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Pobreza nos EUA atinge maior nível em 11 anos
Por Shannon Jones
18 de setembro de 2009
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Publicado originalmente em inglês em nosso site no
dia 11 de setembro de 2009
A pobreza nos Estados Unidos subiu para 13,2% em 2008, de 12,5%
em 2007. É o patamar mais elevado de pobreza desde 1997.
O aumento veio com os milhões de postos de trabalho perdidos
no primeiro ano da pior crise econômica desde a Grande Depressão.
A renda familiar média também atingiu o nível
mais baixo desde 1997, e o número de pessoas sem seguro-saúde
aumentou. Os dados foram apresentados pela Pesquisa Populacional
do Birô de Censo, publicada na última quinta-feira.
Em 2008, 39,8 milhões de pessoas viviam em estado de
pobreza. Eram 37,3 milhões em 2007. O governo define pobreza
pela referência de uma família de quatro membros
com renda anual de menos de $22.025. Por essa medida, a taxa de
pobreza para crianças com menos de 18 anos aumentou de
18% em 2007 para 19% em 2009. Havia 14,4 milhões de crianças
vivendo na pobreza em 2008. A taxa de pobreza familiar aumentou
para 10,3% em 2008, com 8,1 milhões de famílias
na pobreza. Como o nível oficial de pobreza do governo
é absurdamente baixo, esses números subestimam drasticamente
o quadro verdadeiro.
O meio-oeste e oeste dos EUA mostraram aumentos tanto na taxa
de pobreza quanto no número de pessoas vivendo em estado
de pobreza. O meio-oeste, fortemente atingido pela perda de empregos
na manufatura, viu um aumento na taxa de pobreza para 12,4% em
2008, de 11,1% em 2007, equivalente a um aumento de 900.000 no
número de pessoas vivendo em estado de pobreza. A taxa
de pobreza no oeste, impulsionada pelo colapso da bolha imobiliária,
subiu de 12% para 13,5%, o equivale a mais de 1,2 milhões
de pessoas vivendo em estado de pobreza.
A taxa de pobreza entre os brancos subiu para 8,6%, de 8,2%
em 2007. A pobreza entre hispânicos foi para 23,2%, de 21,5%
em 2007. A pobreza entre afro-americanos permaneceu inalterada
em 24,7%. De acordo com o relatório, 31% dos americanos
caíram na pobreza por ao menos dois meses entre 2004 e
2007. Em 2008, 17,1 milhões de pessoas possuíam
renda abaixo da metade do nível oficial de pobreza, vivendo,
em outras palavras, em situação de pobreza extrema.
Desse número, 36,8% eram crianças.
De acordo com o relatório, a renda familiar média
caiu 3,6% entre 2007 e 2008. A queda na renda média foi
o maior declínio anual desde 1991. Dada a correção
inflacionária, isso significa que a renda média
está abaixo do nível de 1998. Essa é a primeira
vez, nos 40 anos em que o Birô de Censo tem registrado a
renda familiar, que houve um período de 10 anos sem aumentos
na renda média. Muito provavelmente esse é o maior
declínio do tipo desde a Depressão da década
de 1930, já que os anos de 1940 e 1950 de um modo geral
viram aumentos na renda média.
A maior queda na renda, 5,4%, ocorreu entre trabalhadores assalariados
da faixa etária de 45-54 anos. O segundo maior declínio,
3,9%, atingiu trabalhadores na faixa etária de 55-64 anos.
Se a porcentagem de pessoas sem seguro hospitalar permaneceu
inalterada em 2008, o número de não-segurados aumentou
para 46,3 milhões, de 45,7 milhões em 2008. Entre
crianças menores de 18 anos, 15,9% não possuíam
seguro-saúde. O número de pessoas cobertas por seguros-saúde
fornecidos pelo local de trabalho caiu de 177,4 milhões
para 176,3 milhões, refletindo o impacto das perdas de
empregos e da ação dos empregadores em deixar de
fornecer a cobertura hospitalar para os empregados. Pelo oitavo
ano seguido, 2008 viu uma queda na porcentagem de pessoas cobertas
por seguro-saúde fornecido pelo local de trabalho.
O número de cobertos por seguro-saúde governamental
subiu de 83 milhões para 87,4 milhões, conforme
um número de Estados expandiu o programa Medicaid e a cobertura
hospitalar para crianças.
O Texas tem a maior taxa de não-segurados, impressionantes
25%, de 24,1% em 2007. O Novo México vem em segundo com
uma taxa de não-segurados de 23%. A Califórnia tem
o maior número de não-segurados, com 6,7 milhões
de pessoas sem cobertura hospitalar.
Esses números apresentam um reflexo pálido da
situação atual, já que não refletem
o impacto das contínuas demissões em massa e cortes
nos serviços sociais. Com base nas perdas continuadas de
postos de trabalho, o número real de não-segurados
está provavelmente perto de 50 milhões, número
utilizado pelo Escritório Orçamentário do
Congresso.
A taxa oficial de desemprego em agosto foi de 9,7%. Cerca de
7 milhões de pessoas perderam seus empregos desde o começo
da recessão. Foram 3,8 milhões apenas neste ano,
e o número está crescendo.
Um economista do Instituto de Políticas Econômicas
disse a Reuters que de acordo com sua estimativa "um quarto
de todas as crianças deste país viverá na
pobreza" ao final deste ano.
Um relatório público emitido pela Associação
de Saúde Pública dos EUA declara, "Assustadoramente,
o número de não-segurados vindo do Birô de
Censo dos EUA representa apenas a ponta do problema," completando,
"Há mais 25 milhões de sub-segurados que também
recebem acesso inadequado ao auxílio hospitalar e correm
o risco de acabarem do mesmo modo que aqueles que não têm
qualquer cobertura."
A renda média corrigida de acordo com a inflação
foi de $50.303 em 2008, queda de 3,6% em relação
aos $52.163 de 2007. Sheldon Danziger do Centro de Estudos Populacionais
da Universidade de Michigan disse que espera um declínio
de mais 5% em 2009. Se esse for de fato o caso, a renda média
atingiria seu menor nível desde ao menos 1995.
O aumento do número de pessoas vivendo em estado de
pobreza, junto com a renda em declínio da vasta maioria,
fazem contraste com o aumento sustentado da renda dos 1% mais
ricos. Pagamentos aos banqueiros de Wall Street e aos financistas
devem atingir novas alturas em 2009. Os números do Birô
de Censo fornecem mais uma indicação das enormes
tensões sociais que se acumulam nos Estados Unidos.
[traduzido por movimentonn.org]
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