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7,3 milhões de pessoas nas prisões dos EUA

Por Kate Randall
10 de março de 2009

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Um estudo divulgado esta semana pelo Pew Center sobre os Estados americanos fornece uma surpreendente estatística: 7,3 milhões de americanos - ou seja, 1 em cada 31 adultos - estão no sistema penitenciário do país. Este número inclui aqueles em celas e prisões, em liberdade condicional, em sursis, ou sob outras formas de supervisão.

Nenhum outro país chega perto de corresponder a este número. Se esses indivíduos fossem agrupados, seriam um número maior do que toda a população de Israel ou de Honduras, ou de todos os moradores do estado de Washington.

O último quarto de século viu uma explosão do número de americanos presos, com um crescimento de 274%. Durante esse mesmo período, aqueles sob " surpervisão da comunidade", termo usado pela Pew para designar aqueles em liberdade condicional, sursis ou outras prisões supervisionadas, também subiu dramaticamente - de cerca de 1,6 milhões em 1982, para 5,1 milhões em 2007.

Liderando os estados está a Geórgia, onde 1 em cada 13 adultos, 7,92% da população adulta do estado, está preso ou sob supervisão. Idaho é próximo (1 em 18, 5,71%), seguida pela capital da nação, Washington, DC (1 em 21, ou 4,82%).

Os 10 estados com o maior número de pessoas sob "controle correcional" inclui três estados do Sul, Louisiana, Geórgia e Texas, que também têm as mais elevadas taxas de prisão. Também incluídos no top 10 estão dois estados da Nova Inglaterra, Massachusetts e Rhode Island, bem como Ohio, Indiana e Minnesota, no Centro-Oeste.

A quantidade de afro-americanos adultos presos é quatro vezes maiores do que os brancos adultos e 2,5 vezes maiores do que os hispânicos adultos. Um em cada 11 adultos negros - ou 9,2 por cento - estava sob algum tipo de "supervisão" ao final de 2007. Na população como um todo, o número de homens submetidos a controle "correcional" é cinco vezes maior, apesar de a taxa para as mulheres continuar a crescer.

Montantes recordes de dinheiro têm sido gastos para encarcerar e acompanhar a população das prisões. No ano fiscal de 2008, estima-se que os EUA devem ter gasto mais de US $ 52 bilhões, um aumento superior a 300% sobre os gastos de 1988.

As despesas do Estado com prisões e supervisão têm crescido num ritmo mais rápido que o aumento do orçamento para quase todos os outros serviços do governo. Esses gastos aparecem, então, como luta entre os diversos estatos e envolvem enormes déficits orçamentários. A Califórnia, por exemplo, com um déficit orçamental de US$ 42 bilhões, gastou US $ 9,657 bilhões com seu sistema carcerário no ano fiscal de 2008-9. Por isso, o governo do referido estado propôs cortar US$ 15 bilhões no orçamento destinado às escolas, ao sistema de saúde e ao auxílio aos pobres.

Kentucky tem o maior crescimento da população carcerária no país, aumentando em 50% nos últimos oito anos para mais de 22.000 detentos.

Em Michigan, 1 em 27 pessoas estão na prisão do Estado, número ligeiramente superior à média nacional. Mas, como observa o estudo do Pew Center, "médias estaduais escondem extremas concentrações geográficas".

Na cidade de Detroit, onde moram 44% dos adultos de Wayne, 1 em cada 25 estão sob controle penitenciário. Quase US$ 400 milhões são gastos em fundos estatais na cidade, cerca de 18% do orçamento do estado dedicado ao sistema penitenciário.

Antigamente um próspero centro de produção de automóveis, Detroit teve uma das taxas mais elevadas de casas próprias da nação. Agora, estima-se que uma em cada três pessoas da cidade vive na pobreza, tornando-a a mais pobre entre as grandes cidades do país. Em muitos bairros, casas ocupadas repousam ao lado de terrenos baldios ou casas abandonadas ou queimadas.

Na região leste de Detroit, 1 em cada 22 adultos estão sob controle carcerário. Em determinado bairro desta região, referido no estudo como Brewer Park, 1 em 16 adultos e 1 em cada 7 adultos do sexo masculino está atrás das grades ou sob supervisão. Em 2008, Michigan gastou, sozinha, cerca de US$ 3 milhões com o sistema carcerário, liberdade condicional e supervisão dos residentes neste bairro.

Em bairros como este, os residentes são, em geral, jovens - duplamente castigados pelas condições de pobreza que lhes são impostas. A cada dia que passa, mais e mais pessoas são trancadas e os problemas sociais são tratados como questões policiais.

[traduzido por movimentonn.org]