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A "nova" GM

Por Joe Kishore
15 de julho 2009

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Este artigo foi publicado no WSWS, originalmente em inglês, no dia 1 de julho de 2009.

A "nova" General Motors deixou a corte de falências norteamericana nesta última sexta-feira. Com a ajuda de tal corte - e sob orientação do governo Obama - a montadora já gastou mais de US$ 130 bi em compromissos financeiros e estabeleceu o quadro necessário para ampliar a exploração sobre seus trabalhadores.

A velocidade de tal processo de bancarrota é impressionante. A GM passou por todo o processo em menos de seis semanas. Um analista o chamou de "imprecendente, inacreditável e de tirar o fôlego".

O juiz da corte de falências, Robert Gerber, simplesmente ignorou as várias objeções levantadas pelo aposentados - que verão seu sistema de aposentadoria limitado - assim como pelas vítimas de acidentes de trabalho. Conjuntamente com as lucrativas ações dessa "nova" GM, tais obrigações trabalhistas, além de um sem número de obrigações indesejadas, entrarão para a história como parte da "antiga" GM.

Todo o processo foi travestido de legalidade e dubiedade, demonstrando que, quando Wall Street deseja algo, todas as instituições do Estado americano devem entrar na linha. A corte de falências é supostamente um mecanismo para mediar as exigências dos diversos acionistas. No evento, no entanto, a corte apenas serviu para legitimar acordos e decisões que já haviam sido estabelecidas muito antes. Os investidores e burgueses em geral recuperarão 100% de seus investimentosna empresa enquanto, por outro lado, os trabalhadores não recuperarão nada do que lhes foi tirado.

A nova GM nasce de um processo de devastação social. A comapanhia irá cortar ainda mais 27.000 trabalhadores nos EUA, diminuido o número total de sua força de trabalho no país para 64.000. Há trinta anos atrás a empresa empregada nada menos do que 618.000 trabalhadores nos EUA. No começo do ano passado eram 110.000.

Além disso, 14 plantas serão fechadas, assim como 2.000 concessionárias. A GM também fechará plantas no Canadá, diminuido sua força de trabalho no país para 7..000 operários (quando eram 20.000 em 2005).

A "nova" empresa emerge das cinzas das fábricas e concessionárias fechadas e do empobrecimento dos bairros operários, que aprofunda a crise nas comunidades, escolas, hospitais e serviços básicos para toda a população.

Como parte do acordo negociado com a UAW (United Auto Workers - sindicato dos trabalhadores automobilísticos dos EUA), os trabalhadores que continuarão empregados terão seu salário congelado; Foi acordado também um "pacto" de não-greves até 2015, que certamente facilitará o corte de novos empregos, salários e benefícios. Adiantando como as coisas serão na "nova GM", o executivo Fritz Handerson declarou na sexta-feira que incorporará a "intensidade, objetividade e velocidade" do processo de falência dentro do "dia-a-dia da produção da nova empresa".

Os trabalhadores aposentados, que já viram seu sitema de saúde e odontológico serem destruídos, verão agora o aumento dos custos do sistema de saúde, promovido pela UAW. Mais de 50.000 aposentados, membros do International Union of Electrical Workers (Sindicato internacional de trabalhadores metalúrgicos) também verão seu sistema de benefício odontológico ser destruído.

Metade das plantas que serão fechadas são do estado de Michigan, que já possui o mais alto índice de desemprego do país, acima dos 14% oficiais. Ohio (com 10,8% na taxa oficial) também verá suas plantas de Columbus, Parma e Mansfiel serem fechadas. Outras comunidades sofrerão o mesmo processo, com plantas fechadas, incluindo Spring Hill, Tennessee, Fredericksburg, Virgina, Jacksonville, Florida, Wilmington Delaware, Indianópolis, Indiana, Massena e Nova Iorque.

A diminuição da GM - assim como a da Chrysler, que saiu da bancarrota uma semana antes - destruirá a indústria de automóveis e outras indústrias consequentemente, produzindo uma onde de bancarrotas, fechamentos de plantas e corte de salários. Cidades menores e comunidades serão devastadas pelo fechamento de 2.000 concessionárias, que significará a eliminação de 100.000 empregos diretos e indiretos.

A reestruturação da GM e da Chrysler é a consequencia direta da política da gestão Obama, controlada pelos setores mais poderos da burguesia internacional. O governo fez grandes empréstimos às montadoras, com a explícita condição de que dependeriam das concessões da classe trabalhadora. Tudo em sincronia com os interesses de Wall Street e de toda a burguesia, determinada em transformar as antigas gigantes do automóvel em empresas pequenas, mas muito rentáveis.

O governo agora é dono de 60% da GM, mas tem deixado claro que não possui o menor interesse em interferir no dia-a-dia da empresa, suas perspectivas, controle, processo produtivo e finanças. Isso ela deixará para os lacaios do capital, Henderson, Edward Whitacre e outros escolhidos a dedo por Obama.

Além disso, o governo afirmou também que pretende vender o quanto antes as suas ações para investidores privados. A UAW cumpriu o ridículo papel de levar adiante os planos de Obama e Wall Street. Tanto na GM quanto na Chrysler, a UAW aceitou todas as concessões sobre a classe trabalhadora, argumentando que seria a única forma de superar a crise. No entanto, os trabalhadores não são responsáveis pela crise e não devem pagar por ela.

No centro de todo esse processo está o ataque às condições mínimas de vida da classe trabalhadora de uma forma como jamais foi visto. Para responder a esse ataque, os trabalhadores precisam de uma estratégia diferente daquela imposta pela UAW. Eles devem romper com a UAW e formar comitês independentes dentro da empresa em defesa defesa de seus direitos mínimos, em opsição ao governo Obama, Wall Street e à burguesia vinculada à metalurgia.

É preciso que, através de tais comitês, seja unificada toda a categoria metalúrgica, além de largos setores da classe. Fazer ocupações de fábricas, greves e manifestações de massa nas principais cidade afetadas pela falência da GM e da Chrysler.

Acima de tudo, o que é necessário é uma resposta com base em um programa socialista. Não há solução para a atual crise que não dependa da completa transformação das relações sociais nos EUA e em todo o mundo. Tal é aperspectiva do SEP nos EUA e de suas seções irmãs no resto do mundo.

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