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Peru: Milhares de trabalhadores protestam contra as políticas
de Garcia
Por correspondente do wsws.org
23 de julho de 2009
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Em 8 de julho, milhares de trabalhadores, incluindo operários
da construção civil, trabalhadores do setor têxtil,
mototaxistas e professores marcharam pela capital Lima como parte
de uma ação nacional de três dias em repúdio
às políticas econômicas realizadas pelo governo
do partido APRA e do presidente Alan Garcia.
O protesto, organizado principalmente pela principal federação
sindical do país, a CGTP, também foi incorporado
por estudantes e membros de partidos oposicionistas de esquerda.
No dia seguinte, a imprensa peruana tentou minimizar o tamanho
do protesto, retratando-o como um fracasso. Um dos jornais do
país, o El Comercio, estampou uma manchete absurda sobre
um suposto "relatório de inteligência"
que confirma uma "infiltração chavista"
vinda da Venezuela.
O World Socialist Web Site entrevistou diversos dos participantes
do protesto.
Juan Rivas, líder do grupo de mototaxistas que se juntou
ao ato, disse ao WSWS que ele e seus colegas estavam revoltados
com a emissão abusiva do governo de multas de tráfego
e o aumento drástico no custo do combustível.
"Há o aumento dos custos e da manutenção,
mas acima de tudo são as multas, que são excessivas",
disse. "Eles tratam os pequenos veículos como se fossem
veículos de grande porte, mas estamos ganhando menos que
outros motoristas. É um abuso."
"Esse governo é praticamente como uma ditadura,
e não é favorável à população,"
Rivas afirmou. "Precisamos recuperar nossos direitos. Mas
esperamos que eles nos respeitem, nós que tentamos levantar
nossas vozes."
"Estamos preparados para dialogar, mas se eles nos recusarem
isso, o sindicato está chamando uma greve de duração
indeterminada. Se tivéssemos uma greve geral, ela seria
por todo o Peru, pelos pobres. Acho que o dinheiro que pagamos
pelas multas vai para pessoas esnobes, para os ricos. Mas para
os pobres, os que ganham salários mínimos, conseguimos
só sucata."
Um membro do sindicato de trabalhadores do setor têxtil
da fábrica Topy Top disse ao WSWS: "Estamos participando
do ato basicamente devido aos efeitos da Lei 2242 para contratos
de exportação não-tradicionais, que permite
que firmas cortem suas forças de trabalho e demitam pessoal
sempre que o considerem conveniente e não quando os contratos
de trabalho acabam. Esses contratos não-tradicionais podem
durar 20 dias, um mês, dois meses, dependendo do que o proprietário
e a companhia querem. E eles cometem abusos contra esses contratos,
demitindo pessoas que trabalharam por 15 ou 20 dias.
"O governo apóia essa lei, que esteve em funcionamento
por 30 anos e é usada contra os trabalhadores. Eles a usam
para se livrar de trabalhadoras que tentam se sindicalizar ou
exigir algo.
"Existem cerca de 200.000 trabalhadores afetados por essa
lei, 60% dos quais são sindicalizados. Em diversas ocasiões
participamos de lutas e greves que não nos trouxeram nada.
Pedimos o diálogo, mas, infelizmente, o governo central
ignora nossas petições. Eventualmente teremos de
tomar medidas mais radicais para nos livrarmos dessa lei, que
afeta todos os trabalhadores do setor têxtil, do setor agrícola
e da mineração.
"Se não houver solução, simplesmente
teremos de agir mais energicamente, o que poderia logo levar a
uma greve de amplitude nacional na qual tomaríamos quaisquer
medidas necessárias para acabar com esse dispositivo."
Emerson Cabeces, professor e member do sindicato SUTEP, disse
que os professores deploravam o decreto da assim-chamada "Nova
Carreira Pública", que cria um opressivo novo regime
de trabalho para os professores peruanos.
"O público já está cansando de aguentar
tudo isso e desse modo está se manifestando, com embates
nas ruas, numa tentativa de mudar essa política.
"Esse é um novo estágio na crise. Onde moro,
nunca passamos por algo assim. A situação econômica
é séria. As coisas subiram de preço, o custo
de vida está alto.
"Eu acho que o único modo de ir adiante é
protestar e lutar nas ruas, de uma forma organizada. Talvez seja
isso que falta aqui. Falta organização. As pessoas
querem lutar, querem sair às ruas, mas não há
organização. Isso é que falta neste país.
"Falando com pessoas comuns, chegamos à conclusão
de que às vezes as marchas e greves não são
fortes o suficiente, não são efetivas. Então
a maioria das pessoas quer algo forte, como uma greve geral por
tempo indeterminado que possa ser mais revolucionária.
"As pessoas se tornaram mais conscientes dessa situaçao,
de que a única maneira de melhorar as coisas é lutando
nas ruas, em massa, disseminando idéias, organizando-se
em massa... Eu acho que tudo pode mudar."
[traduzido por movimentonn.org]
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