EN
INGLES
Visite el sitio inglés
actualizado a diario
pulsando:
www.wsws.org
Análisis
Actuales
Sobre
el WSWS
Sobre
el CICI
|
|
WSWS : Portuguese
Sessenta anos da Revolução Chinesa: Lições
para a classe trabalhadora
Por John Chan
7 de outubro de 2009
Utilice
esta versión para imprimir |
Comunicar-se
com o autor
Publicado originalmente em inglês no WSWS no dia 1
de outubro de 2009
No dia primeiro de outubro fez 60 anos que o Partido Comunista
Chinês (PCC), liderado por Mao Zedong, tomou o poder e proclamou
a República Popular da China.
A agitação revolucionária na China fez
parte de um levante mundial da classe trabalhadora e das massas
oprimidas, após o fim da II Guerra Mundial. Como em outras
partes da Ásia, América Latina e África,
milhões de trabalhadores e camponeses estavam determinados
a libertar-se das algemas do regime colonial, que na China, na
década de 1930, assumiu a forma de uma brutal ocupação
militar japonesa. Apesar da imensa escala da luta, no entanto,
a revolução de 1949 não foi socialista ou
comunista. Ela não trouxe a classe trabalhadora ao poder,
mas sim, o exército camponês de Mao.
Hoje, é óbvio que a China, apesar de suas pretensões
"comunistas", está plenamente integrada à
economia capitalista mundial assim como à sua plataforma
de trabalho barato. De que outra forma se pode explicar as felicitações
enviadas à Pequim por dois presidentes conservadores norte-americanos
Bush pai e Bush filho no 60º aniversário
da Revolução Chinesa, ou a decoração
do Empire State em Nova York com luzes vermelhas e amarelas
as cores revolucionárias da China para marcar o
evento? Wall Street aprecia muito a contribuição
do Estado policial chinês ao mobilizar milhões de
trabalhadores para trabalhar para as corporações
globais, para não mencionar suas enormes aquisições
de títulos americanos.
Estas celebrações não estão em
desacordo com o maoísmo e a Revolução Chinesa
de 1949, mas são o seu resultado lógico. O PCC foi
formado em 1921, influenciado pela Revolução Russa
de 1917 com base no marxismo. No entanto, foi rapidamente impactado
pela ascensão do stalinismo na União Soviética.
Sob condições em que o primeiro estado operário
estava isolado, o grupo de Stalin, representando os interesses
de um aparato burocrático conservador, usurpou o poder
após a morte de Lenin, em 1924, com base na rejeição
do internacionalismo socialista.
Stalin atacou especificamente a "Teoria da Revolução
Permanente" de Leon Trotsky, que considera que, em países
de desenvolvimento capitalista atrasado como a Rússia e
a China, apenas a classe trabalhadora seria capaz de cumprir as
tarefas democráticas nacionais. Tendo tomado o poder como
direção das massas oprimidas, o proletariado aplicaria
medidas socialistas como parte de uma ampla luta pelo socialismo
em nível internacional. Para Stalin, a "Revolução
Permanente" de Trotsky, que tinha provado ser um guia de
tal precisão teórica para os eventos de 1917, tornara-se
uma ameaça intolerável para a posição
privilegiada da burocracia, cujos interesses foram resumidos na
teoria reacionária stalinista do "socialismo num só
país".
Na China, para continuar a sua própria aliança
oportunista com o partido nacionalista Kuomintang (KMT), Stalin
forçou o jovem PCC a juntar-se a esse partido burguês.
Em um repúdio direto das lições da Revolução
Russa, ele declarou que a revolução chinesa envolveria
duas fases primeiro, a realização das tarefas
democráticas nacionais pela burguesia chinesa, depois,
o socialismo, em um futuro distante. No decorrer da revolução
de 1925-27, no entanto, a classe capitalista chinesa foi ainda
mais mercenária do que a sua correspondente russa. Aterrorizado
com o levante revolucionário, o KMT afogou o PCC e a classe
trabalhadora em sangue uma derrota que só fortaleceu
a mão de ferro da burocracia em Moscou.
Como resultado de 1927, surgiram duas tendências dentro
do PCC. Uma virou-se para a Oposição de Esquerda,
que tinha avisado sobre o desastre preparado por Stalin, e abraçou
a "Revolução Permanente" de Trotsky. A
outra, liderada por Mao, concluiu que o problema não era
o stalinismo, mas a incapacidade orgânica da classe trabalhadora
para dirigir a revolução. O PCC expulsou os trotskistas
e, sob a liderança de Mao, abandonou a classe trabalhadora
urbana e voltou-se para os camponeses e as guerras de guerrilha.
Em um artigo notavelmente revelador de 1932, Trotsky assinalou
que o "Exército Vermelho" de Mao foi um movimento
de pequenos proprietários hostis à classe operária.
Seu antagonismo estava enraizado na diferente perspectiva de classe
existente entre proletariado e campesinato o primeiro representa
uma produção socializada em larga escala, o segundo,
uma seção da "classe média" decadente,
oposta à industria urbana e à cultura urbana. Ao
entrar nas cidades, Trotsky advertiu, o exército camponês
reprimiria qualquer movimento independente dos trabalhadores,
com seções do comando, ao longo do tempo, tornando-se
parte da burguesia.
Esta análise foi confirmada em 1949. Assim como fizeram
os partidos stalinistas internacionalmente depois da Segunda Guerra
Mundial, o PCC inicialmente tentou formar um governo de coalizão
com o KMT burguês, mas não conseguiu. Incentivado
pelo aparecimento da Guerra Fria contra a União Soviética,
o líder do KMT, Chiang Kai-shek lançou uma guerra
civil desesperada contra o PCC. O resultado não foi determinado
pela superestimada capacidade militar de Mao, mas pela profunda
debilidade econômica e política do regime do KMT,
que quase implodiu. Como Trotsky havia advertido, o novo governo
comunista de Mao suprimiu toda e qualquer iniciativa
independente da classe operária e protegeu a propriedade
privada. Nada como os conselhos de trabalhadores eleitos democraticamente
ou sovietes da revolução russa foi estabelecido.
O medo permanente do regime da classe trabalhadora foi expresso
na prisão de trotskistas chineses em 1952.
A perspectiva de orientação do novo regime não
foi o socialismo, mas a "nova fase democrática"
de Mao, que envolveu uma coligação com partidos
capitalistas e figuras que não haviam fugido com Chiang
para Taiwan. Suas reformas limitadas a nacionalização
da terra e a reforma agrária, medidas básicas de
bem-estar e a proibição de males sociais como a
prostituição e abuso de ópio foram
medidas burguesas. Do mesmo modo, a onda de nacionalizações
em meio à crise econômica gerada pela Guerra da Coréia
não foi "socialista", mas, equiparou-se às
políticas de regulação econômica nacional
em países como a Índia. O PCC simplesmente realizou
de forma mais consistente o programa implementado por líderes
burgueses do movimento anti-colonial como Nehru, da Índia.
Nítidas divisões emergiram dentro do regime maoísta.
O PCC foi obrigado a confiar em ex-capitalistas e profissionais
urbanos para manter a indústria, visto que a maioria de
seus quadros camponeses não sabia nada da produção
moderna. Esse fato continha as sementes do futuro conflito entre
o radicalismo de Mao que refletia o antagonismo dos camponeses
em relação à indústria e cultura urbanas
e, sobretudo, à classe trabalhadora e os chamados
seguidores da via capitalista, que concluíram que a grande
indústria e os mercado tinham que andar com a rédea
solta. Ambas as facções permaneceram enraizadas
no contexto nacionalista do "socialismo num só país"
e foram organicamente hostis à alternativa socialista para
superar o isolamento da China voltar-se para a classe trabalhadora
internacional sobre o programa da revolução socialista
mundial.
Os esquemas utópico de Mao para o socialismo rural,
comunidades camponesas e indústrias familiares produziu
um desastre após outro, culminando com a Grande Revolução
Cultural Proletária, que lançou contra facções
rivais em 1966. Quando os trabalhadores começaram a tomar
os problemas em suas próprias mãos, uma burocracia
aterrorizada rapidamente enterrou suas diferenças e colocou
o exército para reprimir a classe trabalhadora. A partir
de então, na medida em que a liderança do PCC expandiu
enormemente um culto em torno de Mao para justificar suas medidas
repressivas, o seu programa de radicalismo camponês foi
enterrado. Depois que Mao morreu, em 1976, o regime prendeu o
conhecido "Bando dos Quatro" e abandonou os slogans
da Revolução Cultural.
Enquanto os radicais de classe média dos anos 1960 e
1970 glorificaram a Revolução Cultural, os representantes
mais conscientes do imperialismo americano reconheceram que o
caráter de classe da "China Vermelha" e da União
Soviética não foram os mesmos. Este último
manteve-se um estado dos trabalhadores, ainda que degenerado.
No auge da "Revolução Cultural", em Outubro
de 1967, Richard Nixon escreveu na revista Foreign Affairs
que sua presidência futura puxaria a "China de volta
para a comunidade mundial, mas como uma grande e progressista
nação, não como o epicentro da revolução
mundial".
Na mesma edição do Foreign Affairs, outro
analista observou que o regime de Mao não era tão
diferente de governos burgueses levados ao poder pelos movimentos
anti-coloniais. A única diferença era "a eficácia
superior do comunismo chinês em promover os objetivos historicamente
associados ao modo de produção capitalista e da
ordem social construída sobre ele (...) A originalidade
do maoísmo reside nos métodos de mobilização
de massas em nome do comunismo para a conquista dos objetivos
inerentes a qualquer movimento nacional-revolucionário:
a industrialização da China e a aquisição
de meios militares (inclusive nucleares) adequados para a execução
das políticas das grandes potências".
Na sua essência, foi isso o que ocorreu nos últimos
30 anos. Nixon se encontrou com Mao, em 1972, estabelecendo as
bases para uma aliança anti-soviética e abertura
inicial da China ao capital estrangeiro. Em 1978, Deng Xiaoping
acelerou os investimentos estrangeiros e o restabelecimento do
mercado capitalista. Isso coincidiu com uma volta pelo capitalismo
mundial na década de 1970 para a globalização
da produção e a criação das plataformas
de trabalho barato. A entrada de capital estrangeiro tornou-se
uma inundação depois que o massacre da Praça
Tiananmen, em 1989, demonstrou a vontade do regime em utilizar
os métodos mais cruéis para reprimir a classe operária.
Que resultados estão sendo comemorados hoje? As reformas
limitadas da revolução de 1949 foram derrubadas,
assim como o regime do PCC. A gananciosa burguesia chinesa que
ele representa domina sobre um abismo aprofundado entre ricos
e pobres. Mas, quando os burocratas do PCC deram as mãos
aos representantes do capitalismo global para brindar a República
Popular da China, eles estavam lançando um olhar nervoso
sobre os ombros de uma classe trabalhadora chinesa que tem expandido
enormemente e está intimamente integrada com os trabalhadores
em todo o mundo.
Acima de tudo, em meio à pior crise mundial do capitalismo
desde a década de 1930, eles temem que a classe operária
comece a tirar lições políticas da revolução
de 1949, rejeitar o beco sem saída do stalinismo e do maoísmo
e voltar-se para o caminho da revolução socialista
mundial. Na China, isso significa construir a seção
do Comitê Internacional da Quarta Internacional, o movimento
trotskista mundial, para fortalecer a direção revolucionária.
[traduzido por movimentonn.org]
Regresar a la parte superior de la página
Copyright 1998-2012
World Socialist Web Site
All rights reserved |