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A crise mundial dos empregos

Por Tom Eley
22 de setembro de 2009

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Publicado originalmente em inglês em nosso site no dia 18 de setembro de 2009

Relatórios publicados nesta semana sobre desemprego, pobreza e fome demonstram que a crise econômica mundial está efetuando uma reestruturação fundamental nas relações sociais, caracterizadas por um alto índice de desemprego a longo-prazo e o empobrecimento da classe trabalhadora como um todo.

Um estudo da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD) apresentou, na última quarta-feira, um relatório onde afirma que, até o final de 2010, 10 milhões de empregos serão cortados, elevando para 25 milhões o número de postos eliminados nos 30 países membros do grupo de países industrializados desde que a crise se manifestou, ao final de 2007.

A taxa de desemprego da OECD subiu para 8,3% em junho, o mais alto nível registrado desde o final da Segunda Guerra Mundial - um grande aumento em relação ao final de 2007, quando era de 5,6%.

Entre os 30 países-membros, a Espanha possui o mais alto índice de desemprego, atingindo 18,1%, acompanhada por outros dois países duramente atingidos - a Irlanda e os EUA - que registraram o mais rápido aumento neste ano. Desde o começo de 2007, o desemprego na Espanha, Irlanda e EUA aumentou 9,7%, 7,8% e 4,5% respectivamente.

O índice oficial do desemprego nos EUA está em 9,7% e ultrapassará os 10% no próximo ano, segundo prediz a OECD. Espera-se que o desemprego na Alemanha, França, Itália e Canada cresça rapidamente até o fim do próximo ano, alcançando, respectivamente, 11,8%, 11,3%, 10,5% e 10%.

O relatório também aponta o desemprego entre os jovens como um problema preocupante. Para os trabalhadores entre 15 e 24 anos, a OCDE prevê uma taxa de desemprego de quase 40% na Espanha no próximo ano. Na frança e na Itália a previsão é de 25%. Na Turquia, 23% e nos EUA e Inglaterra, 18%.

Torna-se evidente, a cada dia, que os empregos, salários, benefícios e gastos sociais eliminados na recessão não mais se recomporão.

O estudo da OECD alerta: "o maior risco é o de que muito desse abismo que se abre no desemprego seja estrutural". Por sua vez, recente matéria da revista Time antecipa que o desemprego nos EUA no próximo período estará entre 9% e 11%.

A crise econômica também atinge as nações ditas "em desenvolvimento".

Novo relatório do Programa Alimentar Mundial (WFP) das Nações Unidas revela que mais de um bilhão de pessoas, ou cerca de uma pessoa a cada seis no planeta, experimentarão fome neste ano. A fome se espalha principalmente nos países da Africa Subsaariana e na Ásia, mas também cresce entre os trabalhadores dos países capitalistas avançados, como os EUA.

Na quarta-feira, o Banco Mundial publicou um relatório onde afirma que a crise econômica mundial levará 89 milhões de pessoas ou mais à pobreza até o fim do próximo ano, principalmente nos países mais pobres.

O secretário geral da OECD, Angel Gurría, relatou que os governos têm "injetado trilhões e trilhões e trilhões" na crise econômica e alertou que "o desemprego é o principal elemento na crise atual. Não podemos cantar vitória por ver os indicadores econômicos subindo. Não deveríamos acreditar que o crescimento do PIB resolverá o problema [do desemprego]".

O diretor executivo do Programa Alimentar Mundial, Josette Sheeran, comentou que US$ 3 bilhões seriam necessários para alimentar 108 milhões de pessoas necessitadas no planeta. Tal quantia é menos de um centésimo de um porcento dos trilhões injetados pelos governos mundiais na economia capitalista.

Para a grande maioria da população mundial, a crise econômica apenas começou.

Os novos relatórios citados deixam claro que a crise social é acima de tudo internacional, com origem internacional. Segue-se disso que o desemprego e a pobreza não podem ser combatidos através de medidas isoladas e nacionalistas, dentro de uma perspectiva protecionista que visa restabelecer a indústria nacional - a perspectiva apresentada pelos sindicatos em todos os países.

Pelo contrário, é necessária uma ofensiva coordenada da classe trabalhadora internacional, com base num programa socialista e internacionalista que busque reorganizar a economia global para atender as necessidades humanas e não o império do lucro da burguesia de todo o mundo.

(traduzido por movimentonn.org)

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