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Coreia do Sul: confrontos explodem em ocupação da fábrica Ssangyong

Por Terry Cook
8 Julio 2009

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Este artigo foi publicado no WSWS, originalmente em inglês, no dia 1 de julho de 2009.

Uma longa ocupação de fábrica em defesa dos empregos, na Ssangyong Motors em Pyeongtaek, província de Gyeonggi, na Coreia do Sul, chegou a um ponto crítico no último fim de semana. Ocorreram confrontos na sexta-feira e no sábado, tendo aproximadamente 900 trabalhadores ocupantes de um lado e vários milhares de bate-paus da empresa, supervisores e trabalhadores não grevistas do outro.

O governo do presidente Lee Myung-bak enviou 500 policias da tropa de choque para a fábrica na sexta-feira, supostamente para manter a ordem pública. A polícia permitiu a entrada dos diretores e de seus apoiadores e então usou a briga que surgiu dentro da fábrica como pretexto para atacar violentamente o local. Em um número muito menor, os trabalhadores grevistas recuaram para a oficina de pintura e o complexo de estoque. Vários foram presos e pelo menos 20 pessoas ficaram feridas. Outros confrontos surgiram nas primeiras horas do sábado, antes do recuo temporário da polícia e da empresa.

A ocupação começou em 22 de maio, depois que a diretoria anunciou uma lista de 1.056 trabalhadores a serem imediatamente demitidos, como parte de seu plano de reestruturação para satisfazer as solicitações dos credores. Em fevereiro, a empresa estava na lista de falência na Corte Central do Distrito de Seul. No total, a companhia cortará 2.646 empregos, ou seja, aproximadamente 36% de sua força de trabalho.

A Ssangyong deu a fábrica de Pyeongtaek como garantia para conseguir um novo empréstimo bancário de 250 bilhões de won ($199,5 milhões de dólares) para emergir da bancarrota. Dois diretores nomeados pela corte advertiram no mês passado que a empresa seria liquidada, caso os cortes de emprego não fossem feitos.

A Ssangyong é a menor fabricante de automóveis da Coréia do Sul, produzindo principalmente carros de passeio luxuosos e veículos utilitários esportivos. A chinesa Shanghai Automotive Industry Corp (SAIC) comprou 51% do capital da empresa em 2004, mas excluiu a possibilidade de fornecer ajuda financeira. O outro acionista majoritário é o Banco de Desenvolvimento da Coreia do Sul, controlado pelo estado.

Assim como os fabricantes de automóveis de todo o mundo, a Ssangyong foi atingida pela crise financeira global e pela redução nos créditos, que levaram a uma dramática queda nas vendas. No último ano a empresa, que tem uma capacidade de produção anual de 200.000 veículos, declarou uma perda líquida de 709.7 bilhões de won. Nos primeiros quatro meses deste ano, as vendas de veículos caíram em 72% , para 9.935 unidades.

Na última sexta-feira, ocorreram ataques à ocupação após uma combinada campanha da empresa para intimidar os grevistas e solicitar a intervenção do governo. Em 16 de junho, a empresa organizou aproximadamente 1.500 pessoas, a maioria da equipe de supervisores e bate-paus contratados, para reunir-se do lado de fora da fábrica, ameaçando entrar no local e dispersar os trabalhadores. A fábrica estava bloqueada quando mais de 800 trabalhadores de fábricas próximas, incluindo da Kia Motors, chegaram para defender a ocupação.

A relutância do governo em intervir diretamente não é, certamente, por simpatia aos grevistas. De fato, o governo deu sua aprovação, conforme previsto nas leis trabalhistas da Coréia do Sul, para que as demissões em massa continuassem. O fato de que o Banco de Desenvolvimento da Coreia do Sul, de propriedade estatal, seja o maior acionista da Ssangyong é um incentivo a mais para deixar que os planos de reestruturação continuem.

O presidente Lee, contudo, está preocupado que um ataque policial público à ocupação provoque um retrocesso entre seções da classe operária. Lee, da aliança de direita, ganhou a presidência em 2007 tirando vantagem da enorme insatisfação com o seu antecessor Roh Moo-hyun, um conhecido democrata, que implementou reformas pró-mercado e presidiu sobre uma agravante divisão social.

Lee promoveu a si mesmo como o melhor administrador econômico e fez grandiosas promessas para aumentar a renda, as taxas de crescimento e a posição econômica da Coréia do Sul. A profundidade da hostilidade pública a Lee era evidente na demonstração pública de simpatia por Roh, após seu aparente suicídio em maio.Centenas de milhares mostraram seu respeito a Roh e muitos acusaram Lee de perseguir o ex-presidente até sua morte, através de acusações de corrupção .

O desemprego é a maior preocupação dos trabalhadores. A OEDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) no último mês previu que a economia sul-coreana contrairia em 2,2% em 2009, uma queda recorde de 2%, apesar dos pacotes de estímulo do governo equivalentes a 7% do PIB e cortes em taxas de juros. As excessivamente subestimadas taxas oficiais de desemprego tiveram a maior alta em 4 anos, 3,9% em maio, depois que 219.000 trabalhadores perderam seus empregos - o maior número mensal desde março de 1999.

A ocupação da Ssangyong surge no meio de outros sinais de agitação. No final de maio, manifestantes em protesto contra medidas antitrabalho do governo, entraram em confronto com a tropa de choque, resultando em 104 policiais e 50 manifestantes feridos. Em junho, o governo colocou 3.400 policiais em 323 centros logísticos por causa da ameaça de bloqueios por motoristas de caminhão em greve.

Uma das promessas eleitorais de Lee foi acabar com “excessivas disputas trabalhistas” para tornar o país um investimento-amigável. No ano passado, sua administração enviou uma unidade da polícia especial para negociar em protestos e manifestações. De acordo com uma recente reportagem do Dasan Human Rights Centre, a polícia usou a Lei de Assembléia e Manifestação do governo para banir 42 assembleias e manifestações em maio e junho, incluindo a passeata em apoio aos trabalhadores demitidos da Ssangyong Motors.

Os trabalhadores da Ssangyong são membros do Sindicato dos Operários Metalúrgicos Coreanos (KMWU) que pertence a Confederação de Sindicatos Coreanos (KCTU). Nem a KMWU nem a KCTU mobilizaram seus membros em apoio à ocupação, que surgiu espontaneamente depois que os trabalhadores souberam que perderam seus empregos. Enquanto declaram seu apoio aos trabalhadores ocupantes, os líderes da KMWU estiveram em negociações com os diretores sobre métodos alternativos de cortes de custo - incluindo a divisão do trabalho e menor carga horária de trabalho.

O sindicato também propôs que a montadora seja transformada em uma entidade pública, tendo como maior acionista o Banco de Desenvolvimento da Coreia do Sul e uma massiva injeção de fundos do governo. As propostas seguem as medidas adotada pela administração Obama na reestruturação da General Motors. A solução americana foi baseada em demissões em massa, fechamentos de fábrica e profundos cortes de salários, pensões e benefícios de saúde. Até agora, os trabalhadores ocupantes rejeitaram todas as ofertas da empresa que não garantiam seus empregos.

A KCTU e suas afiliadas, enquanto se colocam como militantes, desenvolveram um papel crucial através de sucessivos governos ao aceitar as solicitações dos grandes negócios. No meio da crise financeira asiática de 1997-98, a KCTU teve papel fundamental nos movimentos de massa contra os cortes de garantia de emprego vitalício, do presidente Kim Dae Jung. A confederação de sindicatos cada vez mais funcionou como polícia industrial para o governo e para as empresas, resultando em derrotas para várias indústrias, incluindo a de automóveis, engenharia pesada e transporte.

No início da última sexta-feira, durante os ataques à ocupação da Ssangyong, a KMWU fez promessas de ações grevistas mais radicais. Contudo, as solicitações do sindicato continuaram as mesmas: pressionar o governo e a companhia para ajustar seu plano de reestruturação. A verdade é que as solicitações dos trabalhadores para segurança nos empregos, condições apropriadas e um decente nível de vida são incompatíveis com o sistema lucrativo.

Ocupando a fábrica em oposição ao governo e à empresa, os trabalhadores da Ssangyong tomaram um importante passo na defesa dos empregos e das condições de vida. Essa ação aumenta a necessidade de nacionalizar a companhia, não sob o Banco de Desenvolvimento da Coreia do Sul, mas sob o controle dos trabalhadores, como parte da reorganização socialista da sociedade para encontrar as necessidades sociais da maioria, contra os lucros privados da minoria.

Tal luta política somente tomará seu lugar em direta oposição à empresa, ao governo Lee e aos líderes do sindicato, que são constantes defensores da atual ordem capitalista. Para romper com o isolamento imposto pelos sindicatos, os trabalhadores da Ssangyong devem agir independentemente, estabelecer seus próprios comitês e recorrer às amplas seções da classe operária, não somente da Coréia do Sul, mas internacionalmente, que enfrentam similares ataques a seus empregos e a seus padrões de vida.

[traduzido por movimentonn.org]

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