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WSWS : Portuguese

Sindicatos europeus aceitam o fechamento da fábrica da GM na Bélgica

Por Dietmar Henning
29 de abril de 2010

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Publicado originalmente em inglês no dia 24 de abril de 2010

Os conselhos sindicais de trabalhadores concordaram com o fechamento da fábrica da General Motors Opel em Antuérpia, Bélgica, apesar da enorme oposição dos trabalhadores. Todos os outros relatórios ou declarações que dizem o contrário são apenas fraudes que visam dissimular a traição. O fechamento afeta diretamente mais de 2.500 trabalhadores.

No domingo, os conselhos de trabalhadores europeus, o chamado Fórum de Trabalhadores Europeus (FEE), concordou com um "Memorando de Entendimento" com a gestão européia da General Motors. No mesmo dia a Reuters anunciou o acordo e citou o presidente do FEE, Klaus Franz: "Concluímos as negociações sobre um MoU (Memorando de Entendimento). Está praticamente assinado."

Os jornais também anunciaram o acordo. De acordo com o Spiegel Online, a fábrica deve ser fechada até o final do ano. Um "plano social", incluindo aquisições e aposentadorias antecipadas, tinha sido acordado, mas ainda deve ser votado pelos trabalhadores. O Spiegel Online cita Franz: "Se o plano social for aceito pelos trabalhadores belgas, isso irá remover um grande obstáculo do caminho."

Na segunda-feira, os trabalhadores belgas, espontaneamente entraram em greve em protesto, logo após o início do turno da manhã. Eles foram, então, convencidos a retornar ao trabalho pelos conselhos de trabalhadores. Os sindicatos alegaram que a imprensa tem sido alimentada pela desinformação da administração da GM, e que nada tinha sido assinado.

Esta é uma clara distorção dos fatos. O memorando de entendimento que, de acordo com o chefe do conselho de trabalhadores Franz, já está "praticamente assinado", afirma "imediata reestruturação e demissão de aprox. 1.250 funcionários até o final de junho de 2010. A conclusão de um plano social local até meio de abril —se nenhum investidor for encontrado, esse plano também é válido para o resto dos funcionários até ao final de Dezembro de 2010".

Ou seja, trabalhadores que não aceitarem a venda voluntariamente serão forçados a aceitá-la no final do ano a menos que a GM encontre outra empresa para comprar a planta.

Apenas algumas semanas atrás os sindicatos e os conselhos de trabalhadores proclamaram que nunca aceitariam o fechamento da fábrica em Antuérpia. Em 22 de janeiro os conselhos de trabalhadores e os chefes distritais do sindicato IG Metall das fábricas alemãs da Opel divulgaram um comunicado à imprensa com o título "Fechamento da fábrica da Opel em Antuérpia, uma declaração de guerra aos trabalhadores." O comunicado à imprensa afirmava: "Nós nos opomos a qualquer fechamento das fábricas existentes, em particular o fechamento da fábrica de Antuérpia. Nenhum acordo sobre economias a serem feitas é possível nessas condições". O IG Metall já removeu essa declaração do seu site.

As declarações hipócritas de solidariedade do sindicato foram destinadas exclusivamente a pacificar a força de trabalho engajada na Bélgica, que tem incessantemente protestado contra o encerramento previsto para a sua fábrica. Isso deu ao sindicato e ao conselho de trabalhadores um espaço de manobra para preparar uma estratégia para o fechamento da fábrica nas costas dos trabalhadores.

O memorando acordado com a administração da GM indica a natureza dessa estratégia. Cerca de 1.250 trabalhadores, ou quase metade da força de trabalho será demitida até o final de junho através de pagamentos de compensação e de um esquema de aposentadoria antecipada. Os 1.300 restantes definharão na espera de que um investidor intervenha.

A GM prometeu a qualquer potencial investidor encomendas para a produção do Astra Cabrio e do Astra três portas, bem como a "possível nova geração de Astras conversíveis". Na verdade tudo isso é extremamente vago, como indicado pela palavra "possível", e a GM tem um histórico sujo de não honrar tais declarações de intenção. Sob condições de excesso de capacidade na indústria mundial de automóveis, é improvável que algum investidor seja encontrado.

Os planos de fechar Antuérpia existem há algum tempo. Eles faziam parte do conceito apresentado pela Magna, que originalmente propôs assumir a produção européia da GM com o pleno apoio do IG Metall e dos conselhos de trabalhadores. Quando a GM abandonou a Magna e decidiu conduzir a Opel sob sua própria direção, a empresa simplesmente aprovou o plano de cortes e encerramentos que a Magna havia anteriormente acordado com os sindicatos. Esses planos prevêem o corte de cerca de 10 mil trabalhadores do efetivo total de 48 mil na Europa, juntamente com cortes de salários em massa.

Foram, em particular, o sindicato alemão IG Metall e o conselho de trabalhadores alemão que sistematicamente empurraram para o encerramento da fábrica em Antuérpia. O conselho de trabalhadores na fábrica de Bochum, Alemanha, liderado por seu presidente, Rainer Einenkel, acreditou que poderia prolongar a atividade operacional da sua própria fábrica ao incentivar o fechamento de Antuérpia.

Os conselhos de trabalhadores funcionam como uma força policial para a gestão da empresa. Foram eles que se comprometeram a planejar e implementar a chamada "reestruturação" da empresa, incluindo cortes de salários para o pessoal remanescente da GM Europa, no valor total de €265 milhões por ano.

Esses cortes maciços são a condição prévia para os subsídios para a GM de €1.8 bilhão prometido pelos governos europeus. Até agora, apenas o governo britânico anunciou o pagamento para a GM de €300 milhões. Se os conselhos de trabalhadores tiverem sucesso e forem capazes de fechar a fábrica belga, o caminho estaria livre para os subsídios prometidos. Isso é aquilo ao que Klaus Franz se referia quando disse que o acordo por parte dos trabalhadores para o Memorando de Entendimento "removeria um obstáculo importante do caminho".

(traduzido por movimentonn.org)

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