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Trabalhadores ocupam fábrica e lutam para reavivar internacionalismo

Por Antoine Lerougetel
13 de maio de 2009

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Publicado originalmente em inglês no WSWS no dia 8 de maio 2009.

Trabalhadores da Continental da cidade de Clairoix, França, ocuparam a planta da empresa em Sarreguemines no dia 6 de maio. Um dos exemplos mais importantes dados pelos companheiros franceses, foi o esforço que fizeram para articularem-se com os trabalhadores alemães e franceses.

No começo desta semana, os trabalhadores desempregados de Clairoix decidiram avançar em sua campanha para recuperar seus empregos, cruzando a fronteira França-Alemanha e solicitando a solidariedade de seu colegas alemães na fábrica da Continental em Aachen. Mais de 300 trabalhadores da Clairoix partiram na quarta-feira de manhã em 60 carros para encontrar colegas na fábrica da Continental em Aachen, na Alemanha.

A burocracia sindical tentou dissuadí-los. De acordo com o Aachener Zeitung de 5 maio, o presidente do Conselho Europeu de trabalhadores da Continental, Bruno Hickert, “advertiu insistentemente seus colegas para que agissem prudentemente. 'Qualquer tumulto apenas nos afetará!' Ele tentou persuadir os franceses a não realizarem uma manifestação e os deixou cientes do modo alemão de fazer as coisas”.

A polícia alemã, alertada sobre a chegada planejada da delegação francesa, dispôs um grande contingente para bloquear a fábrica. A área do estacionamento em frente à fabrica foi completamente ocupada pela polícia, que chegou em 20 carros. A polícia montada foi enviada de Düsseldorf e uma equipe de cães também esteve presente. Observadores da policia especial controlaram a principal rua de acesso à fabrica de Aachen em Phillipsstrasse.

O Libération de 6 de maio relatou que, tomando conhecimento da presença policial em Aachen, o comboio de trabalhadores de Clairoix “mudou a rota e foi para Sarreguemines”, cidade localizada no lado francês da fronteira franco-alemã e onde fica outra fábrica da Continental.

A fábrica de Sarreguemines aloja o escritório central da Continental francesa. A diretoria da fábrica de Sarreguemines foi alertada da chegada dos trabalhadores de Clairoix e trancou seus trabalhadores dentro da fábrica. As unidades da polícia e a CRS também foram chamadas para expulsar os trabalhadores de Clairoix, que tentaram forçar sua entrada na fábrica, mas foram incapazes de entrar nas áreas de produção do local. As unidades da polícia e da CRS também protegeram o Palácio da Justiça da cidade e os prédios do governo.

O Le Nouvel Observateur relatou sobre a chegada dos trabalhadores de Clairoix na planta de Sarreguemines: “Com gritos de 'Nós estamos em casa aqui' e 'solidariedade Continental' os 'Contis' abriram os parafusos do portão de entrada dos departamentos localizados no Mosel e entraram no local. Porém, não conseguiram entrar nos prédios da produção, cujas portas foram parafusadas ou obstruídas por paletes de aço. As portas da fábrica finalmente abriram para deixar uma centena de trabalhadores sair enquanto seus camaradas gritavam: 'Deixem nossos camaradas saírem' e 'Os chefes é que deveriam ser trancados!'.

O motivo declarado da ação dos trabalhadores de Clairoix em Sarreguemines foi antecipar uma assembléia tripartite planejada para 27 de maio entre os sindicatos franceses, os proprietários alemães e o governo francês.

Os trabalhadores de Clairoix deixaram a fábrica de Sarreguemines na quarta-feira à noite, depois do anúncio de que o encontro seria antecipado de 27 de maio para 12 de maio.

De sua parte, a CGT se recusou a conduzir qualquer luta para recuperar os empregos dos trabalhadores franceses e deixou claro que o único objetivo dos sindicatos é obter os pagamentos das demissões para os trabalhadores demitidos. Bruno Levert, o representante da CGT em Clairoix, disse ao Le Monde em 6 de maio que não acredita mais que o governo francês encontrará um comprador para a Continental. Conforme declarou: “A Continental não perderá participação no mercado com um comprador. Se eles fecharem Clairoix, é somente para ganharem participação no mercado em outros lugares da Europa. Tudo o que nós queremos é que a Continental nos dê o que é nosso, que é o nosso pagamento pela demissão”.

Desde o começo do ano, a Continental cortou 7.000 empregos, dentre os 130.000 que emprega em todo o mundo. A fábrica em Clairoix já foi fechada e mais empregos foram cortados. Além disso, o fechamento de novas plantas estão sendo preparados.

O fechamento da Clairoix significa a perda de 1.120 empregos. Quando os trabalhadores escutaram que o pedido para manter suas fábricas abertas tinha sido recusado, invadiram os escritórios do governo em Compiègne. As audiências agora estão pendentes para trabalhadores, acusados de danificar a propriedade no local da fábrica. Comentários hostis foram feitos pelos membros do governo, clamando por medidas enérgicas contra as “minorias ativas”.

Em 23 de abril, os trabalhadores da Clairoix viajaram para Hanover, Alemanha, onde a fábrica da Continental também está ameaçada de fechamento. Assim que chegaram em Hanover, foram recebidos calorosamente por seus camaradas alemães. No mesmo dia, os trabalhadores franceses e alemães realizaram uma manifestação conjunta pela cidade.

Os trabalhadores alemães traziam cartazes em alemão e francês que diziam: “Caros camaradas de Clairoix, bem-vindos a Hanover”, assim como: “Proletários de todos os países, uni-vos!”. Quando o contingente francês finalmente chegou, os trabalhadores alemães prepararam seu slogan: “Tous ensemble, Continental—solidarité” [Todos juntos, Continental—Solidariedade].

[traduzido por movimentonn.org]