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Berlin: Estudantes protestam contra política educacional

Por Marius Heuser
3 Octubre 2006

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Este artigo foi publicado originalmente na página alemã do WSWS, no dia 14 de setembro de 2006.

Na quarta-feira de manhã (13-09), mais de 5 mil estudantes protestaram em Berlin contra a política de redução de investimentos na educação do Senado e por uma educação financiada pelo Estado, sem custos e de qualidade. Os estudantes vieram de escolas de todas as regiões da cidade e suspenderam suas aulas em nome do protesto. Alguns participantes precisaram contar com medidas de segurança por parte de suas escolas.

Às 10 horas os manifestantes se reuniram na Praça de Alexandre. Do alto de caminhões de som falaram os representantes dos estudantes e jovens de grupos de esquerda. Eles criticaram a política de educação do Senado e exigiram um maior financiamento de vistos (Kitas) para escolas secundaristas e universidades. A educação não deveria ser tratada como mercadoria, mas deveria ser colocada como direito fundamental de toda a humanidade. Em torno das 11 horas a manifestação colocou-se em marcha.

Alguns estudantes pintaram faixas, em cujos cartazes desabafavam com frases de protesto. “As cabeças estúpidas consentem mais facilmente” ou, “Romper o bloqueio da educacional” foram as palavras de ordem difundidas. O tempo todo gritavam slogans como “Educação gratuita para todos”, ou “Nós estamos aqui gritando porque vocês roubam de nós a instrução”. Os alvos eram o Partido Social-Democrata (SPD) e o Partido de Esquerda.PDS [Partido Democrático Socialista], que controlam o Senado e nos últimos 5 anos produziram uma desastrosa política educacional em Berlin.

Através de uma revisão da taxa educacional aprovada por estes partidos no Senado, muitas famílias devem pagar até 40 % a mais para poder usufruir das creches públicas.

Ao mesmo tempo, a verba para a educação foi reduzida em aproximadamente 128 milhões de Euros. Nos próximos 2 anos ela deve diminuir em mais ou menos 33 milhões de Euros. Nas escolas a doação de material didático foi substituída por uma auto-contribuição familiar de até 100 Euros por criança e por série. De mais a mais, o Senado cancelou a nomeação de 400 vagas de primeiro-emprego para professores iniciantes e ordenou que os professores já empregados façam duas horas adicionais por semana na sala de aula correspondente.

A amplitude dos cortes dos subsídios nacionais de 75 milhões de Euros para as três universidades da capital já é coisa definida e significa a diminuição de 10 mil vagas para alunos universitários e 200 professores. Os alunos foram afetados diretamente pela redução. Jéssica, de 16 anos, esclarece que estava na manifestação para protestar contra o fechamento de sua escola. A escola Georg-Christoph-Lichtenberg teria sido fundida com a escola Herder. Desde então, as classes estariam superlotadas e com falta de professores. As horas-aula a mais foram suspensas.

Também Etienne (17) e Micha (18), da escola Andréas, em Friedrichshain, protestaram contra a falta de professores e as péssimas condições de ensino. “A política do Senado desses partidos é pouco inteligente”, disse Micha.

Christian tem 16 anos e freqüenta a escola Eckener. Ele critica dizendo que a formação masculina é sempre mais cara. Ele não sabe se deveria pagar as taxas estudantis atrasadas e critica a abolição do material didático livre. Além disso, algumas escolas da cidade promoveram excessos na cidade, enquanto que a maioria delas permaneceu vazia e sem atividades. A maior queda na instrução acontece particularmente nos períodos em que aumenta a pressão por novo pagamento dos custos dos alunos.

“O Senado é responsável pela miséria na educação”, opinou Christian. “Atualmente eu não vejo nenhuma alternativa. O WASG [Alternativa eleitoral pela Igualdade Social] é exatamente igual ao PDS [Partido Democrático Socialista]. Por isso eu também não sei em quem votar no domingo [17-09]. Se houvesse um partido alternativo, então eu certamente votaria nele. Então eu deveria seguir por esta via”.

Com o intuito de conclamar as pessoas para uma tal alternativa, os apoiadores do Partido pela Igualdade Social (PSG) distribuíram a proposta eleitoral do partido para as eleições à Câmara dos Deputados berlinenses e insistiram que uma perspectiva socialista é necessária, a fim repelir as agressões do Senado e intervir em favor de uma instrução livre e de alta qualidade para todos.

O Senado de Berlin mostrou, através do uso massivo da força policial, o que ele pensa dos protestos. Durante a manifestação, absolutamente pacífica, pelo menos uma pessoa foi presa, porque teria sujado um cartaz do diretório do partido extremista NPD [Partido Democrata Nacional]. Na manifestação de encerramento, no Paço Municipal em frente à prefeitura, muitos manifestantes foram expulsos arbitrariamente da praça.