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Índices econômicos e anúncios de demissões nos EUA apontam recessão prolongada

Por Tom Eley
3 de fevereiro de 2010

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Publicado originalmente em inglês no dia 29 de janeiro de 2010.

Uma série de relatórios econômicos mais negativos do que o esperado e anúncios de corte de empregos nesta semana ressaltam que, apesar das afirmações oficiais sobre uma recuperação econômica, as perspectivas para os trabalhadores dos EUA irão se agravar.

Ao longo das últimas duas semanas, algumas grandes empresas anunciaram demissões e cortes de empregos para o próximo ano que, no total, somam dezenas de milhares de postos de trabalho.

O Ministério do Trabalho dos EUA divulgou na quinta-feira os números sobre os primeiros pedidos de auxílio desemprego na semana que se encerrou em 23 de janeiro. Os números mostram apenas uma ligeira diminuição para 470.000 pedidos, em relação aos 478.000 registrados na semana anterior. O consenso entre os economistas de Wall Street era de que os pedidos cairiam para abaixo de 450.000.

A média dos pedidos de auxílio desemprego das quatro primeiras semanas do ano aumentou em 9.500 para 456.250. Analistas dizem que os índices das quatro semanas deveriam estar abaixo de 425.000 para indicar um aumento líquido nas folhas de pagamento.

O total de pedidos contínuos (o número total de trabalhadores desempregados que recebem os benefícios tradicionais do Estado) caiu modestamente em 57.000 para 4,6 milhões na semana encerrada em 16 de janeiro. Estima-se que mais da metade destes que deixaram de receber benefícios do Estado juntaram-se às fileiras de desempregados que recebem benefícios estendidos especiais, os quais na semana encerrada em 9 de janeiro contabilizaram 5,6 milhões.

Este último número diminuiu em 300.000. Não se sabe que parte deste número refere-se a pessoas que esgotaram todos os benefícios, mas permanecem desempregados e provavelmente vivem com pouca renda ou nenhum dinheiro.

Os dados sobre os pedidos semanais dos desempregados vêem em seguida de uma série de anúncios de demissões em massa:

• A gigante das telecomunicações Verizon, disse na terça-feira que cortará cerca de 13.000 postos de trabalho ao longo de 2010, visto que continua a reduzir o seu serviço de telefonia fixa.

• Na semana passada, o Wal-Mart anunciou que cortará 11.000 postos de trabalho em sua filial, a Sam`s Club.

• A gigante farmacêutica Johnson & Johnson anunciou nesta semana que cortará 8.000 postos de trabalho durante o ano

• A empresa farmacêutica do Reino Unido, AstraZeneca, anunciou na quinta-feira que começará a cortar 8.000 empregos de sua mão-de-obra global.

• A rede de loja de departamentos Macy`s vai cortar 1.500 empregos até 4 de março, disse uma fonte da empresa na quinta-feira. No início de janeiro, a Macy`s anunciou o fechamento de cinco de suas lojas e 307 demissões.

• A varejista de produtos para a casa, Home Depot, disse que logo vai demitir 1.000 funcionários. A maioria das demissões ocorrerá na sua sede em Atlanta.

• O magnata da computação Larry Ellison disse esta semana que mais de 2.000 empregados poderão ser despedidos depois que a sua empresa, a Oracle, completar a aquisição da Sun Microsystems.

• Na semana passada, a parte oeste de Iowa recebeu a informação de que duas instalações de frigoríficos serão fechadas. A Smithfield Foods fechará sua fábrica de Sioux City, resultando em 1.500 demissões, e a Tyson Foods vai demitir 500 funcionários com o fechamento de sua fábrica de Council Bluffs, próxima a Omaha, Nebraska.

• A Time Warner Cable, com sede em Denver, vai eliminar 350 postos de trabalho de acordo com um relatório emitido na quinta-feira.

A cada dia chegam novas notícias de demissões ou cortes de postos de trabalho nos estados, cidades e municípios. Na quarta-feira, o Conselho Municipal de Los Angeles anunciou que iria demitir pelo menos 1.000 trabalhadores da cidade e dar férias coletivas para milhares de trabalhadores para evitar a falência, e o prefeito de Nova York Michael Bloomberg alertou esta semana que a cidade pode realizar 18.500 demissões neste ano.

Os cortes de empregos entre os trabalhadores do setor público apontam para os efeitos do pacote econômico de estímulos da administração Obama, aprovada em fevereiro passado. O pacote não conseguiu conter a onda de perdas de emprego do setor privado em 2009, mas permitiu aos governos estaduais adiar alguns cortes. Meros 100.000 empregos no setor público foram contratados desde dezembro de 2007, enquanto mais de 7 milhões de empregos do setor privado foram perdidos.

Também na quinta-feira, o Departamento do Comércio informou que as encomendas de bens duráveis aumentaram 0,3 % em dezembro, muito abaixo das expectativas dos economistas de um aumento de 2 %, enquanto que as encomendas de bens duráveis em novembro tiveram seus números revisados para baixo. O declínio nas encomendas de bens duráveis para 2009 no total, 20,2%, foi o mais forte registrado desde 1992. Bens duráveis são itens de alto valor que mantêm sua utilidade durante um período prolongado, tal como carros e eletrodomésticos.

Dados recentes sugerem que os valores de habitação nos EUA, a principal fonte de riqueza para a maioria das famílias americanas, pode cair ainda mais.

O Departamento de Comércio informou na quarta-feira que a compra de novas casas caiu 7,6% em dezembro para 342.000 em uma base anual, muito pior do que os economistas entrevistados haviam antecipado. No total, 374.000 casas foram vendidas nos EUA em 2009, o menor total de registros desde 1963. Na semana passada, a Associação Nacional de Corretores de Imóveis relatou um declínio de 16,7% em dezembro na venda de casas existentes, o pior resultado registrado desde 1968.

[traduzido por movimentonn.org]

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