Este artigo foi publicado originalmente na página
alemã do WSWS, no dia 14 de setembro de 2006.
Na quarta-feira de manhã (13-09), mais de 5 mil estudantes
protestaram em Berlin contra a política de redução
de investimentos na educação do Senado e por uma
educação financiada pelo Estado, sem custos e de
qualidade. Os estudantes vieram de escolas de todas as regiões
da cidade e suspenderam suas aulas em nome do protesto. Alguns
participantes precisaram contar com medidas de segurança
por parte de suas escolas.
Às 10 horas os manifestantes se reuniram na Praça
de Alexandre. Do alto de caminhões de som falaram os representantes
dos estudantes e jovens de grupos de esquerda. Eles criticaram
a política de educação do Senado e exigiram
um maior financiamento de vistos (Kitas) para escolas secundaristas
e universidades. A educação não deveria ser
tratada como mercadoria, mas deveria ser colocada como direito
fundamental de toda a humanidade. Em torno das 11 horas a manifestação
colocou-se em marcha.
Alguns estudantes pintaram faixas, em cujos cartazes desabafavam
com frases de protesto. As cabeças estúpidas
consentem mais facilmente ou, Romper o bloqueio da
educacional foram as palavras de ordem difundidas. O tempo
todo gritavam slogans como Educação gratuita
para todos, ou Nós estamos aqui gritando porque
vocês roubam de nós a instrução.
Os alvos eram o Partido Social-Democrata (SPD) e o Partido de
Esquerda.PDS [Partido Democrático Socialista], que controlam
o Senado e nos últimos 5 anos produziram uma desastrosa
política educacional em Berlin.
Através de uma revisão da taxa educacional aprovada
por estes partidos no Senado, muitas famílias devem pagar
até 40 % a mais para poder usufruir das creches públicas.
Ao mesmo tempo, a verba para a educação foi reduzida
em aproximadamente 128 milhões de Euros. Nos próximos
2 anos ela deve diminuir em mais ou menos 33 milhões de
Euros. Nas escolas a doação de material didático
foi substituída por uma auto-contribuição
familiar de até 100 Euros por criança e por série.
De mais a mais, o Senado cancelou a nomeação de
400 vagas de primeiro-emprego para professores iniciantes e ordenou
que os professores já empregados façam duas horas
adicionais por semana na sala de aula correspondente.
A amplitude dos cortes dos subsídios nacionais de 75
milhões de Euros para as três universidades da capital
já é coisa definida e significa a diminuição
de 10 mil vagas para alunos universitários e 200 professores.
Os alunos foram afetados diretamente pela redução.
Jéssica, de 16 anos, esclarece que estava na manifestação
para protestar contra o fechamento de sua escola. A escola Georg-Christoph-Lichtenberg
teria sido fundida com a escola Herder. Desde então, as
classes estariam superlotadas e com falta de professores. As horas-aula
a mais foram suspensas.
Também Etienne (17) e Micha (18), da escola Andréas,
em Friedrichshain, protestaram contra a falta de professores e
as péssimas condições de ensino. A
política do Senado desses partidos é pouco inteligente,
disse Micha.
Christian tem 16 anos e freqüenta a escola Eckener. Ele
critica dizendo que a formação masculina é
sempre mais cara. Ele não sabe se deveria pagar as taxas
estudantis atrasadas e critica a abolição do material
didático livre. Além disso, algumas escolas da cidade
promoveram excessos na cidade, enquanto que a maioria delas permaneceu
vazia e sem atividades. A maior queda na instrução
acontece particularmente nos períodos em que aumenta a
pressão por novo pagamento dos custos dos alunos.
O Senado é responsável pela miséria
na educação, opinou Christian. Atualmente
eu não vejo nenhuma alternativa. O WASG [Alternativa eleitoral
pela Igualdade Social] é exatamente igual ao PDS [Partido
Democrático Socialista]. Por isso eu também não
sei em quem votar no domingo [17-09]. Se houvesse um partido alternativo,
então eu certamente votaria nele. Então eu deveria
seguir por esta via.
Com o intuito de conclamar as pessoas para uma tal alternativa,
os apoiadores do Partido pela Igualdade Social (PSG) distribuíram
a proposta eleitoral do partido para as eleições
à Câmara dos Deputados berlinenses e insistiram que
uma perspectiva socialista é necessária, a fim repelir
as agressões do Senado e intervir em favor de uma instrução
livre e de alta qualidade para todos.
O Senado de Berlin mostrou, através do uso massivo da
força policial, o que ele pensa dos protestos. Durante
a manifestação, absolutamente pacífica, pelo
menos uma pessoa foi presa, porque teria sujado um cartaz do diretório
do partido extremista NPD [Partido Democrata Nacional]. Na manifestação
de encerramento, no Paço Municipal em frente à prefeitura,
muitos manifestantes foram expulsos arbitrariamente da praça.