os estudantes
e funcionários.
Vídeos mostrando a resposta da polícia podem
ser encontrados em:
http://www.youtube.com/watch?v=7xIKzVMorcg&NR=1
http://www.youtube.com/watch?v=hRgZVtySiQw&NR=1
(traduzido por movimentonn.org)
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