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Lutas dos Trabalhadores: América Latina

3 Octubre 2006

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Chile

Greve dos professores chilenos

Depois de quase dois meses de negociações com o Ministério da Educação do Chile e duas paralisações (dias 12 e 26/09), os professores do ensino público decidiram abandonar a mesa de negociações. Eles votarão em Assembléia Extraordinária uma possível mobilização.

A direção do sindicato da categoria, que reúne 10 mil dos 150 mil professores do país, considera que o governo não apresentou uma proposta concreta que atenda às reivindicações dos educadores chilenos, e afirma que só retomará as negociações quando o governo tiver alguma coisa a oferecer.

As principais reivindicações são, entre outras: reajuste salarial de 5% acima do reajuste do setor público; mudanças na Constituição e na Ley Organica Constitucional de Ensenanza (LOCE); fim da municipalização; melhores condições de trabalho.

Os professores representam um dos setores mais afetados nos últimos anos. Seus salários foram reduzidos em quase 1/3 e o risco de desemprego é cada vez maior, em conseqüência da implementação da chamada “avaliação docente”, medida que busca responsabilizar os professores pelas conseqüências das más condições de ensino. Esta medida foi apoiada pela maioria dos dirigentes do sindicato.

Manifestações conjuntas em várias cidades chilenas

No dia 26 de setembro os professores, estudantes e funcionários públicos de diversos setores, como o da saúde (que está em greve), fizeram uma grande manifestação no centro de Santiago, reunindo cerca de 12 mil pessoas. A manifestação foi reprimida por um forte aparato militar, constituído pelas forças especiais do exército e de carros d'água. Foram presas 83 pessoas (36 adultos e 47 menores).

Em Valparaíso, principal cidade portuária do Chile, a passeata reuniu cerca de 3 mil pessoas dos mesmos setores.

Em Viña del Mar, cidade litorânea, foram levantadas barricadas e realizada a ocupação do Hospital Público Gustavo Fricke pelos trabalhadores da saúde pública, que estão em greve há 25 dias.

Em Concepción, cerca de 3 mil pessoas dos mesmos setores foram às ruas se manifestar.

Os dirigentes estudantis não descartam a possibilidade de voltar a ocupar escolas e dar continuidade às manifestações de rua. Eles farão uma Assembléia Nacional no próximo domingo (01/10), na qual decidirão se continuarão a negociar com o governo.

Manifestação dos funcionários municipais

Os funcionários municipais realizaram no dia 29/09 uma grande manifestação na Praça de Armas, localizada no centro de Santiago. Os manifestantes exigem um reajuste de 1,3% a 23%, de acordo com a faixa salarial. Segundo a presidente da Associación de Funcionarios Municipales de Santiago, Maria Eugenia Puelma, os trabalhadores não recebem reajuste salarial há 26 anos. O salário mais baixo é de cerca de 60 mil pesos, o que equivale a 120 dólares. Mesmo considerando o bônus, estes trabalhadores recebem menos de um salário mínimo.

A manifestação reuniu 2 mil trabalhadores da região metropolitana, ocorrendo também em outras cidades do país. Buscando manter as negociações com o governo, a Asemuch (Confederación Nacional de Funcionarios Municipales de Chile) suspendeu a greve que estava marcada para o dia 29/09. No entanto, diante do fracasso das negociações, a Asemuch anunciou uma paralisação de “advertência” de 24 horas, o que está aquém da disposição de luta dos trabalhadores, que defendem uma greve por tempo indeterminado. Diante da vacilação da direção, alguns trabalhadores ameaçaram ocupar a sede da Asemuch. Estes trabalhadores já não reconhecem a Asemuch como sua representante legítima, acusando a direção da entidade de “vendidos”. A próxima reunião de negociação está marcada para o dia 5 de outubro.

Argentina

Greves dos tatrabalhadores da saúde e motoristas

Trabalhadores e médicos do serviço público argentino de saúde paralisaram esta semana passada (25-29 de setembro) suas atividades durante 24 horas. Os trabalhadores argentinos protestaram contra a crescente precarização dos serviços ofertados pelo Estado, contra os baixos salários pagos à categoria, contra o baixo número de médicos plantonistas nos hospitais e contra a sobrecarga diária de trabalho. Segundo informações do sindicato da categoria, a paralisação atingiu 80% do serviço público de saúde do país. Também os motoristas do transporte coletivo interurbano da província de Córdoba paralisaram suas atividades durante 24 horas reivindicando um aumento salarial de 27%. A greve foi detonada devido a recusa da representação patronal em negociar as reivindicações na junta trabalhista do Estado responsável pela mediação dos conflitos entre capital e trabalho.

 



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