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Lutas dos Trabalhadores: Brasil

28 Noviembre 2006

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Controladores de vôo se negam a intensificar o trabalho e causam caos no transporte aéreo brasileiro

Após a colisão do boeing da Gol e do jato Legacy no dia 29 de setembro, que causou a morte de 154 pessoas, 18 controladores de vôo foram afastados do trabalho para depor à Polícia Federal. Os controladores que continuaram trabalhando se negaram a aumentar a intensidade do trabalho, o que causou atrasos dos vôos nos principais aeroportos do país.

Segundo Christoph Gilgen, representante suíço da INFACTA (Federação Internacional dos Controladores de Tráfego Aéreo), que esteve no Brasil após o acidente, os profissionais de Brasília às vezes monitoravam uma quantidade de vôos acima da capacidade recomendada pela própria Aeronáutica, algo que não é ideal, e é essa a razão para terem mudado a rotina de trabalho nos últimos dias. “Os trabalhadores destes setores podem monitorar no máximo 14 vôos ao mesmo tempo, e isso às vezes não é observado”. Ele afirmou que “os controladores que aceitarem monitorar além do máximo recomendado, estarão expondo todo o sistema de controle a um risco enorme. Isso tem que ser evitado a todo custo”. As condições de trabalho no Brasil são realmente precárias, se comparadas a outros países. Em alguns países da Europa, por exemplo, um controlador de vôo chega a receber salários de até 7.000 euros/mês (quase 19.000 reais) e faz pausas “sagradas" a cada duas horas de trabalho. No Brasil, os salários médios ficam em torno de 2.000 reais e a pausa não é rigorosa. O que mais surpreendeu alguns membros da federação, após se reunirem com a cúpula dos órgãos brasileiros de aviação, foi a falta de interesse das autoridades brasileiras em discutir eventuais falhas nos serviços de vôo, como se tudo estivesse perfeito.

Jorge Botelho, presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Proteção ao Vôo, denuncia que, apesar das precárias condições atuais, há previsão de redução de 8% das verbas para o setor no orçamento de 2007. Para ele, há duas prioridades no setor: o aumento de pessoal - o número de controladores hoje é de 2.700 - e a desmilitarização do setor, pois o Departamento de Controle Aéreo está sob o comando da Aeronáutica.

Depois de semanas, a situação não melhorou. A Infraero (estatal que administra os aeroportos do país) registrou atrasos de mais de 15 minutos em 754 dos 1.453 vôos programados na última segunda-feira, dia 20/11, o que representa 51,9% do total. A empresa considera toleráveis atrasos de até 45 minutos. Nesse caso, o índice de atrasos é ainda bastante elevado: 43,2%. O governo afirma que a situação será normalizada até o final do ano.

Greve no Detran de Pernambuco continua por tempo indeterminado

A greve dos servidores do Departamento de Trânsito em Pernambuco (Detran-PE) continua por tempo indeterminado. Esta foi a decisão tomada na assembléia realizada na manhã desta segunda-feira, dia 20.

Os trabalhadores decidiram manter a greve para pressionar o governo a se pronunciar sobre a reivindicação da categoria, que é a correção na tabela salarial.

De acordo com o presidente da associação, Antônio Fernando Coelho, 95% dos servidores já aderiram à paralisação. Apenas alguns serviços de habilitação permanecem funcionando, mas com atendimento precário por causa da adesão dos trabalhadores à paralisação.

Os centros de atendimento avançado dos shopoings Recife e Tacaruna estão parados e os demais, localizados nos shoppings Plaza, Bola Vista e na Exposição de Animais, funcionam precariamente.

Fonte: www.jc.uol.com.br (20/11/06)

Agentes de trânsito de Jaboatão (PE) não vão aplicar multa até o dia 15/12

Os agentes de trânsito da Empresa Municipal de Trânsito e Transporte de Jaboatão (PE) iniciaram uma operação-padrão e paralisaram os serviços a partir desta terça-feira, dia 21/11. Nos próximos 25 dias - ou seja, até o dia 15 de dezembro - os agentes não vão aplicar multas aos motoristas infratores.

Cerca de 150 agentes participam da paralisação e exigem a volta do plano de saúde e das bonificações, cortadas pela empresa, e a readmissão dos trabalhadores demitidos. A categoria disse que se as reivindicações não forem atendidas, eles podem permanecer em greve por tempo indeterminado.