Este artigo foi publicado no WSWS, originalmente em inglês,
no dia 1 de junho de 2006.
O Partido da Igualdade Socialista (SEPvinculado ao CIQI)
de forma inequívoca se opõe à intervenção
militar do governo Howard no pequeno estado vizinho, o Timor Leste.
O envio de tropas armadas, apoiadas em veículos armados,
navios de guerra e helicópteros de ataque, são um
ato escancarado de agressão neocolonialista que visa proteger
os interesses econômicos e estratégicos do imperialismo
australiano na região asiática do Pacifico.
As 1.300 tropas já ocuparam a capital do Timor Leste
(Dili) e substituíram a fracionada força de segurança
do país. Utilizando métodos aperfeiçoados
durante a ocupação do Iraque, o exercito australiano
impôs inúmeras leis marciais. Seus soldados têm
largos poderes para abordar e deter qualquer um indefinidamente,
sem precisar se referir às autoridades do Timor Leste.
O governo de Canberra (Austrália) simplesmente maquiou
o fato de querer a substituição do primeiro ministro
Mari Alkatiri por alguém mais afeito aos seus interesses.
O primeiro ministro australiano, Howard, declarou publicamente
que o Timor Leste não vem sendo bem governado.
Um editorial do periódico Australian, do oeste australiano,
em 30 de maio demonisou Alkatiri caracterizando-o como impopular,
arrogante, corrupto e marxista, culpando-o pela briga entre facções
do país e pela violência, e subitamente pediu a instalação
de um novo primeiro ministro.
Apesar das tropas australianas terem sido convidadas
pelo governo Alkatiri, Howard recusou-se a lhe dar apoio contra
os rebeldes armados, sob o falso pretexto de neutralidade.
Nos bastidores, a Austrália tacitamente apoiou as tentativas
do presidente do Timor Leste, Xanana Gusmão, a colocar
Alkatiri de lado, declarando um estado de cerco e
tentando assumir o total controle sobre as forças de segurança.
Como Canberra tem interesses não é uma questão
de se, mas quando, Alkatiri será substituído.
Alkatiri certamente não é marxista. Nem mesmo
representa, mais que seus rivais, as aspirações
e os interesses da população pobre do país
em meio à disputa da pequena elite dominante de Dili, que
governa desde sua independência formal em 2002. Mas sob
o ponto de vista do governo australiano, o principal, erro de
Alkatiri foi o fato de ter se recusado imediatamente a apoiar
às exigências de Canberra na negociação
sobre as grandes reservas de petróleo e gás do Timor.
Ao mesmo tempo, ele tem procurado apoio político e econômico
em outras regiões, particularmente na antiga metrópole
colonial, Portugal.
Longe de estar ajudando a população timorense,
a intervenção militar do governo Howard tem, desde
o inicio, sido dirigida por interesses australianos sobre a invasão
do Timor Leste por seus rivais europeus e asiáticos desde
que a presença da ONU na ilha começou a declinar.
As tensões políticas foram marcadamente acirradas
em março, depois que aproximadamente 600 soldados foram
demitidos por terem realizado uma greve em razão dos salários
e das condições de trabalho. Em 28 de abril, a policia
governista atirou contra um protesto de soldados rebeldes
e jovens desempregados em Dili, matando ao menos seis pessoas
e ferindo diversas outras.
O papel principal de articulador de conflitos entre as forças
de segurança timorenses foi desempenhado por uma sombria
figura, o Major Alfredo Reinado, ex-exilado na Austrália
e recruta da academia de defesa nacional, que emergiu como o líder
rebelde. Assim que os conflitos entre as forças rebeldes
e governistas se intensificaram, o governo Howard, com o respaldo
da administração Bush, utilizou-se do desdobramento
do conflito para despachar dois navios de guerra e mais tropas
no dia 12 maio para o mar do Timor. O governo Alkatiri não
foi nem mesmo informado.
O objetivo de Canberra era tanto o de prevenir a intervenção
de outras forças, principalmente Portugal (que estava considerando
a possibilidade de enviar sua polícia paramilitar para
dar assistência ao governo timorense), como pressionar a
realização do congresso do atual partido no governo,
o FRETILIN (Frente Revolucionária do Timor Leste Independente),
de 17 para 19 de maio, onde uma oposição à
liderança de Alkatiri estava sendo articulada.
Quando a liderança da oposição entrou
em colapso, os arranjos australianos começaram a engrenar.
No dia 24 de maio, sob a pressão de Canberra, assim como
de Gusmão e do ministro do exterior Ramos Horta, Alkatiri
finalmente concordou em apoiar um convite formal para que Austrália,
Nova Zelândia, Malásia e Portugal enviassem tropas.
Em 25 de maio, sem nem mesmo esperar pelo acordo final sobre
as intenções e regras para o comprometimento, Howard
ordenou que os militares avançassem a todo vapor.
Em questão de dias, todos os complementos às tropas
australianas, assim como as unidades avançadas da Malásia
e da Nova Zelândia, estavam instalados. Navios de guerra
ancoraram no porto de Dili e um helicóptero de tipo Black
Hawk patrulhava o local.
A farsa da independência
A ocupação militar do Timor Leste expõe
o absurdo de todo o efusivo discurso feito em 1999 de que a independência
de metade da ilha da Indonésia conduziria a um novo período
de paz, prosperidade e democracia para os timorenses. Na era da
produção globalizada, um pequeno país nunca
poderia ser independente das varias forças
globais e regionais ou das principais corporações
e instituições financeiras internacionais, como
o Banco Mundial e o FMI.
Com o despertar da invasão da ditadura de Suharto na
então colônia portuguesa em 1975, a população
do Timor Leste travou uma corajosa luta contra a repressão
da Indonésia, que custou aproximadamente 200.000 vidas.
Todavia, a perspectiva da independência, promovida
por líderes do Timor como Gusmão e encampada por
radicais da classe média na Austrália e internacionalmente,
provou-se uma política equivocada. Isso bloqueou a luta
unificada dos trabalhadores do Timor Leste e da Indonésia
contra a junta militar em Jacarta em 1999 e colocou-os diretamente
nas mãos da Austrália e de Portugal, que competiam
pela dominação e pela influência na região.
Governos australianos consecutivos, de coligações
partidárias e trabalhistas, apoiaram a tomada do poder
por Suharto em 1975 e 1978 em troca do controle sobre o gás
e o petróleo do Mar do Timor. A Austrália tornou-se
o primeiro país no mundo a reconhecer oficialmente a anexação
do Timor Leste pela Indonésia.Mesmo depois da queda de
Suharto em 1998, o governo de Howard continuou a apoiar as tentativas
de Jacarta em resistir às exigências da realização
de um referendo no Timor Leste.
Canberra somente mudou de direção quando se tornou
evidente que Portugal, com o respaldo da União Européia,
assegurou o apoio da ONU ao referendo. Isso abriu a real possibilidade
de um Timor Leste independente que, sob a tutela portuguesa,
não reconheceria os direitos australianos sobre o petróleo
e o gás sob seu Tratado da Região do Timor com Jacarta.
Com a assistência da administração de Clinton
em Washington, o governo Howard embarcou em sua maior mobilização
militar marítima desde a Guerra do Vietnã.
A intervenção em setembro de 1999 foi parte de
uma nova era de militarismo, abastecida pelo crescimento das rivalidades
inter-imperialistas, seguindo o fim da Guerra Fria e marcada,
em particular, pela primeira investida norte-americana contra
o Iraque na Guerra do Golfo em 1990-91. Howard teve seu exemplo
na guerra da OTAN contra a Sérvia apenas alguns meses antes,
na qual o presidente americano Clinton e o primeiro ministro britânico
Blair desenrolaram a bandeira do imperialismo ético
como justificativa para se sobrepor à soberania nacional
da antiga Iugoslávia.
Os Estados Unidos e seus aliados europeus utilizaram grosseiras
mentiras sobre assassinatos em massa e o êxodo de albaneses
de Kosovo para disseminar na opinião pública certo
receio em relação a uma guerra predatória
para separar a província de Kosovo da Sérvia. No
Timor Leste, o governo Howard, com a ajuda de Clinton e da ONU,
utilizou-se da violência de milícias armadas da Indonésia,
que buscavam o referendo pela independência, para justificar
o envio de tropas sob o falso pretexto de estar defendendo o povo
timorense.
A habilidade de Howard em se portar como o libertador
do Timor Leste era completamente dependente do entusiástico
apoio de toda a política e da mídia do establishment
australiano, incluindo o Partido Trabalhista e o Partido Verde.
Assim como na guerra da OTAN, foram os antigos radicais da classe
média, em particular o Partido Social Democrata e seu periódico
Green Left Weekly, que foram seus maiores incentivadores
por uma intervenção militar australiana no Timor
Leste, organizando demonstrações de tropas para
pressionar Howard a levar a cabo o que seu governo já tinha
se decidido a fazer.
A intervenção ainda impôs a bancarrota
da liderança do FRETILIN no Conselho Nacional de Resistência
Timorense (CNRT). Sua perspectiva não era a de encampar
uma luta contra o imperialismo, mas a de encorajar as grandes
nações para fundar um estado capitalista independente,
o qual então poderiam administrar. Com nível de
violência das milícias indonésias em 1999,
Gusmão ordenou a seus guerrilheiros das Forças Armadas
Pela Libertação Nacional do Timor Leste (FALINTIL)
que refreassem as retaliações, para poderem assim
continuar, sem represálias, os assassinatos. Os lideres
da CNRT notaram que as imagens de uma guerra civil aberta poderiam
repelir as forças ocidentais, apesar de que as imagens
de assassinato de pessoas indefesas e destruição
de suas vilas e pequenas cidades ajudariam a assegurar a intervenção
ocidental.
A ONU santificou a ocupação militar australiana
e estabeleceu sua Administração Transitória
para o Timor Leste (UNTAET) com os poderes de um protetorado colonial
para administrar todos os aspectos das relações
do Timor Leste. Sergio Vieira de Mello, o administrador da ONU,
presidiu uma eleição encenada para uma assembléia
constituinte, onde venceu o FRETILIN, e uma apuração
farsesca para o escritório do presidente, contestada
por Gusmão e um simbólico candidato da oposição.
O FRETILIN rapidamente declarou que a assembléia formaria
o governo quando a independência fosse declarada em 2002.
Tais eleições foram adiadas para 2007.
Enquanto hipocritamente deplora a atual violência entre
facções, o governo Howard é diretamente responsável
pela crise social e política no Timor Leste. A intervenção
militar australiana suspendeu os poderes da atual camarilha de
líderes políticos. Howard uniu-se aos gritos de
louvor na cerimônia de independência em 2002 para
a primeira nação do novo milênio e a
mais nova democracia no mundo. Depois de passados cinco
anos, apesar de todas as suas expressões de interesse sobre
o bem-estar dos timorenses, o governo de Canberra, como o de outros
países contribuintes, proveu nada além do que uma
mísera ração em socorro do Timor que continua
sendo uma das nações mais empobrecidas do mundo.
O governo Howard extrapolando suas intenções
assegurou dividir o petróleo e o gás do Mar do Timor
entre os leões. Sob uma lei internacional de fronteiras,
que a Austrália recusou-se a reconhecer, ao Timor Leste
foi designada a maior parte dos recursos marítimos. Mesmo
depois das celebrações da independência formal,
o governo australiano trouxe o primeiro ministro eleito Alkatiri
a Canberra e pressionou-o a assinar um tratado para que cedesse
parte dos recursos marítimos à Austrália.
Isso arrastou deliberadamente outras negociações
subseqüentes, sabendo muito bem que o Timor, dependente economicamente,
não poderia se permitir esperar.
No ano passado, Canberra ameaçou Dili a atrasar qualquer
colonização final nas fronteiras marítimas
de 50 para 60 anos e a dividir as reservas de petróleo
e gás, o que seria uma grande desvantagem para o Timor.
Conhecidas reservas de petróleo e gás localizadas
sob o Mar do Timor são estimadas em aproximadamente 30
bilhões de dólares. Dois terços das reservas
repousam mais próximas do Timor que da Austrália
e pelas leis internacionais deveriam pertencer a Dili. Sob a negociação
final, o rendimento da maior reserva, Grande Nascer-do-Sol, será
dividida em 50-50, ainda que 80 por cento devesse pertencer ao
Timor Leste. Mesmo que as conversas tenham se arrastado, Canberra
embolsou $1 bilhão em royalties e taxas em seis
anos da reserva de Laminaria-Corallina enquanto Dili não
recebeu nada, ainda que a área esteja inteiramente em águas
timorenses - se a lei internacional fosse aplicada.
Não é nenhuma surpresa que agudas tensões
sociais existam no Timor Leste. Elas têm sido manipuladas
por líderes inescrupulosos que também forjam embates
entre os ocidentais e os orientais. Sem
ajuda e enganado sobre os rendimentos de gás e petróleo,
o governo timorense tem sido capaz de levantar somente por volta
de $50 milhões em rendimentos, uma soma completamente inadequada
para negociar com os imensos problemas econômicos e sociais
que confrontam a população. A erupção
de gangues de jovens desempregados nas ruas de Dili, roubando
e praticando vinganças contra seus rivais, são as
conseqüências das políticas, não somente
de Gusmão, Horta e Alkatiri, mas também de Howard
e seus ministros.
A hegemonia regional da Austrália
Já existem sinais de que o governo Howard está
preparando uma transformação na presente intervenção
militar para transformá-la em uma ocupação
mais permanente, neocolonial, do Timor Leste. A mídia australiana
vem especulando que as tropas permanecerão ao menos até
as eleições do ano que vem. O ministro do exterior
Alexander Downer contou à radio da Corporação
Australiana de Transmissão (ABC) em 29 de maio que sem
a intervenção australiana o Timor Leste corre
o risco de se tornar um Estado falido.
No início da invasão de 1999, Howard vergonhosamente
sugeriu que a Austrália deveria funcionar como xerife
dos deputados para os Estados Unidos na região asiática
do Pacífico. Seguindo os escândalos dos líderes
regionais, ele voltou atrás em sua observação,
mas nunca desistiu da estratégia suporte: como uma segunda
ou terceira ordem de poder, a Austrália somente pode reagir
a seus rivais e proteger seus interesses na região com
o respaldo dos Estados Unidos. O suporte de Canberra à
administração de Bush e sua falsa guerra ao
terror e a participação ilegal na ocupação
americana do Iraque em 2003 tinham precisamente a intenção
de assegurar o apoio dos EUA para suas próprias aventuras
neocoloniais.
Com o passar dos meses da invasão do Iraque, o governo
de Howard estigmatizou as Ilhas Salomão como um Estado
falido, desesperadamente clamando que estavam se tornando
um refúgio para criminosos internacionais, traficantes
e terroristas, e lançou a sua própria operação
preventiva. Em julho de 2003, uma força-tarefa
australiana de soldados, policiais e oficiais aterrisou em Honiara.
A Missão de Assistência Regional às Ilhas
Salomão (RAMSI) tomou todos os níveis de poder na
pequena ilha do Pacifico, com a intensão de permanecer
por pelo menos uma década. Algumas semanas depois da última
intervenção no Timor Leste, o governo Howard despachou
mais de 300 soldados e policiais para as Ilhas Salomão
para apoiar o RAMSI, em meio à crescente oposição
local e à hostilidade contra a ocupação australiana.
Enquanto tentava manter a ilusão do respeito
da Austrália pela soberania nacional do Timor, Howard já
havia indicado que uma operação do tipo de RAMSI
já estava sob consideração. Quando questionado
pelo canal de televisão ABC em 28 de maio sobre uma similar
presença australiana por um longo período em Dili,
ele disse eu não descarto nenhuma possibilidade.
A intervenção australiana nas Ilhas Salomão
e no Timor Leste são um sinal da intensificação
das rivalidades inter-imperialistas na região. A responsabilidade
de Howard no crescimento de disputas econômicas e estratégicas
no que ele chamou de nosso quintal é a de estabelecer
guarnições militares pelo arco de instabilidade
ao norte da Austrália. Em 25 de maio, em seu discurso no
parlamento na intervenção do Timor Leste, o primeiro
ministro enfatizou que a Austrália tem um interesse
nacional vital na promoção e manutenção
da estabilidade em nossa região.
Num comentário intitulado Demonstração
de Poder no periódico Australian em 31 de
maio o editor Paul Kelly asperamente declarou que a Austrália
deveria assumir a total hegemonia, não somente no Timor,
mas em toda a região. Deixando de lado a pretensa neutralidade
de Howard, ele apontou que Canberra já estava determinando
negociações no Timor Leste e que deveria fazer o
mesmo em outros países.
Nesse sentido a Austrália está operando
como força regional ou como uma potencial hegemonia que
tem conseqüências na segurança e na política.
Essa linguagem é desagradável a muitos. Apesar disso
é a realidade. É novo território experimental
da Austrália. Nós estamos envolvidos numa força
regional e descobrindo os riscos e dividendos no exercício
desse poder. Nós tomamos a completa carga das leis e ordens
no Timor Leste e sua força de luta doméstica é
conduzida contra o cenário de nossa pressão,
declarou ele.
O comentário de Kelly é parte de uma discussão
mais ampla dentro dos atuais círculos para preparar próximas
intervenções militares pelo Pacifico asiático.
Paul Dibb, um antigo oficial superior de defesa, escreveu no Australian
em 16 de maio: como um veterano colega da defesa me disse
recentemente, o arco de instabilidade é com certeza
como o inferno'. O panorama para o Timor Leste, as Ilhas Salomão,
Papua e Nova Guiné, Vanuatu e Fiji, sem falar no prospecto
de instabilidade na província indonésia de Papua,
está longe de ser tranqüilizador. Nós há
tempos reconhecemos que ninguém cuidará de nossos
interesses nessa parte do mundo. Como John Howard observa, a nossa
responsabilidade é de tomar a liderança e outras
pessoas - incluindo nossos aliados americanos - esperam que sejamos
capazes de faze-lo.
Essa erupção do militarismo australiano alimenta
grandes perigos, não somente para os trabalhadores do Timor
Leste, das Ilhas Salomão e do resto da região, mas
também para os trabalhadores australianos, que serão
inevitavelmente forçados a suportar as aflições
dessas aventuras militares. O envio de contingentes australianos
ao Oriente Médio, à Ásia Central e ao Pacífico
vem sendo acompanhado por uma agressão sem precedentes
em estabelecidos direitos civis e democráticos. O estabelecimento
de observatório neocolonial pela região do Pacífico
está vendo a transformação da Austrália
numa polícia estatal que tem a intenção,
sobretudo, de suprimir qualquer oposição nas políticas
governamentais. Os trabalhadores na Austrália e de todo
o mundo precisam se opor aos predatórios planos do governo
Howard e exigir a imediata e incondicional retirada de todas as
tropas estrangeiras do Timor Leste e das Ilhas Salomão.
Trabalhadores timorenses, aldeões e a juventude devem
extrair conclusões políticas definitivas de suas
experiências destes últimos sete anos. Sob a dominação
das forças maiores e do capital global, a independência
não fez nada além de aprofundar a miséria
social e os ataques aos direitos democráticos essenciais.
A catastrófica lógica separatista pode ser vista
nos conflitos fratricidas que explodiram nas ruas de Dili. A única
solução progressista é a luta política
que unifica as massas do Timor com seus irmãos e irmãs
vizinhos da Indonésia, Austrália e de toda a região,
assim como de todo o mundo, baseado num programa socialista. Somente
com o fim da dominação do capital mundial e do imperialismo
os recursos necessários podem ser disponibilizados para
o fim da terrível pobreza que aflige a vasta maioria da
população de todos os países.