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China
Sinais de desaceleração pioram medos do mercado
Por Mike Head
18 de agosto de 2010
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Sinais de uma desaceleração considerável
no crescimento econômico chinês, e temores de que
o país esteja à beira do precipício de uma
contração mais grave, contribuíram para quedas
no mercado de ações global esta semana.
A preocupação dos investidores veio dos indicadores
econômicos divulgados pelo governo, que mostram menor crescimento
em investimentos, produção industrial, vendas do
varejo - especialmente automóveis -, e importações.
Todas as estatísticas apontam um declínio na demanda
interna de um país que continuou seu crescimento vertiginoso
mesmo quando a economia global estava em recessão.
O governo chinês respondeu à crise econômica
global que emergiu em 2008 com gigantescas medidas de estímulo,
com o objetivo de manter a taxa de crescimento do país
em mais de 8%. Uma inundação de empréstimos
bancários baratos, que chegaram ao montante de US$ 1,4
trilhão em 2009, levaram à especulação
desenfreada com imóveis e ações, ameaçando
desestabilizar o sistema financeiro.
A última desaceleração é em parte
um produto dos esforços feitos pelo governo para dominar
o cenário do crédito bancário e da especulação
imobiliária. Os representantes governamentais insistiram
que os números apontam para uma saudável auto-correção
do mercado, mas os medos de que a queda se mostre mais séria
permanecem. Ainda existem preocupações de
que a desaceleração da China possa acabar sendo
mais grave e desestabilizadora do que pretendido, escreveu
Aaron Back para o Wall Street Journal.
O nervosismo quanto ao estado da economia chinesa - hoje a
segunda maior economia do mundo - contribuiu para medos de um
retorno da recessão nos EUA e na Europa. Ontem Wall Street
teve queda pelo terceiro dia comercial seguido, com o índice
Dow Jones Industrial Average perdendo 58,88 pontos, ou 0,57%,
depois que o número de requerimentos de benefícios
para desempregados saltou inesperadamente para o maior nível
em seis meses. Grandes bolsas européias também caíram.
O crescimento das importações chinesas - importante
indicador da atividade econômica futura - desacelerou em
julho. Uma grande parte das importações chinesas
consiste de matéria-prima, componentes e bens de capital
que são usados para manufaturar produtos industriais de
exportação. As importações em queda
precedem um declínio na produção industrial,
e subiram 22,7% no mês de julho, em comparação
com um ano atrás, para US$ 116,8 bilhões - menos
de metade da expansão de 53% vista em junho.
As estatísticas oficiais divulgadas no mês passado
sugerem que a economia chinesa cresceu num ritmo anual de 11,9%
no primeiro trimestre de 2010, desacelerando para 10,3% entre
abril e junho. Os últimos dados sugerem um decréscimo
ainda maior.
A produção industrial permanece significativamente
acima dos níveis de 2009, mas houve uma notável
desaceleração nos meses recentes. A produção
manufatureira subiu para 13,4% em julho com relação
a um ano atrás, caindo com relação ao crescimento
anual de 16,5% registrado em maio. Um padrão similar é
evidente nos investimentos em bens fixos, que cresceram em 24,9%
no mês passado em comparação a um ano atrás,
depois de terem crescido 25,5% em junho.
A maior contração ocorreu nas vendas automotivas,
que caíram 11,9% em junho para 1,2 milhão de veículos,
de acordo com a Associação Chinesa de Fabricantes
Automobilísticos. As vendas ainda assim cresceram 14,4%
com relação ao ano passado, e devem crescer mais
20% neste ano. Mas essa marca representa uma queda brusca quanto
ao crescimento gigantesco de 45% em 2009, que foi motivado por
cortes fiscais, subsídios aos compradores rurais e incentivos
para a compra de veículos mais limpos.
A queda nas vendas foi considerada um revés para fabricantes
globais como a General Motors, que esperava que a China compensasse
a demanda decrescente em outras partes do mundo. Os fabricantes
também enfrentam custos em alta e a inquietude da classe
trabalhadora, demonstrada nas greves recentes em fornecedoras
de auto-peças afiliadas à Honda e à Toyota,
reivindicando reajustes salariais e melhores condições
de trabalho.
Apesar da economia em desaceleração e dos esforços
governamentais para minimizar a inflação, os preços
dos bens de consumo subiram em 3,3% no mês de julho, em
comparação a um ano antes, alta acelerada em relação
ao aumento de 2,9% em junho. Os preços dos alimentos subiram
em 6,8% em julho, em comparação a um ano antes,
em relação ao aumento de 5,7% em junho. PequimPequim
teme que os preços em alta, particularmente para itens
básicos como alimentos, fomentem a inquietação
social e as greves dos trabalhadores.
A decisão do governo de restringir os empréstimos
bancários reflete preocupações em Pequim
e internacionalmente sobre a estabilidade do sistema bancário
chinês em meio à especulação desenfreada,
particularmente no mercado imobiliário. A dívida
estatal oficial do governo central chinês é de cerca
de 17% do produto interno bruto (PIB), mas o banco britânico
Standard Chartered estima que a verdadeira taxa dívida-PIB
chegasse a 80% se as dívidas ocultas, como as dos governos
locais, fossem incluídas. Esse número está
bem acima do que costumava se considerar saudável antes
do crash global de 2007-08, ainda que abaixo da taxa de dívida-PIB
de 200% do Japão e da Europa.
De acordo com o Financial Times, 20% dos governos locais chineses
irão provavelmente se tornar inadimplentes no pagamento
de sua parcela do montante de US$ 1,1 trilhão em empréstimos
dos bancos às autoridades locais como parte das medidas
de estímulo anunciadas em novembro de 2008. Os analistas
disseram ao jornal que, desde que o crescimento forte continue,
a China dificilmente sofrerá uma crise bancária
ou financeira como resultado das dívidas ocultas. "Mas
se o crescimento for insípido ou houver um choque inflacionário
(...) as coisas podem se dificultar bastante, disse Stephen
Green, chefe do setor encarregado da China no Standard Chartered.
O Financial Times observou que soou um alarme entre os políticos
de Pequim quanto a um risco relacionado de implosão
no frágil sistema financeiro da China - a rápida
emergência de um mercado virtualmente não-regulado
sob a forma de exóticos produtos financeiros recondicionados
e empréstimos bancários altamente excessivos. De
quase zero há dois anos, esses empréstimos haviam
crescido para mais de 2,3 trilhões de yuans ao final de
junho, com mais de 1,3 trilhão de yuans emitidos somente
nos primeiros seis meses de 2010. Durante junho apenas, 33 bancos
e 38 companhias fiduciárias emitiram 568 produtos do tipo
num montante total de 890 bilhões de yuans, excedendo de
longe o aumento de 603 bilhões de yuans nos empréstimos
bancários.
Há também pontos de interrogação
sobre a demanda externa da qual a economia chinesa tanto depende.
Embora os números de terça-feira tenham se mostrado
melhores do que o esperado, o crescimento de 38,1% nas exportações
chinesas, subindo para US$ 145,5 bilhões em julho, foi
menor do que o aumento de 43,9% de junho. Os indicadores desta
semana, apontando para uma desaceleração nos EUA
e uma crise de endividamento estatal na Europa, significam que
a expansão chinesa artificialmente estimulada está
se chocando com os limites impostos pela inexorável recessão
em seus mercados primários.
A desaceleração no crescimento das importações
no mês passado significava que o superávit comercial
chinês se ampliou de US$ 20,02 bilhões em junho para
US$ 28,7 bilhões em julho - patamar mais elevado em 18
meses. Isso já está gerando uma renovação
nas exigências protecionistas dos EUA por medidas que forcem
a revaloração do yuan. Um número de projetos
de lei foram esboçados, apoiados tanto pelos Democratas
quanto pelos Republicanos, para impor medidas retaliatórias
contra as mercadorias chinesas, a não ser que Pequim valorize
o yuan para tornar as exportações chinesas mais
caras nos mercados mundiais.
Existem indicações de que tal legislação
possa ser aprovada pouco antes das eleições para
o congresso americano em novembro, enquanto a administração
Obama, os candidatos ao congresso de ambos os grandes partidos,
e os líderes sindicais procuram desviar a raiva da classe
trabalhadora quanto ao desemprego em alta numa direção
nacionalista reacionária. No início do ano os EUA
impuseram uma série de tarifas sobre diversos importados
chineses, incluindo produtos em aço e pneus, induzindo
ameaças de retaliação comercial por parte
de Pequim e elevando as tensões.
Apesar de suas taxas de crescimento sustentadamente altas,
a China é particularmente vulnerável a quaisquer
medidas que restrinjam seus mercados de exportação.
Uma queda nas exportações levaria inevitavelmente
a um novo ciclo de fechamentos de fábricas, níveis
crescentes de desemprego e crescente inquietação
social na sua gigantesca classe trabalhadora - prospectos que
Pequim está desesperada para evitar.
(traduzido por movimentonn.org)
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