Abaixo publicamos a segunda parte de palestra apresentada
na escola de verão do Socialist Equality Party (Partido
da Igualdade Socialista - SEP, sigla em inglês) em agosto
de 2007.
As exigências de Trotsky foram suprimidas, rejeitadas
e denunciadas com a defesa, feita pelo Comintern, de que o Partido
Comunista da Grã-Bretanha se subordinasse à aliança
com o Congresso dos Sindicatos (TUC, na sigla em inglês)
e sua ala esquerdista, tomando como demanda central do partido
e de sua agitação o lema "Todo o poder ao Conselho
Geral [do TUC]".
Para entender exatamente que mudança estava sendo imposta,
podemos olhar o que o PCGB dizia antes de ser totalmente conduzido
pelo Comintern à sua nova linha política. Alguns
perigos já estava colocados com a idéia de um Movimento
Nacional de Minoria, mas, ainda assim, o contraste é gritante.
Em agosto de 1924, a primeira conferência anual do Movimento
Nacional de Minoria convocou a instauração de comitês
de fábrica e o fortalecimento dos poderes do Conselho Geral
como arma contra o regionalismo. Mas isso foi combinado com um
chamado pela luta contra o topo da burocracia sindical. Uma resolução
declarava: "Não se pode imaginar que o aumento dos
poderes do Conselho Geral terá a tendência de fazê-lo
menos reacionário. Pelo contrário, a tendência
é que se torne ainda mais reacionário... Podemos
evitar que o Conselho Geral se torne uma máquina dos capitalistas.
Somente podemos fazê-lo avançar do Conselho Geral
para uma Comissão Geral dos Trabalhadores, antes de tudo
e fundamentalmente, se desenvolvermos uma consciência de
classe revolucionária no corpo de membros do sindicato..."
Escrevendo em 1924 sobre o papel dos esquerdistas, que demandavam
relações com a URSS e faziam discursos anti-guerra,
John Ross Campbell já alertava: "No entanto, seria
uma política suicida se o Partido Comunista e o Movimento
de Minoria depositarem muita confiança sobre o que chamamos
de ala esquerda oficial... É o dever do nosso partido e
do Movimento de Minoria criticar suas fraquezas implacavelmente
e transformar o ponto de vista confuso e incompleto dos líderes
mais progressistas da esquerda num ponto de vista revolucionário.
Mas os trabalhadores revolucionários jamais podem esquecer
que sua principal atividade deve ser capturar as massas".
Rajani Palme Dutt escreveu em 1925: "Uma ala esquerda
no movimento da classe trabalhadora precisa se basear na luta
de classes, caso contrário realizará apenas manobras
para confundir os trabalhadores".
Ele declarou que o maior perigo no período futuro seria
a habilidade dos "esquerdistas devido à fraqueza
do desenvolvimento revolucionário na Inglaterra e à
autoridade e prestígio de suas posições
em ganhar o ouvido das massas com um punhado de frases e promessas,
ganhando também em torno de si o movimento das massas em
ascenso para, depois, dissipá-lo num fiasco de uma ópera
cômica... o Partido Comunista precisa conduzir uma incessante
guerra ideológica contra a esquerda, expondo desde sempre
toda expressão que traga confusão, ambiguidade,
bravata vã, frivolidade e oposição à
luta real e sujeição prática à direita".
Mesmo sobre do estabelecimento do comitê anglo-russo,
o Workers Weekly comentou:
"Unidade que significa apenas um acordo educado entre
líderes é inútil, a não ser que seja
apoiada pela pressão das massas. A unidade que se limita
a negociações entre Amsterdã e sindicatos
russos apenas alcança a superfície da questão...
Vastas massas trabalhadoras em todos os lugares avançam
vagarosamente. Os líderes que estiverem em seu caminho
serão varridos. A luta de classes não pode se limitar
a uma troca de cartas diplomáticas".
A luta política contra os esquerdistas estava ligada
a uma orientação revolucionária. Depois da
Sexta-feira Vermelha, em 1925, J.T. Murphy escreveu que a greve
geral havia sido adiada mas ainda era inevitável: "Nos
deixem expressar claramente o que significa uma greve geral. Só
pode significar a derrubada de todo o poder à disposição
das mãos do Estado capitalista. Ou esse desafio é
um gesto... ou ele precisa se desenvolver em uma luta real pelo
poder..."
Sob a tutela de Stalin, Zinoviev e companhia, tais críticas
foram abandonadas e a perspectiva revolucionária previamente
avançada foi denunciada como ultra-esquerdismo e trotskismo.
Stalin ora identificava a revolução com o Conselho
Geral do TUC insistindo em janeiro de 1925 que a "ruptura
incipiente entre o Conselho Geral do TUC e o Partido Trabalhista"
era um sinal de que "algo revolucionário... se desenvolve
na Bretanha" , ora rejeitava qualquer possibilidade
de revolução, escrevendo no Pravda em março
que o capital havia "se libertado do pântano da crise
do pós-guerra", o que criou "um tipo de calmaria."
O PCGB se comprometeu com esse ponto de vista. Uma resolução
denunciando Trotsky foi enviada à Moscou e um artigo de
Bukharin atacando Trotsky foi publicado no Communist Review de
fevereiro de 1925, com um comentário editorial descrevendo-o
como "uma brilhante contribuição à teoria
e prática do leninismo."
Em março e abril, uma plenária conjunta da executiva
do Comintern e do comitê central do Partido Comunista Soviético
foi realizada para organizar a campanha contra o "trotskismo."
Tom Bell relatou que o PCGB não "hesitou" em
associar-se à direção do partido soviético.
O Workers' Weekly de 5 de junho de 1925 relatou que o Congresso
do PCGB não havia dado qualquer "suporte ao otimismo
revolucionário daqueles que sustentam que estamos às
vésperas de imediatas e vastas lutas revolucionárias.
Reconheceu que o capitalismo havia se estabilizado temporariamente."
A segunda conferência anual do Movimento Nacional de
Minoria em agosto fez de sua exigência central a garantia
de plenos poderes ao Conselho Geral do TUC, praticamente sem qualquer
crítica.
Dutt, escrevendo em novembro para desculpar os aliados de esquerda
do Comintern por não terem se oposto às expulsões
de comunistas do Partido Trabalhista em 1925, explicou que eles
careciam de "auto-confiança." A "superação
dessa fraqueza" era "uma tarefa essencial para o futuro",
declarou.
Três dias antes da erupção da greve geral,
em 30 de abril de 1926, Murphy escreveu na capa do Workers'
Weekly: "Nosso partido não tem posições
dirigentes nos sindicatos. Não está conduzindo negociações
com os empregadores e o governo. Somente pode dar sugestões
e dispor suas energias aos trabalhadores liderados por
outros... Sustentar quaisquer perspectivas exageradas sobre as
possibilidades revolucionárias desta crise e visões
de uma nova liderança 'se levantando espontaneamente em
meio à luta' é algo fantasioso..."
[Citações retiradas de Essays on the History
of British Communism, M. Woodhouse e B. Pearce, New Park,
1975]
O papel do PC em desarmar a classe trabalhadora evidencia-se
na declaração subseqüente de Murphy, onde se
afirma que "o choque" da traição da greve
"era grande demais para tornar possível a rápida
construção de uma nova direção."
O mesmo é válido para os comentários de
George Hardy, secretário em exercício do Movimento
de Minoria Nacional durante a greve geral. Em suas memórias,
diz que "apesar de sabermos da traição que
os líderes da direita eram capazes de realizar, não
entendíamos claramente o papel dos assim chamados esquerdistas
na direção do sindicato. Eles acabaram se provando
sacos de ar e capitularam à direita. Aprendemos uma grande
lição: ao desenvolver oficialmente um movimento
em direção à esquerda, o principal ponto
de preparo precisa ser sempre o desenvolvimento de uma liderança
com consciência de classe na base dos membros."
Tais declarações demonstram que, privada de qualquer
orientação revolucionária pelo PCGB, a classe
trabalhadora não tinha qualquer possibilidade de se armar
contra os esquerdistas, que eram continuamente elogiados sob ordens
do Comintern.
Dessa forma, os esquerdistas foram capazes de assumir um papel
direto e instrumental na traição da greve. O direitista
Thomas, da União Nacional de Ferroviários, estava
encarregado das negociações com o governo e trabalhava
deliberadamente para assegurar a derrota. Mas os esquerdistas
permitiram que ele o fizesse, em condições onde
milhões não possuíam qualquer confiança
no Conselho Geral do TUC ou na liderança do Partido Trabalhista.
O presidente do Comitê de Organização da Greve
era Purcell, enquanto Swales negociava ao lado de Thomas com o
governo Baldwin. Hicks e outros também ocupavam postos-chave.
Os líderes do PCGB tiveram sucesso em transformar o
partido em um subgrupo de esquerda dentro da burocracia sindical,
enquanto os sindicatos russos serviam de meros advogados da militância
industrial. Todo o aparato da Internacional Comunista estava mobilizado
para negar a necessidade da greve geral ser conduzida como uma
luta política contra o Estado e para insistir que a união
sindical sozinha podia trazer a vitória.
Quanto aos líderes do PCGB não terem sido avisados
sobre a traição dos esquerdistas, isso é
simplesmente mentira.
Trotsky escreveu em 6 de maio, em meio à greve, em seu
prefácio à segunda edição alemã
de Para Onde a Bretanha Está Indo?: "Nunca foi possível
atravessar uma torrente revolucionária montado no cavalo
do reformismo. Uma classe que entra na batalha dirigida por líderes
oportunistas está compelida a mudá-los, mesmo estando
sob fogo inimigo."
O PCGB procurou suprimir esses avisos. Para Onde a Bretanha
Está Indo? não foi publicado na Inglaterra até
muito depois da traição do TUC.
Brian Pearce era um membro do Grupo de História do PCGB,
ao lado de E.P. Thompson e Eric Hobsbawm. Foi recrutado para o
movimento trotskista por Gerry Healy após o discurso secreto
de Kruschev em 1956 e escreveu alguns dos melhores textos sobre
a Greve Geral e a história do Partido Comunista. Ele observa
que o prefácio citado acima da edição americana
de "Para Onde a Bretanha Está Indo?" foi omitido,
assim como todo o parágrafo seguinte: "A mais importante
tarefa dos participantes verdadeiramente revoluciónários
da greve geral será lutar resolutamente contra todo sinal
de traição e expor implacavelmente as ilusões
reformistas."
Graças ao Comintern, a greve geral foi dirigida não
apenas por pessoas que não acreditavam na revolução,
mas por uma liderança que era a oponente mais resoluta
e determinada da revolução. A atitude do TUC quanto
à greve, e consequentemente o serviço prestado ao
TUC pela facção de Stalin do Comintern, foi resumida
por Thomas no parlamento em 13 de maio, um dia após a traição
da greve. Ele disse: "O que eu temia sobre esta greve mais
do que todo o resto era: se por algum motivo ela escapasse das
mãos daqueles capazes de exercer algum controle, todo homem
são sabe o que teria acontecido... Esse perigo, esse medo
estava sempre em nossas mentes..."
A greve ocorreu somente porque o TUC foi lançado numa
disputa que não podia evitar e o governo queria uma disputa
para a qual tivesse se preparado com grande antecedência.
A Comissão do Carvão, indicada pelo governo e liderada
por Sir Herbert Samuel, se manifestou em 10 de março recomendando
cortes salariais e restruturação. No dia 8 de abril,
os mineradores pediram ao TUC que apoiasse seu lema "nem
um centavo a menos de salário, nem um minuto a mais de
trabalho" [not a penny off the pay, not a minute on the day]
e a não-retirada dos acordos nacionais. O Comitê
Especial do TUC apoiou uma redução nos salários
e recomendou maiores conversas.
Chamadas por paralisações do trabalho foram coladas
em toda área mineradora no dia 16 de abril, marcadas para
durar 14 dias. O governo exigiu que os mineradores aceitassem
o relatório da Comissão do Carvão e o Conselho
Geral concordou com o governo. Mas os mineradores recusaram. As
paralisações começaram em 30 de abril e o
Rei assinou uma Proclamação Emergencial para o 1
de Maio.
Thomas explicou que "implorou e implorou" como nunca.
"Nós primamos, nós apelamos, nós imploramos
por paz, porque queremos paz. Ainda queremos paz. A nação
quer paz", disse. Mas a paralisação continuou.
No dia 1 de maio, o TUC realizou uma conferência especial
e anunciou planos para a greve, indicada para 3 de maio. O chamado
de greve foi aceito pela maioria massiva dos presentes na conferência.
Os líderes sindicais continuaram a fazer esforços
desesperados para alcançar um acordo entre governo e proprietários
de minas. Mas quando os impressores do Daily Mail recusaram um
editorial condenando a greve geral como "um golpe revolucionário
que só pode ter sucesso com a destruição
do governo e a subversão dos direitos e liberdades do povo",
o primeiro ministro Stanley Baldwin usou isso como pretexto para
cancelar as negociações.
Ele disse ao presidente do comitê de negociação
do TUC: "É um desafio direto, um desafio direto, Mr.
Pugh, e não podemos continuar. Eu sou grato a você
por tudo o que fez, mas essa negociação não
pode continuar. Adeus. Este é o fim". Disse ainda
a Walter Citrine: "Bom, foi bom conhecer você e eu
acredito que, se vivermos, nos encontraremos de novo para resolver
o assunto. Se vivermos."
Em seguida, mostrou a ambos a porta de saída.
A greve começou em 3 de maio e atingiu imediatamente
os transportes, impressão e indústrias produtivas
aço, metal, químicos pesados, comércio
de materiais de construção, eletricidade e gás.
Envolveu quatro milhões dos cinco milhões e meio
de trabalhadores organizados nos sindicatos.
Os trabalhadores responderam não apenas por simpatia
aos mineradores, mas por saberem que seriam os próximos.
Muitos lembraram da declaração de Baldwin em 1925
durante negociações com os líderes dos mineradores,
afirmando que "todos os trabalhadores deste país precisam
aceitar reduções salariais para ajudar a colocar
a indústria em pé".
A Organização pela Manutenção dos
Suprimentos (OMS) foi acionada, focando sua atenção
em manter o transporte funcionando. Os navios de guerra Ramillies
e Barham foram chamados de volta do Atlântico e ficaram
ancorados em Mersey. Além deles, outros também foram
ancorados na maioria dos grandes portos.
Em 6 de maio, Baldwin descreveu a greve como "um desafio
ao parlamento" e "o caminho à anarquia."
O advogado atuante na corte superior, Sir John Simon, disse à
Câmara Baixa do parlamento que a greve era ilegal e os grevistas
haviam quebrado seus contratos. Assim, disse ele, a Lei de Disputas
Comerciais de 1906, que protegia sindicalistas individuais e fundos
sindicais de danos externos, não era mais válida.
No dia seguinte, o TUC se encontrou com Sir Herbert Samuel e a
Comissão do Carvão, onde fez propostas para encerrar
a disputa. Essas propostas, no entanto, foram rejeitadas pela
Federação de Mineradores.
Do ponto de vista da classe dominante, e em contraste com a
covardia do TUC, se tratava de uma verdadeira guerra. Eles organizaram
uma força de centenas de milhares de homens a OMS,
240.000 tropas especiais, as forças armadas para
quebrar a greve. Para citar apenas as duas maiores ofensivas:
no dia 8 de maio, logo pela manhã, mais de cem caminhões
formaram um comboio escoltado por mais de vinte carros blindados
carregando soldados para manter o fluxo de suprimentos nas docas
de Londres. Caminhões quebraram a linha de piquete e transportaram
comida para Hyde Park. Além disso, o governo também
tentou usar a OMS nas docas em Newcastle com o apoio das armas
de dois destróieres e um submarino, provocando a fuga dos
funcionários portuários que cuidavam dos alimentos.
A ação da polícia causou confrontos por todo
o país.
Se tratava de uma situação pré-revolucionária?
Permitam que eu leia a seguinte passagem, um tanto longa, sobre
o tipo de conflito que se desenvolveu, no relato de Christopher
Farnam (The General Strike 1926, Panther, 1972).
"Piquetes de massa aglutinaram-se nas vias principais
da saída ao leste de Londres antes das sete horas na manhã
de terça-feira. Durante o dia, filas de veículos
suspeitos de carregar suprimentos ou trabalhadores administrativos
para dentro ou fora da cidade eram parados e frequentemente destruídos.
Vários veículos foram incendiados, outros foram
jogados no rio. Depois de uma noite de intensas batalhas de rua,
trinta vítimas civis foram levadas ao Hospital em Poplar.
Um homem morreu na manhã de quarta-feira...
"Na noite de terça-feira também ocorreram
distúrbios em Newcastle e em Chester-le-Street perto de
Durham, onde a polícia atacou uma multidão que tinha
invadido a estação ferroviária."
Na quarta-feira, "ocorreram mais ataques da polícia
em Poplar e Canning Town, além de choques violentos no
Túnel Blackwall, onde carros foram amassados e incendiados.
Em Hammersmith sete ônibus foram destruídos, grevistas
e fascistas lutaram ferozmente e a polícia fez quarenta
e três prisões. Ataques contra bondes e ônibus
também levaram a embates esporádicos em Leeds, Nottingham,
Manchester, Stoke, Liverpool, Glasgow e Edimburgo. Em Sheffield,
quatro homens foram presos por porte ilegal de armas.
"Na quinta-feira, ocorreram mais enfrentamentos na saída
leste. Em Elephant e Castle a polícia montada atacou uma
multidão nervosa que perseguia um ônibus que, ao
desviar dos piquetes de greve, bateu numa calçada, matando
um homem. Na mesma área, outro ônibus foi incendiado.
O correspondente londrino do Manchester Guardian Bulletin relatou
que 'As coisas parecem mais sérias hoje com as ruas mais
vazias por conta da adesão dos taxistas. Há mais
ônibus agora, cada um com um ou dois policiais ao lado do
motorista. Um novo plano dos grevistas foi tentado esta manhã
em Camberwell; algumas mulheres colocaram seus bebês na
estrada no caminho de transportes comerciais e, quando os carros
pararam, homens pularam sobre os estribos e retiraram os motoristas,
esmagando a maquinaria dos veículos'. Ocorreram novos enfrentamentos
em Nottingham quando os grevistas tentaram marchar até
as fábricas onde o trabalho ainda ocorria e grevistas enfrentaram
a polícia em batalhas acirradas em Cardiff, Ipswich e Leeds...
"Uma multidão de 4.000 homens quebrou suprimentos
e estações de passageiros em Middlesbrough e acorrentou
caminhões aos trilhos de trem. Enquanto a marinha lutava
para quebrar a linha, a luta também emergiu no terminal
de ônibus e perto de uma delegacia de polícia...
Em Aberdeen a polícia atacou com golpes de bastão
uma multidão de mais de 6.000 pessoas que quebrava as janelas
dos ônibus e trens que passavam...
"Na sexta-feira, houve nova violência em Polar,
Ipswich, Cardiff e Middlesborough, além de distúrbios
em Sheffield, Newark e Darlington. Uma multidão de 1.500
demoliu um muro de tijolos em Wandsworth para obter mísseis
e um membro dos British Fascisti [Fascistas Britânicos]
quase foi linchado quando dirigiu deliberadamente sua van em direção
a uma multidão de manifestantes em Wormwood Scrubs, ferindo
gravemente um homem".
Em Hull, "conforme a revolta se espalhava, vagões
eram atacados e queimados, autoridades civis apelavam à
ajuda do Capitão do Ceres, o cruzador leve responsável
pela proteção das Docas de Hull. Enquanto cinquenta
de seus homens enfrentavam a multidão com rifles e baionetas,
o capitão se dirigiu à eles do mezanino da prefeitura,
explicando que era seu dever resguardar a propriedade da cidade
e avisando que se outro vagão fosse atacado iria posicionar
marinheiros em todos os vagões."